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JOÃO CÂNDIDO DE CARVALHO
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(RABECÃO) |
Vivaldo Quintans |
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João
Cândido de Carvalho nasceu em Castelo de Vide em 1803 e faleceu em
Vila Franca de Xira em 14 de Novembro de 1857.
Frade
franciscano, adoptou as ideias liberais que o conduziram ao longo de
três anos às masmorras miguelistas, e assentou praça em 1833. Em 16
de Maio de 1834 fez parte de Infantaria 10 na Batalha de Asseiceira.
Em
1835 acumulou as funções de oficial dos correios, cargo de que foi
demitido em 1839 por delitos de opinião na imprensa.
Em
1836-1837 integrou a loja maçónica Beneficência de Lisboa de
obediência ao Grande Oriente Lusitano, de onde já constava com a
profissão de jornalista. |
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Padre João Cândido de
Carvalho (vulgo Rabecão) |
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Seria como jornalista que
se viria a destacar, sendo muito conhecido por Rabecão, na defesa dum
republicanismo repassado dum teor socialista afim do franciscanismo em
que professara.
Ficou célebre o julgamento
em 21 de Agosto de 1839 por delito de imprensa originado pela publicação
em "O Democrata" de Para onde marcha a Nação?.
O Júri acabaria por
considerar não haver motivo para a acusação. Curioso também, foi o
ter-se identificado profissionalmente, nessa ocorrência, como «escritor
público». Todavia, ao longo da carreira a sua intervenção jamais será
pacífica. |
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Por exemplo, "O
Rabecão" – jornal que o tornaria mais conhecido – segundo José
Tengarrinha na sua História da Imprensa Periódica Portuguesa
escreve na página 136: «...no dia 8 de Setembro de 1848 foi
assaltada a tipografia da Rua das Aduelas, onde se imprimia o jornal
extremista "O Rabecão", e os assaltantes «armados de pistolas,
punhais e machados deitaram a letra pelas janelas fora».
Dirigiu "O Cortador"
(1837), "Azorrague" (1838), "O Democrata" (1839) e "O Rabecão"
(1847-1848). Foi depois redactor de "A República" – jornal do povo
(1848) e do jornal republicano e socialista "O Regenerador" (1848).
Autor do drama em 1
acto O Rebatedor, estreado a 23 de Julho de 1830 no Teatro do
Salitre. |
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Regressou à vida
eclesiástica, em 1851, tendo sido nomeado prior na freguesia de Santo
Estêvão em Lisboa em 1855. Já dois anos antes produzira a oração fúnebre
da rainha contra a qual tão mal escrevera na imprensa. Nas muitas
contradições da sua carreira, todavia repassada de empenho e virulência,
o seu romance Eduardo ou os Mistérios do Limoeiro ficou como um
documento insubstituível para o conhecimento das condições degradantes
do funcionamento desta famosa prisão. |
Em presença dum surto de
febre amarela refugiou-se em Vila Franca de Xira; em vão, porque dessa
epidemia aí viria falecer em 1857.
Publicações:
• Eduardo ou os
Mistérios do Limoeiro, romance, 1849
• Memórias de um frade
ou os Mistérios do Claustro, romance incompleto, 1850
• Oração fúnebre nas
exéquias de D. Maria II, 1853
• Oração fúnebre nas
exéquias de Luiz António Esteves Freire, 1853
• Sermão da Imaculada
Conceição de Maria Santíssima, Imprensa Nacional, 1855. |
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