2010, foi mais um ano de catástrofes ambientais suspeitas. Por todo o
mundo se bateram recordes de inundações, sismos, fogos, secas, mortos,
feridos e desalojados Se estes acontecimentos foram surpreendentes pela
sua quantidade e amplitude, eles inscrevem-se porém numa série incomum
de fenómenos geo-climáticos semelhantes, que se foram multiplicando ao
longo dos últimos anos, um pouco por todo o mundo, a uma cadência e com
uma magnitude crescente de ano para ano.
Especialistas, técnicos ou simples cidadãos, interrogam-se sobre as
razões destes acontecimentos. Serão consequências das tão propagandeadas
e pouco debatidas alterações climáticas? Serão fruto da negligência e da
ganância sem limites? Ou será ainda algo mais grave?
O ano de 2010 veio, de certo modo, dar resposta a muitas destas
interrogações; veio reforçar as opiniões anteriores de muitos
especialistas acerca da responsabilidade humana na maioria das
catástrofes ditas naturais; veio revelar facetas da intervenção humana
até agora pouco conhecidas; veio confirmar que muitos desses desastres
até proporcionam lucros fabulosos; veio levantar a suspeita de que por
esse motivo, e de acordo com a lógica do mercado, alguns possam ter sido
provocados propositadamente para obtenção de lucro; e veio finalmente
revelar que esse procedimento já estava a ser levado às ultimas
consequências com um objectivo mais vasto e perverso: a sua utilização
como arma de guerra.
As cheias na Madeira: um exemplo de “catástrofe
natural”
O caso mais grave ocorrido em território português deu-se no inicio do
ano na Ilha da Madeira. Uma conjugação pouco habitual de chuvas intensas
num curto intervalo de tempo, provocou o transbordo das águas das
ribeiras e o arrastamento de toda a espécie de detritos, não só os
naturais - rochas, lama, árvores, etc, mas também, e principalmente, os
construídos – estradas, pontes, casas, veículos, para além de animais e
pessoas. |
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Segundo os últimos balanços terá havido pelo menos 42 mortos e vários
milhões de euros de prejuízos. Ainda de acordo com algumas informações,
os prejuízos materiais e humanos serão muito superiores a anteriores
situações semelhantes.
Situada em pleno Atlântico, a ilha da Madeira é uma das duas únicas
regiões autónomas de Portugal. Vive essencialmente do turismo e do
dinheiro dos contribuintes do Continente. É um paraíso fiscal. A sua
orografia mostra um pico e encostas íngremes em todos os quadrantes,
pelas quais descem inúmeros cursos de água: as ribeiras. A sobreocupação
destas encostas com construções é um facto conhecido.
Corre na internet um pequeno documentário apresentado há 2 anos na TV,
em que vários técnicos alertavam para o perigo das construções que
continuavam a erguer-se na ilha em leitos de cheia, em clara violação da
lei. Bastaram dois anos para confirmar a justeza desses avisos. Porém,
para os dois responsáveis máximos por estes assuntos na Madeira – o
Presidente do Governo Regional e o Presidente da Câmara do Funchal –
estes alertas não passavam de calúnias de “alguns irresponsáveis”. Na
sua perspectiva tudo estaria em ordem. Tudo estaria nos lugares certos.
À excepção da natureza.
A Comunicação Social corporativa, como é sua missão, rapidamente se
apressou a dar cobertura a esta versão apresentando a situação como uma
“catástrofe natural”. Para ela solicitavam a habitual onda de
solidariedade em part time, vulgo caridade, afastando assim,
subliminarmente, qualquer responsabilidade humana no assunto.
O planeamento do território, a prevenção, bem como o seu cumprimento
rigoroso, não fazem parte do ideário do capitalismo, seja ele aplicado
por socialistas, democratas-cristãos ou social-democratas, como é o
caso. Sem planos urbanísticos a especulação imobiliária avança melhor. E
com ela aumentam a incúria e o desleixo, multiplicam-se os erros. Se
algo correr mal, como agora, serão assacadas responsabilidades à
natureza. Para o capital o desastre até tem vantagens: fazer reverter a
reconstrução não como prejuízo, mas como lucro para a economia (de
alguns). Ao contrário do aforismo popular, a sua máxima parece ser “mais
vale remediar do que prevenir”.
O furo do Golfo do México: a ambição para além da
razão
O acontecimento mais marcante do ano no mundo, em termos de desastre
provocado pelo homem, será provavelmente a fuga de crude do furo
petrolífero no golfo do México, ao largo dos E.U.A., da responsabilidade
da empresa petrolífera BP. Depois do tufão Katrina, na mesma zona (quiçá
fruto também de experiências mal sucedidas), esta catástrofe ameaça pôr
em causa a vida naquela parte do globo e poderá alastrar-se para além
dela de forma descontrolada.
A autorização para a exploração foi especialmente dada por Obama por se
tratar de uma zona de captação profunda onde não havia qualquer
experiência anterior, nem esquemas de segurança adequados. Embora as
autoridades norte-americanas tivessem sido alertadas para isso não deram
muita importância ao caso. Após algum tempo de exploração a plataforma
explodiu e a fuga de crude para o mar entrou em descontrole total. As
várias tentativas de estancar o derrame não produziram qualquer
resultado. O que ficou demonstrado foi que, com uma tecnologia
totalmente virada para a guerra, quer norte-americanos quer ingleses,
pouco ou nada sabiam sobre a forma de curar uma ferida daquele tipo. A
tão badalada superioridade técnica anglo-saxónica ficou bastante
abalada.
Não obstante, com a arrogância que lhes é própria, prosseguiram
galhardamente, exibindo a sua ignorância e leviandade. Alguns chegaram
ao extremo ridículo de acusar outros países de um hipotético ataque aos
E.U.A.. O escândalo tomou tais dimensões que, na tentativa de esconder
esta incapacidade e a gravidade da situação, os jornalistas foram
proibidos de informar sobre o assunto e aplicadas pesadas multas a quem
quer que se aproximasse do local. Enquanto as imagens autorizadas
oficialmente, repetidas à exaustão nas televisões de todo o mundo
mostravam uma aparente pequena fuga, as poucas notícias que se
conseguiam obter, não oficialmente, iam revelando que a situação se
agravava de dia para dia e a solução para estancar o derrame estava cada
vez mais longe. Especialistas chegaram a afirmar que se estaria não
apenas perante um simples acidente de percurso, embora difícil de
resolver, mas face ao maior acidente ecológico jamais ocorrido no país,
senão mesmo o mais grave de sempre em todo o mundo. Se a principio se
falava numa fuga diária equivalente a cerca de um navio tanque ( o que
já seria dramático), mais tarde esse número passava a quatro.
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Após a anunciada solução final ter mais uma vez redundado em fracasso,
em Julho, alguns especialistas afirmaram que, longe de se tratar de um
simples furo, a verdade era que o crude jorrava descontroladamente por
uma ou várias fendas que avaliavam ser já do tamanho do Himalaia. Por
baixo estaria uma toalha de proporções gigantescas, cujo esgotamento não
estava à vista. |
Manchas de petróleo
no golfo México, as chamadas «panquecas». |
Esses técnicos previam que, a manter-se esse ritmo de fuga, o que seria
bastante provável, ela iria durar anos e a mancha inundaria todas as
costas do golfo, passando depois para o Atlântico arrastada pela
Corrente do Golfo. Prognosticavam ainda que, se isso acontecesse, o mais
provável seria a eliminação irreversível de toda a vida no Atlântico
Norte. Chegada às costas ocidentais da Europa, estas tenderiam a gelar.
A Inglaterra seria a primeira vítima.
Nunca mais houve notícias excepto a de que o problema estava
solucionado. Mas a suspeita de que os acontecimentos ultrapassaram as
capacidades humanas adensa-se. Hoje um silêncio sepulcral como os que
precedem a revelação das más notícias alastra como a própria mancha de
crude. Organizações ambientalistas, tão lestas em outras ocasiões, estão
mudas e quedas, segundo se diz, para não afrontarem o gigante BP.
Nada parece fazer parar a ambição desmedida do capital na rapina
incontrolada deste esgotado planeta. Desde o ar e a água à exploração
mineira e petrolífera, vale tudo. Esta ganância desenfreada conta com a
cumplicidade de muitos governos ditos democráticos.
O número de derrocadas em explorações mineiras seja na China, seja no
Chile, ou nas inúmeras plataformas petrolíferas, já para não falar nos
desastres ocultos que diariamente ocorrem nas mais diversas obras por
todo o planeta, mostra bem esse desprezo do capital pelas condições de
trabalho a que são sujeitos os trabalhadores.
No Golfo do México como em tantas ocasiões ao longo da história, mais
uma vez a ambição se sobrepôs à razão.
HAARP: uma nova arma de destruição maciça?
Mas quando julgávamos que já tudo tinha sido dito e as incriminações
eram mais que suficientes para levar o capital ao banco dos réus, eis
que surgem revelações sobre prováveis novas causas de alterações
climáticas. Desde há alguns anos que havia suspeitas sobre o
desenvolvimento pelos E.U.A. e provavelmente outros países, de um novo
dispositivo técnico de ionização da atmosfera, denominado HAARP, que
provocaria fenómenos geo-climáticos, como sismos, furacões, tsunamis,
etc., com a aparência de terem origem natural.
Segundo um alto quadro da marinha russa, esse dispositivo seria uma nova
arma que estaria em desenvolvimento tendo em vista uma guerra climática
global. Ela permitiria lançar o caos no país a atacar, enfraquecer as
defesas e facilitar a subsequente invasão.
As últimas catástrofes, em várias partes do globo, seriam já
consequência de experiências nesse sentido. Um programa do canal
televisivo Canal História apresentado em Julho deste ano, afirma mesmo
que tal dispositivo teria já terminado a fase de experimentação e
estaria pronto a ser utilizado por todo o mundo. As instalações seriam
localizadas em pelo menos cinco locais, sendo dois em território dos
E.U.A., um numa base norte-americana na América Central, outro algures
na Europa e um último na Ásia.
Foi o sismo do Haiti que despoletou a questão da HAARP com mais
acuidade. Deu nas vistas o aparato militar norte-americano que nas
vésperas do sismo cercava o território. As tropas, logo após este
suceder apressaram-se a desembarcar. Não para levarem ajuda humanitária,
mas para garantirem a segurança! No próprio momento do sismo os
comandantes militares já se encontravam na embaixada norte-americana,
por sinal um edifício de construção antisísmica. Daí a suspeitar-se que
o sismo tenha sido provocado foi um pequeno passo.
Revela o analista francês Thierry Meyssan que as experiências com a nova
arma climática teriam tido inicio nos finais da 2ª guerra mundial,
levadas a cabo por técnicos neo-zelandeses. Objectivo: provocar tsunamis
contra os japoneses. Prosseguidas por australianos foram depois
desenvolvidas pelos norte-americanos que lhe atribuíram um grau de
importância equivalente ao da bomba atómica.
Durante a guerra do Vietname a nova tecnologia era usada com eficácia do
ponto de vista técnico/climático, mas com pouco êxito militar. A partir
de 1975 os soviéticos tinham desenvolvido um programa pacífico com o
objectivo de provocar pequenos sismos de molde a “esvaziar” os grandes
sismos da sua energia e evitar maiores catástrofes. Após a derrota da
URSS, Boris Yeltsin vendeu os técnicos e os laboratórios soviéticos aos
militares norte-americanos e que os integraram no programa HAARP.
Alguns usos possíveis da nova arma teriam sido na Argélia e na Turquia,
mas o caso mais discutido é o do sismo de Sichuan na China em 12 de Maio
de 2008.
Nada disto surpreende. Considerando os antecedentes históricos e a
ambição de domínio planetário larga e claramente expressa pelos E.U.A. e
seus aliados, não admira que todos os meios sirvam esses fins.
Como é obvio porém, nada disto nos poderá fazer esquecer que o urânio
empobrecido continua a ser derramado sobre iraquianos, afegãos e
palestinianos, provocando milhares de mortes imediatas e doenças
genéticas por gerações, e que no Vietname, trinta e cinco anos depois da
guerra, o Agente Laranja despejado sobre os seus habitantes ainda hoje
continua a matar.
Conclusão
Voltamos à questão inicial. Não há catástrofes naturais. Existem sim
fenómenos naturais que a acção do homem transforma em catástrofes. A
maioria delas por necessidade ou negligência de muitos e quase todas por
ambição de alguns, aproveitando-se, como os abutres, das circunstâncias
e da desgraça alheia. Para estes tal parece já não chegar. Se as
catástrofes dão lucro porque não ampliar o mercado, provocando-as? E já
agora – autêntico dois em um – que tal utilizar esse conhecimento para
fazer a guerra? Aí temos mais uma vez a inteligência humana ao serviço
da perversidade e da insanidade. Não para salvar as pessoas das
catástrofes, mas para submeter ainda mais aquelas que sobrarem vivas.
Como sempre, por trás de tudo isto, o suspeito do costume, a
plutocracia, o governo dos ricos, um relativamente reduzido grupo de
fanáticos que se instituiu a si próprio como guardião da civilização em
todo o mundo, e se julga imune á barbárie que provoca.
Como já é, infelizmente,
habitual, os E.U.A. e o seu satélite Israel, ansiosos por experimentar
as novas maravilhas de destruição maciça que engendram em tempo de
defeso, proclamam irresponsavelmente uma guerra santa como salvação da
humanidade, que bem poderá ser a última. Como se, após terem aberto a
Caixa de Pandora pudessem escapar à maldição dos Deuses, numa qualquer
Arca de Noé espacial.
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Até quando o mundo o irá permitir?
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