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farol n.º 24 - mil novecentos e sessenta e seis ♦ sessenta e sete, pág. 11.

NA PRAIA

COMO tudo está diferente este ano na praia! O mar mais verde... o céu mais azul... a areia mais branca... as pessoas mais felizes...

A tarde declina, as crianças riem e brincam nos últimos momentos desta tarde agradável. A maior parte dos veraneantes prepara-se para partir... partir, agora que o maravilhoso espectáculo está prestes a acontecer!

Na praia deserta, apenas eu... o mar... e o sol.

De azul que era, o céu vai-se tornando amarelo e vermelho. O mar, com tons de ouro e prata, mais parece o rico manto do noivado da princesa Natureza com o príncipe Sol: o príncipe de olhos flamejantes, todo vestido de ouro e púrpura.

A ondulação das águas provoca uma cintilação de miríades de estrelas.

Sentada num rochedo à beira da água, contemplo extasiada o maravilhoso poder de Deus, que se revela nas grandes como nas pequenas coisas. Mas, quem sou eu afinal para poder presenciar este espectáculo tão vulgar e ao mesmo tempo tão transcendente?! De tudo quanto ao Homem é dado observar é este um dos mais belos aspectos da Natureza.

Mas... perco-me em divagações. A grande «bola de fogo» está já quase mergulhada nas águas límpidas do oceano.

O céu está-se tornando violeta. A brisa fresca acaricia-me levemente o rosto.

Um barquito de vela desenha-se ao longe, rodeado por elegantes e esvoaçantes gaivotas.

São 8 h. e 30 m. da tarde. O sol esconde-se por completo. Levanto-me e dirijo-me lentamente para a cidade buliçosa e barulhenta. No entanto, a sensação de paz e tranquilidade adquirida na praia não me abandona mais...

Michie
(5.º ano)
 

 

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11-06-2013