À semelhança do que se tem
feito com outros forais, vai reproduzido em formato PDF. Eis, entre
outras rubricas, a listagem das localidades e freguesias referidas:
Fajões − Vila Chã Serrana −
Nogueira do Cravo − Pindelo − Milheirós de Poiares Dentazes − Gaiate −
Cesar − Romariz Vila Nova de Buim − Fafião − Escariz − Mançores − São
Vicente de Vila Seca − Freguesia do Vale em Serra Alva − Canedo em Lobel
− Motreiro de Canedo − Freguesia de Lever − São Miguel de Lobão − Sandim
− São Martinho de Capielos − Freguesia de São Gião − Azevedo de Saiões −
Fornos de Gisande − Sangedo − Fiães − Título da Sé São Jorge − Azeveduce
− Pigeiros − São Fiz − Freguesia de Fornos da Par da Feira − Igreja da
Lama.
FORAL DA
FEIRA
[PDF 4,4 MB]
No exemplar que tivemos
presente, que é o do próprio Município da Feira, obsequiosamente posto à
nossa disposição, segue-se o termo de entrega, em três páginas
inumeradas. Para se poder ler, necessitava de ser tratado com reagentes,
pois a tinta
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descorou para amarelo muito sumido e já não permite leitura fácil.
Valia a pena proceder a essa
operação, muito simples e absolutamente inofensiva; os termos de entrega
são documentos que em mais parte alguma se encontram, e sempre com
onomástico importante.
Não fica por aqui o
merecimento deste notabilíssimo foral; pela primeira vez em documentos
desta natureza, encontrámos descriminado por verbas o custo do exemplar,
valioso subsídio para o conhecimento das condições do trabalho
caligráfico, da iluminura, da encadernação e do preço do pergaminho em
Portugal no começo do século XVI; diz assim a conta:
«Valleram os Custos deste fforal − 2622 Reaes per aVaIliaçam Dos
ofyçiaaes aJuramentados
− a saber − 350 rreaes o prinçipio de esperas e armas
E 1050 rreaes de scriptura de sete Cadernos e meio a 140 rreaes o
caderno de oyto folhas
E 285 rreaes de outras tantas letras Rabiscadas
E 47 rreaes de 477 parrafos a 10 reaes o çento
E 420 rreaes de oyto cadernos e meio de porgaminho
E 110 rreaes do encadernamento
E 250 rreaes Das armas e esperas
E 50 rreaes ao chanceler Moor
E 60 rreaes ao porteiro (?) de chúbo e seda»
A seguir a esta conta, que noutro lugar consideraremos como merece, as
correições foram lançando vistos quando visitavam o concelho;
encontro um de 1690; o mais recente, datado, é de 1777.
São invulgares, também, as
dimensões do foral da Feira; mede 323 x 230 mm, com mancha caligráfica
de 203 x 138 mm; tinha 68 destas folhas, duas das quais desapareceram
já, complementares do texto.
A iluminura da primeira
folha excede também o usual; o terço superior é inteiramente ocupado
pelas armas de Portugal com nove castelos, entre duas esferas armilares
manuelinas, ostentando cada uma delas a data de 1506. Abaixo deste
aparato, uma tira larga apresenta em grandes caracteres o nome de
DOM MANVEL.
Começa depois o texto, cercado ainda por três tarjas delicadamente
iluminadas com flores, avesinhas e uma borboleta, tudo colorido,
prateado e dourado.
O arranjo interior, usual.
Exemplar falto de selo.
Encadernação do século XIX,
inteira, de carneira, de quatro nervos na lombada.
ANTÓNIO GOMES DA ROCHA
MADAHIL |