EU QUERO
DESPEDIR-ME DUM POETA
COM UM MONUMENTO DE PALAVRAS
ENQUANTO A AMPULHETA
FICA VAZIA
CONTANDO
O TEMPO
DO FIM
DA PO
ESIA
E
DO
PO
ETA
MAS EU
SERIA INCAPAZ
SE NÃO TE RECORDASSE
TAMBÉM COM AS ALCOVAS
E OS DIREITOS
DA MULHER
MESMO SABENDO
MUITO BEM
QUE TEMOS
CABEÇA DE
ESPELHO
Escrito "ao vivo", na manhã da morte do poeta,
no gabinete de apoio aos exames, a decorrerem
na Esc. Sec. de Oliveira do Douro – 1994 |