Henrique J. C. de Oliveira, Por terras de Arouca. Quatro antigas oficinas oleícolas, In: Separata da revista "Estudos Aveirenses", n.º 2, ISCIA, Aveiro, 1994.

 

<<<

Figura 21: Trabalho de enseiramento no lagar de Anterronde, no concelho de Arouca, na altura em que ainda laborava.

 

Transformada a azeitona em massa, é aberta uma porta situada na parede exterior do vaso, caindo esta para uma ampla caixa de madeira, de onde é retirada para os masseiros por meio de uma pá vulgar, tal como se pode observar na figura 19. Compete este trabalho aos dois rapazes que ajudam o mestre do lagar na sua tarefa.

A operação seguinte é explicada pelo Senhor José Teixeira, de quem passamos a transcrever as palavras e cujo trabalho está documentado na figura 21.

«O masseiro é p'ra levar a massa. Eu estou aqui em cima (veja-se a citada gravura). Assim: uma seira bazia. E aqueles dois rapazes estão acolá [junto do moinho-figura 19]. Um énchi o masseiro e outro põe-m'aqui na beira. Eu pego no masseiro e broco in cima da seira [previamente colocada na sertã ou pio de pedra, entre os dois parafusos da prensa]. Broco, bira-se im cima da seira, da premeira seira. Depois torno a tchingar-lo masseiro e eles tornam a encher o segundo e eu broco na mesma seira. A seira fica cheia, ponho outra seira im cima. Bem outro masseiro de massa d'acolá da caixa, broca-s' im cima da outra seira. Leva cada seira dois masseiros.»


Página anterior    Página inicial    Página seguinte