João Alberto Martins da Naia Lemos
nasceu em Aveiro em 21 de Janeiro de 1928. Foi praticante de remo no
Clube dos Galitos de Aveiro, entre 1947 e 1952. Na empresa foi
soldador, integrado no departamento de Manutenção.
Em Londres, em 1948. Naia
Lemos, o quarto da esquerda em pé.
Na modalidade que escolheu para a sua
actividade desportiva, o remo, nas vertentes “shell de 4” e “shell
de 8”, foi internacional… e olímpico.
Iniciou a actividade desportiva em 1947,
em representação do Clube dos Galitos, em “shell de 4” nos
Campeonatos Regionais de juniores. Com a equipa que integrou ficou
em 1º lugar, à frente do Ginásio Figueirense e da Naval 1º de Maio.
Ainda em 1947, agora em ”yole de 4”,
competiu na Foz do Arelho.
A ascensão foi rápida. Logo no ano
seguinte, 1948, o clube participou nas provas de apuramento para os
Jogos Olímpicos disputados, nesse ano, em Londres (Inglaterra). Em
“shell de 8” foi o primeiro e naturalmente apurado para esta tão
importante competição. Terão feito o 4º melhor tempo, mas não
conseguiram entrar na final, disputada entre as três equipas com
melhor tempo.
Ainda em 1948, nas equipas de “shell de
4” e “shell de 8”, do Galitos, de que João Naia Lemos fazia parte,
participou em Barcelona nos Campeonatos Ibéricos, ganhando a
competição em “shell de 4”, à frente de uma equipa de S. Sebastian,
e em “shell de 8”, à frente da equipa do Real de Barcelona.
Em 1950 esteve em Itália, nos
Campeonatos da Europa, tendo a equipa sido finalista, ficando na 3ª
posição e fazendo naturalmente subir a bandeira das quinas. Terão
ainda competido em provas de homenagem ao Papa Pio XII, no Lago
Albano, em Castel Gandolfo, tendo a vitória cabido ao clube.
No ano seguinte, a equipa foi aos
Campeonatos da Europa, em Macon (França). Após ganhar na
eliminatória, na final não foram felizes porque, segundo afirmou o
próprio, a pista que lhes calhou não terá ajudado.
Em Aveiro, após regresso de
Helsínquia, Naia Lemos na fila de baixo, o primeiro da esquerda.
E a merecida medalha olímpica.
Em
1952, a equipa de “shell de 8” foi de novo apurada para os Jogos
Olímpicos, desta feita disputados em Helsínquia, na Finlândia. A
participação não foi famosa, porque, tendo chegado apenas na véspera
da prova, não lhes foi dada a oportunidade de efectuar qualquer
treino. Em Helsínquia ficaram instalados no navio Serpa Pinto, que
os terá levado até lá.
Foi realmente um feito o que este
soldador da CPC conseguiu, ao competir em duas olimpíadas.
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