Em época de aniversário há que se lembrar a história.

Da mais longínqua, outros dirão com conhecimento e mestria.

Por mim, e em poucas palavras, evoco a importância estratégica da freguesia da Glória no desenvolvimento de Aveiro e na consolidação do tecido urbano.

A barreira do caminho de ferro espartilhava o velho burgo, dificultando a expansão para nascente e norte. Avançar sobre os férteis terrenos agrícolas de Santiago foi uma inevitabilidade.

De zona de cultivo que abastecia o mercado local, de «ceboleira» virou citadina, permitindo a instalação dos maiores equipamentos que enriquecem a vida colectiva – a Glória do Hospital, dos Liceus, do Centro de Saúde, da Universidade, do I.S.C.A., das zonas verdes e de lazer, do Conservatório e do enorme desafio de um dos maiores complexos nacionais, senão o maior, de habitação social pura em centro urbano.

A freguesia da Glória complementa e dá corpo ao espírito do núcleo antigo, embrião da «cultura» aveirense.

Esta realidade acarreta o sacrifício de muitos. Em data de aniversário é imperativo moral relembrar e agradecer aos habitantes e proprietários de Santiago a enorme perturbação e danos, materiais e morais, causados pela expansão urbana que permitiu a bela realidade de hoje.