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Pedaços de Vida - Lisboa,
2021, p. 51 |
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Do
dever ser (II) |
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Do dever ser
ao querer ser
fica o espaço do
desejo de alguém inacabado
por mérito
ou demérito.
Na vastidão confusa
de quem se vê
há água e fogo
contrariados algures.
Talvez alguma vez
definitiva fusão.
Impossível vulcão.
Na escrita
estará o fim.
Possível princípio.
Porque conexa
quando emersa.
Porque vida
quando assumida.
No presente permanece
só leitura muda
de passado apoquentado
desaguando
em estuário prenhe
de vontade de ser
cristalina.
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17-03-1981 |
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