Pelo Dr. ALBERTO SOUTO
PASSA velozmente o Tempo e tão veloz que parece ser hoje,
ainda, o dia festivo em que, há vinte e cinco anos, celebrámos o
cinquentenário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
de Aveiro...
Neste quarto de
século dobado entre a comemoração de 1932 e a de 1957, a Morte não
se deteve na sua eterna faina e, de mãos dadas com o Tempo,
levou-nos muitos dos que comungaram connosco no júbilo e na alegria
em que decorreram as Bodas de Oiro dos nossos Bombeiros Velhos. |
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Dr. Alberto Souto
Presidente da Assembleia Geral |
Vai para todos os
nossos Mortos queridos destes vinte e cinco anos, o nosso pensamento,
com a lembrança das suas figuras físicas e morais, e a melhor homenagem
ao seu civismo, à sua conterraneidade, à sua dedicação a tudo quanto era
útil e belo na cidade de Aveiro, e, particularmente, à sua amizade por
esta benemérita corporação de salvação pública que é um título de ufania
a esmaltar a nossa heráldica de um brasão colectivo de Bem-Fazer.
Entre tantos nomes
saudosos que nesta hora desejaria lembrar, não posso esquecer o
conselheiro Luís de Magalhães, filho de
José Estêvão, e o nosso hóspede e amigo, de
Viseu, Dr. Mário Barroso, que tanto
ilustraram com a sua presença e a sua eloquente palavra a sessão solene
do Teatro Aveirense que, embora breve, foi das mais solenes a que tenho
assistido e em que, modestamente, tenho tomado parte.
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Dos sócios fundadores da Associação e sua Companhia, viviam ainda, em
1932, João Bernardo Ribeiro Júnior, Manuel e Fernando Homem Cristo,
António Marques de Almeida, Anselmo Ferreira, Luís Benjamim e João Nunes
da Maia.
Outros prestimosos
amigos e consócios, como Firmino Fernandes, Isaías de Albuquerque,
Firmino Costa, Ricardo Mendes da Costa e muitos mais não mencionados
neste breve artigo, desapareceram também depois disso na trágica
voragem.
A Morte e o Tempo
ceifaram-nos comandantes, directores, soldados activos, protectores,
colaboradores e devotos desta obra admirável que é a Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro. A nossa amizade, a
nossa gratidão e o nosso reconhecimento, porém, mantém-nos vivos no
nosso coração.
Para todos os nossos
Mortos, do mais ilustre ao mais humilde, vão, pois, as homenagens da
nossa saudade, neste dia de Bodas de Diamante, e não só para os nossos
Mortos dos últimos vinte e cinco anos, mas, também, para os do meio
século anteriormente decorrido, não menos dignos de serem relembrados.
Sem esse húmus de
saudosas e prestáveis memórias, esta Associação não existiria.
Ela vive sobre
estratos de insanos trabalhos, de belas virtudes cívicas, de grandes
sentimentos generosos, de altruísmo, de sacrifícios e dedicações de
centenas de homens bons que fizeram parte da comunidade aveirense.
É das seivas de
uma tradição de bondade e de amor do próximo, arreigada na alma
deste Povo que ela se alimenta.
Podemo-nos
orgulhar todos do tesouro de boas obras e bons sentimentos que nos
legaram.
Honra seja ao
exemplo desse venerando Passado!
E que a herança
sagrada se não perca, mas viceje e frutifique sempre em novas e
lídimas mãos! |
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Carlos Aleluia
Vice-Presidente da Assembleia Geral |
— Recolhei-a no
melhor da vossa alma e honrai-a sempre, oh! geração de Hoje e de Amanhã!
ALBERTO SOUTO |