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Subtil e paulatinamente,
ano após ano, com especial incidência nos últimos tempos, a
consciência de que aquela tão falada coisa do amor à terra em que
nascemos, por isso mesmo, banalizou-se de tal maneira que passou a
ser mais uma simples treta.
A incontrolável, dura e cilindradora globalização, que permite,
ainda mais facilmente, a evolução corrosiva de todas estas
acalhausadas / insensíveis / permissivas equipas de serventuários,
especialmente treinados para o efeito, que nos vendem tudo o que as
grandes centrais de manipulação de massas lhes encomendam, para
satisfação do intangível mercado, estejamos nós onde estivermos,
tornando-nos a todos e a cada um uma espécie de papagaios
monocórdios e de plumagem de cor única. |
Tenho dado comigo, que
procuro estar atento e que me esforço desalmadamente por resistir a esta
avalancha de perniciosas influencias, no Alentejo, no Minho, nas Beiras,
etc., a ouvir as mesmas conversas com os mesmos argumentos no mesmo tom
e com os mesmos contraditórios, chegando à conclusão de que o êxito
desta gentalha é de tal ordem que já nem necessitam de grandes esforços
ou ensaios.
Já, quase, não existem diferenças na maneira de ser nem na postura nem
no sotaque das gentes, de região para região, nesta nossa sempre tão
multifacetada nesga de terra.
Mesmo que utopicamente, ainda penso que aos agentes culturais de cada
uma das regiões, a todos eles sem excepção, se impõe um trabalho enorme,
urgente, organizado e cuidadoso na defesa da cultura da sua zona
territorial e, por concomitância, do seu país, ao qual não devemos
consentir que se esquivem.
Sem paneleirices nem esquecendo os desabafos/conversas anteriores, aqui
fica mais um lembrete/desafio...
Ah!... já agora, eu, pela parte que me toca, que nunca fui pássaro de
gaiola ou de poleiro nem colorido peixe de aquário, com as minhas fracas
forças e possibilidades, continuarei a defender as culturas regionais, o
regionalismo e a regionalização, tal como sempre fiz.
De repente lembrei-me, e por isso, em
jeito de nota de rodapé, aqui fica a pergunta: O que terá acontecido ao
fórum de debate chamado de Conselho Nacional das Casas Regionais, em
Lisboa?...
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