Jorge Quininha
(2.º ano)
A Pátria é a mãe comum e
o seu manto carinhoso obriga, por igual, todos os seus filhos. Não
enjeita nenhum, mas nem todos, infelizmente, se mostram dignos dela.
Assim, há filhos que a renegam preferindo-a a nações estranhas,
como há outros que não querem Pátria
nenhuma: são os comunistas.
Admira-me – e não pouco
– que haja Portugueses (que Portugueses
não são)
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que se envergonham da sua Pátria.
É que a nossa Pátria é a Pátria de Afonso Henriques,
Nun'Álvares e Albuquerque; é a Pátria de Santa Mafalda,
Santo António e Santa Joana; é a Pátria de Pedro Nunes
e Garcia da Horta; a Pátria de Martim Moniz, do Infante
Santo e Carvalho Araújo; de Duarte de Almeida, mais conhecido pelo apodo de «O Decepado» que na célebre batalha
de Toro, para defender o símbolo da sua Pátria, ali perdeu
os braços mas ganhou, para si e para Ela, honra imortal.
D. João de Castro, precisando de contrair um
empréstimo para serviço da Pátria, quis empenhar os ossos
do filho; como eles não estivessem em condições próprias,
empenha as próprias barbas.
E as mulheres? Essas não ficaram atrás. Mariana
de Lencastre oferece os filhos à Pátria. Na mesma ocasião
fez outro tanto D. Filipa de Vilhena; e, ao tempo em que
os armava cavaleiros, naquela madrugada gloriosa de 1.º de Dezembro
de 1640, ia-lhes dizendo:
– Ide, que a Pátria vos espera; voltai vencedores ou não volteis
nunca, que vos não quero ver vencidos.
A nossa Pátria assistiu à tarde gloriosa de
Aljubarrota e admirou o heroísmo dos seus filhos, como estava presente na
hora bendita em que Vasco da Gama chegou a Calecute. As areias
africanas embeberam-se do melhor sangue Português. O sertão
brasileiro recebeu no seu seio os
corpos de milhares de bandeirantes. Em todas as partes do Mundo o
génio Português lançou, criou e firmou as raízes
da sua Pátria. Com isso a engrandeceu, abatendo, sobretudo,
o Crescente Árabe.
Mesmo nos nossos dias vemos os soldados de Portugal em luta pela
defesa do nosso património em terras de Angola e Guiné; os próprios
civis, animados do mais acrisolado amor Pátrio, agarram-se à Terra que defendem, e,
de olhos em Deus, dentes cerrados e arma aperrada, juram
em nome da Pátria: – Por cima ou por baixo da terra, aqui ficaremos!
Por tudo isto o filho que não ama nem defende a sua
Pátria é um criminoso como aquele que embebe um punhal
no seio de sua Mãe. É um réprobo! |