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RELAÇÃO
DOS ANTIGOS LAGARES DO DIST. DE AVEIRO
De
acordo com o que dissemos no começo deste trabalho[1],
passaremos a apresentar, por ordem alfabética, uma relação de todos
os antigos lagares de vara e de parafuso do distrito de Aveiro de que
há referência na Delegação, em Coimbra, da Junta Nacional do
Azeite. Provavelmente, de alguns não restarão mais do que simples
vestígios ruinosos, se é que, por ventura, não terão desaparecido
por completo.
Para
uma mais fácil localização no espaço geográfico deste distrito,
procuraremos marcá-los no mapa que acompanha esta relação[2].
Note-se que apenas indicamos os antigos lagares, o que significa que,
além destes, existem diversos lagares modernos espalhados por todo o
distrito e ainda em funcionamento, num total de 40, repartidos do
seguinte modo pelos diferentes concelhos: 6 em Águeda, 2 em
Albergaria; 11 em Anadia; 6 em Arouca; 1 em Aveiro; 9 na Mealhada; 3
em Oliveira do Bairro; 2 em Sever do Vouga.
Concelho
de Águeda
1
- Aguada de Cima: pertencente a
Maria Martins Estima de Oliveira Coelho, foi este lagar cancelado em
1972 e, segundo parece, existe nesta altura apenas o edifício.
Concelho
de Anadia
2
- Ferreiros, freguesia da Moita:
pertence a Adelino Martins Ferreira, foi cancelado em 1972. O lagar já
não existe. Todo o material foi vendido para sucata e a casa está em
ruínas, restando apenas bocados de parede cobertos de silvas.
3
- Lameirinhas, freguesia de S. Lourenço: pertencente a Isac Oliveira
Castanhas, este lagar está há muito tempo parado e praticamente
abandonado. De tracção animal, ainda apresentava, até há poucos
anos, o moinho e a prensa de parafuso.
4
- Moita: pertencente a Luís
Martins M. de Castro, é um antigo lagar de vara. Não está ainda
cancelado, embora sirva, segundo informação, de arrecadação.
5
- Póvoa do Pereiro, freguesia
de Moita: pertencia aos herdeiros
de Manuel Rodrigues Simões, tendo sido cancelado em 1972. Após ter
sido vendido, foi totalmente desmantelado, existindo em seu lugar um
aviário.
Concelho
de Arouca
6
- Alvarenga: pertencente aos herdeiros de Manuel José
Duarte, foi cancelado em 1974. É um lugar de vara com moinho
de tracção hidráulica e, provavelmente, não mais voltará a
trabalhar.
7
- Alvarenga: pertencente a Maria da Conceição Galvão Noronha, mantém
válido o alvará e, em 1969, estava em estado de funcionamento. Com
moinho de tracção hidráulica, possui uma prensa de vara.
8
- Anterronde, freguesia de Santa
Eulália: pertencente à viúva de Albano Alves, foi cancelado em
1973. Possui um moinho de tracção hidráulica e uma prensa de
parafusos. Deste lagar nos ocupámos no capítulo IV - O Lagar de
Anterronde, pelo que para aí remetemos o leitor.
9
- Canelas de Baixo, freguesia de
Canelas: pertencente a Agostinho
Soares de Figueiredo, com quem tivemos oportunidade de conversar
durante a visita ao seu lagar, mantém válido o alvará e continua,
ao que parece, em estado de funcionamento.
10
- Canelas de Cima, freguesia de Canelas: já por nós
analisado no capítulo II, pertencia em 1965 a Maria Soares de
Andrade e, em 1973, passou para a posse de Artur de Andrade Pinto. De
tracção animal e com uma prensa de vara, foi cancelado em 1979.
11
- Espiunca: pertencente a José
da Fonseca, foi por nós visitado
em 10 de Agosto de 1969, não tendo encontrado qualquer ficha
referente a ele na Delegação de Coimbra de J. N. A.. Lagar com
moinho de tracção animal e prensa de vara, encontrava-se de tal modo
cheio de lenha que não o pudemos fotografar, tendo sido, no entanto,
obtidos alguns elementos com relativo interesse durante a entrevista
com o dono. Recorde-se o que dissemos a este respeito no capítulo de
introdução.
12
- Figueiredo, freguesia de
Burgo: pertencente a Isidro de Sousa Gomes Reimão, foi cancelado em
1972, dele só existindo, actualmente, as paredes em ruínas.
13
- Moldes: pertencente a António Teixeira, é um lagar de tracção
hidráulica com uma prensa de parafuso. Segundo informação colhida,
embora ainda autorizado, já não funciona.
14
- Paradinha, freguesia de Alvarenga: pertencente a José Mendes, este
lagar foi cancelado em 1977. Possui um moinho de tracção animal e
uma prensa de vara.
15
- Quinta do Arda, freguesia de
Fermedo: pertencente a Alberto Gomes Quintas, foi dado como cancelado
em 1972. Transcrevemos a informação recolhida na J. N. A.: «O lagar
está parado há muitos anos e completamente abandonado. O proprietário
é pessoa muito idosa e não voltará a trabalhar com o lagar. Existe
uma carta do proprietário (de 1972?) a comunicar que o mesmo está
desmantelado.»
16
- Santa Maria do Monte, freguesia de Santa Eulália: pertencente aos
herdeiros de António Teixeira de Almeida, conserva válido o seu
alvará e estado de funcionamento. Possui um moinho de tracção hidráulica
e uma prensa de parafuso.
17
- Seravigões, freguesia de Espiunca: pertencente a António Martins
Rodrigues, mantém válido o seu alvará, embora já não funcione,
segundo informações colhidas, há bastante tempo. Possui um moinho
de tracção animal e uma prensa de vara.
18
- Vila Viçosa, freguesia de Espiunca: pertencente a
Aníbal da Fonseca Pinheiro, mantém válido o alvará. Possui
um moinho de tracção animal e uma prensa de vara. Dele nos ocupámos
no capítulo III.
Concelho
de Castelo de Paiva
19
- Bairros: pertencente a Gisela
da Silva Lousada Soares, este lagar possui um moinho de tracção
animal e uma prensa de vara. Mantém válido o alvará.
20
- Casa da Póvoa, freguesia de Pedorido: pertencente a
António Meireles M. A. Mendonça, foi cancelado em 1976.
Possui um moinho de tracção animal e uma prensa de vara.
21
- Casa da Póvoa, freguesia de
Pedorido: pertencente a Luís
Meireles F. Mendonça, foi cancelado em 1976. Possui um moinho de tracção
animal e uma prensa de vara. Relativamente a este lagar, surge-nos uma
dúvida: o facto de na alínea 20 nos surgir um lagar no mesmo local,
com características idênticas, igual data de cancelamento e com um
dono cujo nome parece ser da mesma família, leva-nos a duvidar se se
tratará do mesmo lagar ou se serão efectivamente dois lagares
distintos.
22
- Cruz do Vale, freguesia de
Raiva: pertencente a Constantino
Teixeira de Oliveira, este lagar continua autorizado a laborar. Possui
um moinho de tracção animal e uma prensa de vara.
23
- Folgoso, freguesia de Raiva:
pertencente a Manuel Zeferino Moreira, foi cancelado em 1972. Possui
um moinho de tracção animal e duas prensas: uma de vara; a outra de
parafuso.
24
- Gilde, freguesia de Real:
pertencente a Manuel Gomes
Moreira Cardoso, foi cancelado em 1972. Possui um moinho de tracção
animal e uma prensa de vara.
25
- Gondarém, freguesia de Raiva:
pertencente a Manuel Leite de
Matos, foi cancelado em data não indicada nas fichas da J. N. A.
Segundo aqui verificámos, possui moinho de «tracção animal e uma
prensa de vara e uma de parafuso. Não trabalha há anos e costuma
servir de arrecadação.»
26
- Pedorido: pertencente a José Maria de Sá Seabra, foi cancelado em
1977. O lagar já não trabalha há vários anos, segundo informação
colhida, possuindo um moinho de tracção animal, uma prensa de vara e
outra de parafuso.
27
- Quinta da Fisga, freguesia de
Bairros: pertencente a Fernando
Salema, mantém ainda válido o alvará. Possui um moinho de tracção
animal e uma prensa de vara.
28
- Quinta do Outeiro, freguesia
de Raiva: pertencente a Luís Paulino L. Amorim, foi cancelado em
1980, estando já parado há anos. Possui um moinho de tracção
animal, uma prensa de vara e uma de parafuso.
29
- Raiva: pertencente ao
Engenheiro Luís da Rocha Soares
Júnior, foi este lagar cancelado em 1972. Segundo informação,
«o lagar está totalmente desmantelado e as paredes em ruínas.»
30
- Vale de Fães, freguesia de Sardoura: pertencente a Teófilo Maria
Seabra, foi cancelado em 1976. Possui este lagar um moinho de tracção
hidráulica, uma prensa de vara e uma de parafuso.
Concelho
de Vila da Feira
31
- Canedo: pertencente a António
Gomes Sameiro, mantém válido o alvará. Possui um moinho hidráulico
e uma prensa de vara.
32
- Pessegueiro, freguesia de
Vale: pertencente a Joaquim Francisco
Soavinho, foi este lagar cancelado em 1972. Segundo informação
colhida, «o lagar já não existe. Está desmantelado e o alpendre
onde estava instalado tem agora apenas um alambique.»
33
- Pomar, freguesia de Gião:
pertencente a Agostinho da Mota
Pereira Valente, o lagar encontra-se totalmente desmantelado, tendo
sido cancelado em 1972.
[1]
- Convém recordar que os elementos aqui apresentados correspondem
à recolha por nós efectuada na então designada J. N. A. em
1980.
[2]
- Sempre que não haja possibilidade de uma localização rigorosa
do lugar por falta de elementos nas cartas geográficas existentes
(inclusive a carta de 1:25 000 dos Serviços Cartográficos do Exército,
que utilizámos), limitar-nos-emos à localização da freguesia a
que pertence o lugar, referenciando-a, no entanto, com o número
da nossa relação.