Henrique J. C. de Oliveira, Por terras de Arouca. Quatro antigas oficinas oleícolas, In: Separata da revista "Estudos Aveirenses", n.º 2, ISCIA, Aveiro, 1994.

 

5 - O LAGAR DE ANTERRONDE

Figura 18: Chegada da azeitona ao lagar de Anterronde, no concelho de Arouca.

 

Em toda a nossa digressão por terras de Arouca, foi o lagar de Anterronde, na freguesia de Santa Eulália, o único que tivemos a oportunidade e o privilégio de ver trabalhar, acompanhando todas as operações de fabrico de azeite, desde a chegada da azeitona até à sua saída, já transformada no tão apreciado óleo de Minerva. Visitámos este lagar em plena época de laboração, a 12 de Janeiro de 1970, onde nos deslocámos expressamente, antes de seguirmos para terras do interior transmontano.

Situado no lugar de Anterronde, freguesia de Santa Eulália, no concelho de Arouca, pertence este engenho à viúva  de  Albano Alves,  encontrando-se,  segundo informações colhidas, cancelado desde 1973. Era um lagar bastante mais moderno que os anteriormente analisados. Embora em muitos aspectos já tecnologicamente ultrapassado, possuía um moinho de tracção hidráulica e uma prensa de parafuso, que analisaremos à medida que formos acompanhando o fabrico do azeite. Teremos, para tal, de recuar no tempo até à altura em que ainda funcionava, para podermos reviver toda a sua antiga actividade, bem assim a entrevista que então tivemos com os senhores José Teixeira e Augusto Teixeira, dois irmãos que eram, respectivamente, o mestre do lagar e o encarregado. O primeiro, trabalhava no enseiramento; o segundo, nas restantes actividades, tendo por ajudantes mais dois rapazes, os chamados moços do lagar ou ajudantes. Recuemos, pois, no tempo e vejamos como tudo ali se processava.


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