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farol n.º 24 - mil novecentos e sessenta e seis ♦ sessenta e sete, págs. 4 e 5

Por terras que a História

e a Natureza fizeram famosas

João Raposo
(4.º ano)
 

REALIZOU-SE no passado domingo dia 13 de Março a excursão do 3.º ciclo, na qual tomaram parte os Ex.mos Senhores Dr. Alberto Resende Pires e Dr. Manuel Alberto Amaral e cerca de 50 alunos do 3.º e do 4.º anos.

A partida foi retardada em cerca de meia hora, em virtude do atraso da camioneta que transportava para Aveiro os colegas de Ílhavo.

Por volta das sete horas e meia iniciou-se a primeira parte da viagem, com destino a Coimbra, onde se fez uma paragem. A sua curta duração apenas permitiu que se comprassem alguns postais e que se tomassem algumas bebidas.

Recomeçada a viagem, dirigimo-nos – já com sol brilhante – a Tomar, onde chegámos por volta das onze e meia. O nevoeiro que envolvia a estrada até Coimbra desaparecera completamente. Fizemos uma visita ao Convento de Cristo, onde um guia nos mostrou a igreja dos Templários, construção cujo centro é ocupado por um altar de forma octogonal. À volta desse altar dispunham-se todos os que assistiam aos ofícios divinos. Passamos depois ao Claustro de D. Afonso III e vimos a Janela da Sala do Capítulo. Subimos ao Terraço da Cerca e a visita terminou no Claustro do Cemitério.

Em seguida, no jardim em frente ao Convento, teve lugar o almoço, que decorreu em ambiente de franca amizade e alegria.

Desceu-se depois à cidade, onde tivemos cerca de meia hora para passear. Junto de Tomar tivemos oportunidade de ver uma capela e um padrão comemorativos da junção das tropas de D. João I às de D. Nuno Álvares Pereira, em vésperas da Batalha de Aljubarrota. Perto existe uma fonte de chafurdo (fonte de S. Lourenço).

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A paragem seguinte foi em Fátima. Nos escassos minutos de que dispusemos, tivemos oportunidade de visitar o santuário e a capela das aparições, situadas na Cova da iria.

A viagem foi novamente interrompida na Batalha, para a visita ao Mosteiro.

O guia mostrou-nos a capela do Fundador, na qual se encontram os túmulos de D. João I e de sua esposa, de D. João II, de seu filho D. Afonso, de D. Afonso V e de sua mulher D. Isabel e dos filhos do fundador do Mosteiro: D. Pedro, D. Henrique, D. João e D. Fernando.

Na capela dos Mártires observámos o túmulo de mosaico de D. Lojo Dias de Sousa e, na parede oposta, os vestígios que os franceses deixaram, quando queimaram as alfaias da capela para lhes tirarem o ouro, depois de terem mutilado e violado o túmulo a que acima me referi.

Entrando na Sala do Capítulo, pudemos apreciar a magnífica abóbada cuja construção se deve ao arquitecto Afonso Domingues e o túmulo do Soldado Desconhecido da 1.ª grande guerra mundial.

Antes de passarmos às Capelas imperfeitas, visitámos o refeitório, actualmente transformado em museu, onde pudemos comprar recordações da visita. O acesso às capelas a que acima me referi é feito através de um portal de magnífica ornamentação.

Fomos depois visitar a capela de S. Jorge, a pouca distância da Batalha, erguida no terreno onde se dispunha a ala do nosso exército, que D. João I comandava.

Daí seguimos para Leiria, onde visitámos o castelo. Descemos à cidade onde tivemos uns escassos momentos para passear.

A paragem seguinte fez-se na Figueira da Foz. Era já noite. A temperatura estava amena e fazia-se sentir uma brisa agradável. Dispusemos de meia hora para passear.

A última etapa da viagem (Figueira da Foz–Aveiro) decorreu normalmente. À semelhança das anteriores, gritou-se, cantou-se, houve risos, fizeram-se brincadeiras, reinou a boa disposição.

A chegada a Aveiro fez-se por volta das dez horas.

O passeio foi do agrado geral e o único inconveniente que teve foi o pouco tempo de que dispusemos, o que impossibilitou a visita ao Mosteiro de Alcobaça e o regresso pela serra da Boa Viagem, que oferecia, sem dúvida, um espectáculo de grandiosa beleza, atendendo à luminosidade esplendorosa do dia.

 

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11-06-2013