António Pereira de Magalhães nasceu em
Lisboa em 1924. Deu nas vistas na modalidade de futebol, na difícil
posição de guarda-redes.
Na Companhia Portuguesa de Celulose
trabalhou, a partir de 1956, no departamento de Manutenção Mecânica,
como caldeireiro.
Iniciou a carreira desportiva aos 17
anos, terminando-a aos 32, quando ingressou na empresa de Cacia.
O primeiro clube onde alinhou foi o
Chelas. A sua estreia não foi a mais feliz, pois “encaixou” 5 golos
da equipa do Estoril-Praia, uma das melhores formações da década de
1940.
Depressa desfez a má impressão inicial.
Em 1941 foi convidado para ingressar no Sporting Clube de Portugal,
um dos grandes clubes do país. Seria, no entanto, sempre suplente,
em virtude de ter à sua frente o grande Azevedo, que era o melhor
guarda-redes da época. Como não havia substituições e dado que
Azevedo ia mantendo a titularidade, a maior parte das vezes nem
chegava a equipar-se para os jogos do Sporting.
Mas o facto de ser guarda-redes no
Sporting, ainda que em segunda posição, era uma honra para o
Magalhães, que considera como os melhores anos da sua vida os da
estadia no clube da capital.
Em 1943 foi chamado para o serviço
militar, sendo mandado para os Açores. Durante o tempo em que
permaneceu neste arquipélago, vestiu a camisola do Marítimo de S.
Miguel.
Findo o serviço militar, voltou ao
Sporting, onde permaneceria até 1946.
Uma equipa do Beira-Mar com o
guarda-redes Magalhães
destacado no lado esquerdo.
Em 1946 vem para Aveiro, contratado pelo
Sport Clube Beira-Mar, permanecendo neste clube por três épocas.
Uma das suas actuações mais emblemáticas
foi ter alinhado em dois desafios que o Beira-Mar, reforçado com
alguns elementos do Estarreja, do Alba e do Águeda, fez com a equipa
austríaca do “First de Viena”, em 6 de Fevereiro e 17 de Abril de
1949, no estádio Mário Duarte. Para a história ficam os resultados
obtidos pela equipa aveirense: derrota no primeiro por 4-3 e vitória
no segundo por 4-2.
Na época de 1949/50 ingressou no Futebol
Clube do Porto, onde teve problemas de adaptação, sendo cedido ao
Salgueiros.
Passaria ainda pelo Famalicão e pelo
Vianense, até que regressou ao Beira-Mar em 1954, para efectuar pelo
clube aveirense, então com alguma notoriedade, mais duas épocas.
Afirmou em determinada altura a um
periódico ter sido convidado pelo Celta de Vigo, mas que a sua sogra
não terá permitido (?!). Também acrescentava que pagavam mal em
Espanha e a “peseta era fraca”.
Bem protegido por Barreto e Balacó,
Magalhães apanha a bola no decurso do Beira-Mar - «First» de Viena.
Como atrás se disse, em 1956 ingressou
na Companhia Portuguesa de Celulose, com 32 anos, «acabando-se o
futebol» para o Magalhães.
Como características na sua posição,
dizia-se que era ágil, com muita flexibilidade, sem destemor a sair
aos pés dos avançados adversários.
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