Oficina de Teatro - Escola Secundária José Estêvão

3ª PARTE - PROGRAMA
 PROGRAMA DE
"OFICINA DE TEATRO"
 

 

DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM

FINALIDADES

O objectivo/génese de todas as actividades expressivas reside na aquisição de instrumentos de cultura e no desenvolvimento de capacidades para um melhor equilíbrio do ser. Numa "Oficina de Teatro", na Escola, interessa-me vencer bloqueios para uma melhor linguagem de vida, para desenvolver autonomia e cooperação, para explorar linguagens, para promover a disponibilidade psicológica, tão importante no acto criador . No fundo, pretende desenvolver a expressão e a comunicação através de criações lúdicas colectivas. Em termos pedagógicos, é tão importante o processo como o resultado.

Criar é um processo com etapas bem definidas, em que o indivíduo quer ir mais longe, vencendo obstáculos, produzindo uma nova unidade de significação. A definição do ponto de partida provoca, naturalmente, uma selecção de soluções. Os planos detalhados implementam e avaliam as soluções e os resultados. Por isso, ter confiança nos alunos proporcionando-lhes a vivência de experiências positivas, acreditar nas suas potencialidades, valorizar o seu trabalho sem inibir a experiência são as verdadeiras atitudes, que levam o professor a cultivar a abertura e a implementação da originalidade. Mas, tudo é possível de desmoronamento, se não existir um ambiente físico adequado, se o professor fizer uma orientação prepotente, originando dificuldades na comunicação, se a cultura e as estruturas forem extremamente organizacionais, se o volume de serviços impedir a liberdade e autonomia impedindo o treino e as relações interpessoais atempadas. 

Face aos dados recolhidos nos pontos de partida para as actividades expressivas, em conjunto com a escola e com os participantes, perspectiva-se o "a viver". Em vez de uma educação voltada para o "ensino" de "conhecimentos" tidos como importantes, certos e imutáveis, tendo por finalidade "formar", entendo ( principalmente nas áreas expressivas ) ter melhor efeito uma educação voltada para a satisfação das necessidades do jovem. Pretendo uma mutação, não só nos aspectos administrativos e programáticos da educação, mas também nos métodos e princípios pedagógicos. Penso numa Escola onde haja espaço, onde o jovem, de acordo com o seu carácter, se eduque, através da experiência livre e vivida por ele próprio.

Não é desejável impor padrões pseudo-estéticos. A prática do acto criador propõe iniciativa, formando assim as aptidões e a personalidade, ao mesmo tempo que ensina a viver com os outros. Numa "Oficina de Teatro" na Escola, o acto criador está parcialmente subordinado a um conjunto de aspectos técnicos e artísticos, desde a pesquisa à defesa de ideias, levando os processos a serem  complicados, mas muito entusiasmantes.

Estas actividades, inseridas numa Escola têm a intenção de dar resposta como escola dentro de outra escola, como meio para o indivíduo se servir e servir, para um melhor conhecimento de si próprio, dos outros e do que o rodeia, de o tornar receptivo à intervenção de qualidade.

Não é possível "abrir" uma escola sem correr riscos, porque a mudança pode levar ao frenesim da novidade e ao consumo rápido e desenfreado de ideias amorfas. Por isso, ensinar a pensar torna o jovem num cidadão mais crítico, mais dinâmico e mais equilibrado.

No fundo, trata-se de uma base cultural que visa contribuir para a construção da identidade pessoal e social dos jovens, para a concretização da educação, para a cidadania democrática.

OBJECTIVOS

COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER

A minha ideia de programar é uma estrutura mental que me proporciona prever a tentativa de controlar uma futura acção. Nesta área das expressões, programar não significa, exactamente, reduzir ao mínimo possível a intervenção do acaso ( como professor / gestor do imprevisto devo estar sempre em alerta total ). Trata-se de um processo de ordenação de meios, modos e ideias fundamentados, através de um conjunto de dados científicos e da experiência, tanto no domínio da especialidade como no conhecimento dos destinatários, para se atingirem objectivos específicos. Naturalmente, um processo de planificação tem na sua essência a previsão, a selecção e a organização. Os elementos dessa planificação são os objectivos, os conteúdos, as técnicas de ensino, as actividades de ensino, os recursos auxiliares e as técnicas de avaliação. Na estratégia que irei usar terei, sempre, em conta o diagnóstico dos destinatários. Programarei perante o clima de grupo a nível físico, afectivo, social e intelectual, proporcionando facilidade em aplicar as situações de trabalho, actuando com organização, para se (re)aprender a saber estar na vida, e a minha actividade docente ser energia geradora da aprendizagem, porque, neste caso, o ensino está centrado na própria actividade. Qualquer actividade deve ser apresentada e conduzida com cautela, para evitar conflitos difíceis de gerir e situações embaraçosas, tanto para o professor, como para o aluno. Todas as actividades, nesta disciplina, pretendem apetrechar o aluno com instrumentos básicos de cultura, num aprofundamento de si próprio, dos outros e do meio, no sentido de se ser melhor cidadão. 

 

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

1- TRABALHAR A CONFIANÇA, EM SI E NOS OUTROS, PARA GERAR E DOMINAR A EXPRESSÃO;

2- GERAR IMPLICAÇÃO DE GRUPO PARA MINORAR EGOÍSMOS, AUMENTAR O VALOR DA PARTILHA E DA TOLERÂNCIA;

3- DESBLOQUEAR FÍSICA, AFECTIVA E INTELECTUALMENTE PARA  RESPEITAR

AS DIFERENÇAS;

4- VALORIZAR A PREOCUPAÇÃO SAUDÁVEL NO CONHECIMENTO DE SI PRÓPRIO, DO OUTRO E DO MEIO, ATRAVÉS DA EXPRESSÃO DE SI, DA

INTERACÇÃO COM O OUTRO, COM O ESPAÇO FÍSICO E SOCIAL ENVOLVENTE, PARA SE PERDEREM AS INIBIÇÕES QUE PROBLEMATIZAM A EXPOSIÇÃO DE SI COM UM "PÚBLICO";

5- TRABALHAR LINGUAGENS VERBAIS E CORPORAIS PARA IMPLEMENTAR MELHOR COMUNICAÇÃO COM SENTIDO ESTÉTICO;

6- INTERIORIZAR A LINGUAGEM DRAMÁTICA, NUMA ABORDAGEM QUE IMPLICA A APLICAÇÃO E  DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES E COMPETÊNCIAS, LIGADAS À EXPRESSÃO PELO MOVIMENTO, ÀS FUNÇÕES INTELECTUAIS E ÀS CONSTRUÇÕES DE LINGUAGEM;

7- FAZER A PASSAGEM DA SINALÉTICA DA EXPRESSÃO PELO DRAMA AO TEATRO, E DA EXPRESSÃO PELO MOVIMENTO À DANÇA;

 8- SABER INTERIORIZAR E SABER TRANSMITIR, ATRAVÉS DA DISCIPLINA DE OFICINA DE TEATRO, O CONCEITO/REGRA "FAZER ACREDITAR".

 

CONTEÚDOS TEMÁTICOS

CONFIANÇA, EMPATIA E CUMPLICIDADE

- características da disciplina;
- regras de conduta e de avaliação na disciplina de Oficina de Teatro;
- reconhecimento das fontes de interesse comuns e individuais;- o saber observar e escutar;
- percepções sensoriais;
- histórias de vida - auto-conhecimento e conhecimento do outro, gradual e lento;
- exercícios físicos e intelectuais que promovem a confiança em si próprio e nos outros;
- o dossier/registo das aulas.

PARTILHA, AFECTIVIDADE E RESPEITO PELAS DIFERENÇAS

- exercícios facilitadores de dinâmica e coesão de grupo para um bom desenvolvimento social.
- exercícios de estímulo às percepções sensoriais, relaxamento e concentração, para provocar facilidade de desinibição e respostas convenientes a estímulos.

UTILIZAÇÃO EXPRESSIVA DO CORPO

- conhecimento e controle de posturas mais convenientes;
- controle posicional;
- controle e coordenação dos movimentos globais e segmentares;
- os elementos do movimento;
- as qualidades do movimento;
- a criatividade na expressão pelo movimento;
- os tipos de movimento.

UTILIZAÇÃO EXPRESSIVA DO ESPAÇO E DO TEMPO

- exploração expressiva dos factores do espaço;
- dimensões, direcções, planos e focos, localização e orientação espacial;
- noções e estruturas espacio-temporais;
- manifestações rítmicas.

LINGUAGENS DE ACÇÃO

- noção de conflito, personagem e local de acção;
- exploração de codificações não verbais;
- jogo cénico e jogo dramático;
- a improvisação;
- construção de linguagens dramáticas;

ELEMENTOS DE SUPORTE ÀS LINGUAGENS DRAMÁTICAS

- elementos cenográficos, de adereços, de som e luz;

A PALAVRA

- dicção e voz;
- tipos de leitura;
- explorar as circunstâncias do "saber dizer" para "fazer acreditar".

O TEXTO

- construção de textos dramáticos e sua exploração;
- contacto com textos dramáticos de autor e sua exploração.

O TEATRO

- o teatro profissional, o teatro amador e a criação teatral na Escola;
- conhecer e produzir as diferentes fases de construção, para apresentações de trabalhos a público.

PROCESSO PEDAGÓGICO

O processo de transmissão de conhecimentos quer na sua forma formativa, quer na sua forma meramente informativa, é um processo informativo. A teoria da informação ensina-nos que, em todo o processo informativo, existe um emissor, um receptor e um canal de informação, que liga o emissor ao receptor. Para que as mensagens enviadas pelo emissor ao receptor sejam recebidas, é, obviamente, necessário que o receptor esteja sintonizado  com o emissor e seja capaz de receber ao ritmo  que o emissor envia. Se estas duas condições não existirem, a informação perde-se. Para que a informação seja transmitida a um bom ritmo, é também necessário que o canal seja o mais adequado a esse ritmo de transmissão.

No processo pedagógico o emissor é quem dá as aulas, o receptor é o estudante e o canal de informação são as ferramentas de que o docente se serve para transmitir a sua mensagem, por isso o ensino tem de ser motivante.

Nesse sentido o docente tem de ser capaz de motivar o aluno, respondendo às suas interrogações e, num processo formativo, ser capaz de lhe criar novas interrogações para que ele se sinta interessado a responder. O acto de ensinar implica uma atenção constante aos métodos de ensino, que constitui o canal de informação. Conforme os assuntos a abordar, devem ser utilizados os meios mais convenientes para aproximar o docente do aluno. Esta proximidade implica que o método de ensino seja democrático, ou seja, é necessária a participação activa do aluno. Este processo de realimentação é de capital importância. A participação deve ser encorajada, tendo como objectivo fundamental o desenvolvimento de um conjunto de qualidades, que farão falta a qualquer quadro. São elas:

            decisão
           
planificação
            organização
           
trabalho em equipa
            domínio técnico-científico.

É pela discussão do trabalho continuamente desenvolvido, que se deverá procurar aumentar estas qualidades no aluno. O trabalho em equipa deve ser particularmente estimulado. Mas, para que o ensino seja efectivamente democrático, é necessário encorajar os alunos à procura da verdade pelos seus próprios meios, ultrapassando os limites da sala de aula, acabando por ser uma das formas de participação. Embora o docente deva fazer publicações dedicadas à actividade da aprendizagem, não devem ser essas obras as únicas a que o aluno tem acesso para consulta. Tal seria uma prática totalitária, contrária ao desenvolvimento dum pensamento aberto e dialogante. O desenvolvimento das capacidades dos alunos está ligado à forma prevista, executada e consequente dos docentes. O docente é responsável pelo conhecimento de todas as condicionantes ao seu trabalho.

 

METODOLOGIAS GERAIS

DIDÁCTICAS ESPECÍFICAS

Qualquer didáctica específica, estuda cientificamente as formas mais adequadas de se transmitir conhecimentos. As didácticas ligadas às artes performativas não fogem a essa regra. Ter em conta sempre o como, o porquê, o onde e o que foi, leva , o docente, a tornar-se mais performant, consciente, eficiente e responsável, à medida que evidencia uma autonomia que lhe será necessária para sempre na sua prática. É claro que a formulação de uma metodologia só é entendida se houver conhecimentos básicos de História da Pedagogia, para que os conceitos escolhidos sejam aplicados, compreendendo as evoluções, tanto na sociedade como nas pesquisas científicas, consequencializando princípios pedagógicos. É por isso que as didácticas não podem funcionar como receita, porque o reestudo dos métodos leva sempre a reformular novos conceitos e novas fórmulas. Deve é ter-se em conta uma realidade específica - o conhecimento e a realidade dos componentes dos grupos com quem se trabalha para que a utilização de uma estratégia e método não se transforme numa experiência gratuita. Qualquer situação pedagógica deve facilitar a análise explícita e justificada que provoque deduções pertinentes e coerentes ao processo. Daí a grande necessidade de uma planificação actualizante, que considere as condições epistemológicas e as circunstâncias didácticas. Se se prevenir da justeza das circunstâncias escolhidas, todas as situações que se improvisem para além da programação correm menos riscos de insucesso. Os alunos têm tendência em ser mais colaboradores se as actividades preconizadas lhes parecerem úteis no sentido de resultados, e credíveis se se aplicar rigor na manutenção e na orientação dos conteúdos. É evidente que quando se definem objectivos, tem que se pensar que se está a definir um pouco a "construção humana" que se espera. Daí que os conceitos de vida devem respeitar a construtividade positiva a todos os níveis. Nunca se poderá só programar por programar, jogo pelo jogo, prazer pelo prazer, mas sim programar para construir sabendo, jogo pelo dinamismo do controle das regras sabendo fazer, prazer para que a alma estética do indivíduo se eleve com amor sabendo ser.

Tudo isto leva sempre a uma avaliação, que no caso do uso de didácticas específicas da Criação Teatral na Educação não deixa de se fazer em dois sentidos - a avaliação do trabalho como formador e a avaliação do trabalho do formando, sempre mais no sentido de uma avaliação criterial do que normativa.

As actividades começam por ser ligeiramente fechadas no grupo. Os princípios que norteiam esta corrente são baseados na pedagogia do não directivo que obriga o orientador, a controlar todas as atitudes de emissão/recepção, de forma a que o grupo não entre em anarquia, mas que perceba, ou não percebendo, sinta a harmonia tão necessária para que a disponibilidade psicológica funcione. Em termos de estratégia, também se utiliza a indirectividade para que o jovem não se sinta uma cobaia em experimentação, mas que a experimentação seja uma necessidade, um meio e uma luta que cada um terá de travar em função do seu próprio desenvolvimento. Não se deve esquecer um aspecto importantíssimo - o amor, para sensivelmente usar o saber e a intuição. Não impôr completamente e sem sensibilidade as propostas, é para o grupo se sentir em situação de verdadeiro trabalho colectivo ( sempre debaixo de uma auréola ficcional para melhor intrusar as linguagens dramáticas ).

É este estatuto disciplinar de prática do drama, como promotor para o conhecimento e para a formação estética, que leva a um género de planificação que contemple factos e princípios como:

            1- O Jogo e o Teatro estão interligados por laços de Jogo/Acção onde o acreditar funcione;
            2- Ao acreditar que  o Jogo é pensamento em acção, o sustento do jogo é o enredo, e quando o jogo se sustenta no enredo, efectuam-se aprendizagens nas descobertas objectivas ao elaborar conceitos praticados em abstracções. Consequentemente delineiam-se valores, atitudes e sentimentos; tudo é claro quando se joga o Jogo que se produz e entende, quando se constrói o sentido de colectivo na focagem de ideias para soluções;
            3- Como professor, não se pode valorizar só a intuição, deve-se dominar uma série de técnicas para poder dominar as situações;
            4- A planificação deve ser clara no percurso da aprendizagem, no sentido de criar ambiente propício e espaço mágico de indução, na (re)construção de um mundo interior a partir da relação com o mundo exterior.

Ao explorar situações para serem aplicadas posteriormente, deve haver a preocupação em fazer entender ao jogador as linguagens, que ele próprio vai descobrindo, a sua análise e reflexão, para um futuro encontro com um destinatário em situação de Expressão/Comunicação. Claro que tal implica sempre uma exploração estética da criação e, neste caso, deve haver a preocupação que o grupo não fique em relação directa com estereótipos formais. Abrem-se outras perspectivas de fundamentar o trabalho, não só no conteúdo, mas também na forma de construção, que implicam todos os apêndices da Linguagem Dramática. Não será só um ensino centrado no Jovem, nem na actividade, nem só centrado em atingir objectivos do domínio cognitivo, como já oportunamente foi dado a conhecer.

Para além do que é nitidamente comum a todas as correntes didácticas, saliente-se a ideia de que todos podem ser "actores". É que, também se devem propôr esquemas de trabalho, ligados à realidade da própria vida e conceitos de "ser-se pessoa".

Os princípios básicos procuram definir a sua causa estética/pedagógica, pelo facto de se entender que todas as pessoas têm capacidade de expressão. Precisam é que um orientador, bem formado, saiba fazê-las "acordar", vindas de dentro pela sua própria existência e vindas de fora através da observação social. Em qualquer projecto de trabalho que se enceta, há conceitos estruturais que definem as respostas de improvisação. Quer-se sempre, através do trabalho, que se valorize esteticamente o conteúdo, mas pensa-se que não se deve ficar pela mensagem de um conteúdo. A composição formal/estética também implica qualquer instrumento de linguagem possível.

Pode concluir-se que as teorias apresentam um perfil pedagógico e filosófico que vão além do querer desenvolver as capacidades do indivíduo. A Arte, a sua prática efémera, como o é na CRIAÇÃO TEATRAL NA ESCOLA - EXPRESSÃO PELO DRAMA, onde as coisas acontecem em teia e se reconstroem constantemente, é o estandarte que norteia estas teorias e exigem do professor, a tal noção artística e pedagógica de GESTOR DO IMPREVISTO / ARTÍFICE / PEDAGOGO / ARTISTA / COMUNICADOR / CIENTISTA.

 

AVALIAÇÃO

INTRODUÇÃO

Conceitos de saber usar o corpo, a voz, a imagem, a cor, a luz, o som, a percepção de tudo o que nos rodeia, a composição de uma personagem com dados do jogador, dados da própria personagem, dados do orientador e de outros jogadores, domínio da focalização, tensão, contraste e simbolismo, são referências da Linguagem Teatral da qual nos devemos munir para se apresentar um trabalho destas linguagens de acção. O sentido da palavra e do corpo em acção num espaço é diferente do sentido da escrita inicial ( ponto de partida - quando é um texto inicial ). Aqui está a fuga ao naturalismo, como consequência do trabalho, sempre que seja proposto pelo professor, em que a forma estética é conseguida devido ao processo. Se o jogador puder criar ilusão, tudo certo, mas a grande preocupação dirige-se ao jogador no domínio do seu próprio discurso, ao mostrar-se numa situação de Expressão/Comunicação em que se trabalha ao mesmo tempo a forma e o conteúdo. É sempre um trabalho que leva os alunos a interpretarem o mundo que os rodeia, através deste espaço de criação em que intervêm, a partir das suas próprias emoções e sentimentos.

Todo o animador, obriga-se a estar num local de verdade, para o jovem se sentir e actuar na verdade, o que implica jogo, regras, rigor, e desenvolvimento de competências tais como:

            - o estar disponível;
            - o saber escutar e ser receptivo;
            - o deixar-se surpreender pelo inesperado;
            - o ser capaz de sentir o prazer do que é ser-se cúmplice no jogo, criando a afectividade anímica de grupo ( implicação afectiva );
            - e sempre a procura da inovação e da renovação.

Para levar a bom porto toda esta empreitada, há que cumprir regras, tais como:
            - nunca jogar só uma vez - retomar sempre o jogo com algo novo, nunca pensar que já está tudo feito;
            - propor, escutar e olhar - são aprendizagens constantes e evolutivas, cada um tem o seu próprio lugar dentro de uma forma de estar colectiva;
            - ter consciência de que o imaginário dá-nos resposta às alternativas e

LEVA INCONSEQUENTEMENTE AO DESENVOLVIMENTO DA SENSIBILIDADE, AO CONTROLE EXPRESSIVO, À ORIENTAÇÃO DO SENTIDO DE COMUNICAÇÃO E AO DOMÍNIO DAS COMPONENTES FUNDAMENTAIS DA CRIAÇÃO TEATRAL NA ESCOLA.

Apesar de já terem sido nomeados as regras principais de conduta, tanto para os alunos como para o orientador, deve deixar-se bem explícito que, ser-se claro é fundamental para provocar melhor comunicação, apresentar propostas atraentes para provocar inovação, deixar experimentar para provocar melhor conhecimento de si, dos outros e do meio, e deve sempre reflectir-se com os alunos sobre o trabalho feito, processo/produto e avaliação.

A avaliação é um meio de personalizar a educação. Usa-se, neste caso, para reflectir na eficiência dos processos, tanto o dos alunos como o do professor. Ajuda a compreender o que se esperava ao partilhar-se o resultado, ajuda a compreender a análise, ajuda a compreender o valor da reflexão para se concluir sempre algo de positivo.

 

Não devo esquecer que a educação  (como dizia Dewey) não é a preparação para a vida, é a própria vida, e para ser sempre vida, devo ser rigoroso e maleável ao mesmo tempo.

AS COORDENADAS VALORATIVAS QUE PROPONHO PARA A AVALIAÇÃO AOS ALUNOS, SÃO A COMUNICAÇÃO, O TRABALHO, AS VIRTUALIDADES, A ASSIMILAÇÃO, A ASSIDUIDADE E A RELAÇÃO DE GRUPO.

 

 PARÂMETROS QUE APLICO PARA AVALIAR O MEU TRABALHO

.RIGOR NO PROCESSO
.REACÇÃO E APROVEITAMENTO DO IMPREVISTO
.RELAÇÃO AFECTIVA
.VERACIDADE E CLAREZA NA COMUNICAÇÃO
.DAR TEMPO E POSSIBILIDADES DE EXPERIMENTAÇÃO AO PROCESSO DE TRABALHO DOS ALUNOS
.SABER ESCUTAR E VER
.SABER SE O PRODUTO LEVOU A UMA RETROSPECÇÃO
.SENTIR SE A FORMA FOI O RESULTADO DE UMA VERDADEIRA EXPERIMENTAÇÃO E DE DESCOBERTA DO SENTIDO TEMÁTICO
.APRECIAR O VALOR QUE FOI DADO AO TEMA
.DEFINIR QUE ESTIMULAÇÃO DE QUALIDADE FOI TRANSPOSTA AOS ALUNOS

 PARÂMETROS QUE APLICO PARA AVALIAR A RELAÇÃO DE GRUPO

.ESPÍRITO DE INTER-AJUDA
.RESPEITO PELAS DIFERENÇAS
.INTERACÇÃO NO GRUPO

 PARÂMETROS QUE APLICO PARA A AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DO ALUNO

.EMPENHAMENTO
.ENTREGA
.RIGOR
.SENSIBILIDADE NA COMUNICAÇÃO
.CONCEPÇÃO
.EXECUÇÃO
.AUTONOMIA
.CAPACIDADE DE ANÁLISE
.CRÍTICA E AUTOCRÍTICA
.INTEGRAÇÃO NO PROCESSO CRIATIVO
.RESPONSABILIDADE NA PONTUALIDADE E ASSIDUIDADE
.INTERVENÇÃO EXPRESSIVA
.ORIENTAÇÃO E DOMÍNIO COGNITIVO NAS ACTIVIDADES LÚDICAS E NA INTERACÇÃO DO GRUPO
.INTERVENÇÃO COM OPORTUNIDADE
.ORGÂNICA COMPORTAMENTAL CONSTRUTIVA

 

GESTÃO HORÁRIA

Tal como vem designado nas propostas de revisão curricular do Ministério da Educação, esta é uma disciplina dirigida aos planos de estudo dos Cursos Gerais. Será considerada uma OFERTA DA NOSSA ESCOLA na Componente de Formação Específica. As últimas directrizes do Ministério da Educação apontam para ser uma disciplina anual para o 12º ano e possuirá uma carga horária de quatro horas e meia por semana, dividida em três momentos de aula por semana.


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