Henrique J. C. de Oliveira, Por terras de Arouca. Quatro antigas oficinas oleícolas, In: Separata da revista "Estudos Aveirenses", n.º 2, ISCIA, Aveiro, 1994.

 

<<<

Figura 24: Prensa de parafusos do lagar de Anterronde, no concelho de Arouca.

 

Após a primeira prensagem, a prensa é levantada, a fim de se proceder ao caldeamento das seiras. Ouçamos a entrevista em que o Senhor José Teixeira nos explica como procede:

«Faz-se a premeira bez [a prensagem]. E tornou-se a desapertar. E as seiras põe-se acolá no lote, uma im cima das outras outra vez. E começa-se da do fundo a caldear com água quente que vem lá de cima duma caldeira, água quente que vem por este cano, por aqui e sai aqui. A gente abre a água aqui e bota dentro das seiras e mexe o bagaço bem mexido, mexido...»

- Mexe-se com quê? - perguntámos.

- «Com uma pá, com este pau. A água 'stá a ferber. A água 'stá a ferber. Põe-se estes três pauzinhos assim.»

E abrindo a seira, o Senhor José coloca os paus verticalmente, em três pontos aproximadamente à mesma distância uns dos outros para «lebantar a beira das seiras p'ra cima p'rá gente poder mexer o bagaço com a água a ferber.»


Página anterior    Página inicial    Página seguinte