A força política, a iniciativa e o empenhamento de José Estêvão
conseguiram para Aveiro o que mais nenhuma cidade alcançou. Assim,
em 15 de Fevereiro de 1860, o Liceu de Aveiro inaugurou as novas
instalações, em edifício expressamente construído para o efeito, no
espaço antes ocupado pela albergaria de S. Brás, na praça em que
também se ergue a Câmara Municipal. Foi há 150 anos.
Por isso, José Estêvão Coelho de Magalhães, que os aveirenses
perpetuaram no bronze, frente às primitivas instalações do Liceu de
Aveiro, é o merecido patrono da escola secundária que continua o
vetusto liceu aveirense.
Quando a casa deixou de conseguir responder à população estudantil
que a procurava (era o único liceu do distrito), fez-se casa nova e
fechou-se a velha. Mas a velha casa torna a abrir para acolher a
secção feminina do Liceu de Aveiro, eram ainda os tempos em que a
nuvem salazarista cobria Portugal e separava os jovens por sexos.
Com o 25 de Abril de 1974 e a crescente massificação do ensino, a
secção do Liceu de Aveiro, abarcando já os dois sexos, autonomiza-se
sob a designação de Escola Secundária de Aveiro, depois Escola
Secundária nº 2 de Aveiro e, por último, Escola Secundária Homem
Cristo, um novo patrono que, à semelhança do tribuno oitocentista,
foi sempre um lídimo defensor da instrução pública e da educação
para todos.
Consciente do peso histórico da casa que a alberga, a Escola
Secundária Homem Cristo pretende, no seu dia-a-dia, honrar os
pedagogos e os mestres que por ela passaram durante mais de século e
meio, continuando a formar e a preparar os jovens para a prossecução
dos estudos ou para a inserção na vida activa, sempre atenta às
necessidades e anseios da comunidade educativa em que se integra,
participando com entusiasmo na vida da sua cidade, do seu concelho e
da sua região.
Judite de Carvalho
Directora da Escola Secundária Homem Cristo