Agostinho Vidal de Pinho
(5.º B)
A
desistência é própria dos fracos? Sim, é. Vemos que
quase todo o ser humano tenta resistir à ordem
dos factos e, por vezes, vence e contraria o destino, modificando por completo a sua vida. Alguém
que se sente incapaz de lutar, por mais ilustre que seja a
sua linhagem, cai no caos do abandono da sociedade que o
cerca. Não é só ver viver os outros; precisamos de experimentar as dificuldades que rodeiam a nossa vida obscura e
espinhosa e tirar um a um, com mais ou menos esforço, todos os espinhos que estão cravados na página longa da
caminhada para o fim...
Um homem que se deixa arrastar pelo desalento moral
e físico, não é mais que um parasita que contamina as ideias
e as acções sãs do seu próximo; pelo contrário, aquele que
num momento parece despenhar-se e, pouco a pouco, sem
desanimar, caminha com persistência e tem êxito final, glorifica a
origem e a humanidade. Este é o homem adequado
para guiar os interesses de um povo e ser o cérebro que
orienta os mais fracos e lhes dá forças para continuar a luta
contra os factores adversos.
É aquele, o indolente, o despojo humano, o farrapo vivo, que
arruinava a nação, pois, desprezado e irreconhecível pelos semelhantes, pratica actos impróprios de um ser
racional. Vendo-se rebaixado, fracassado, os seus sentimentos são baixos e não consegue comandar-se a si próprio,
comandar a vontade, os interesses e a força. Não consegue,
este homem, ser objecto de consideração e afecto da família,
dos amigos; será apenas uma sombra... Sem ideal fixo, que é a
estrela que brilha ao longe e para ele é distante e inalcançável, não triunfa, de certeza, não o pode fazer, por mais
que o julgue.
Não vamos seguir este exemplo. O sacrifício faz parte
do prémio que nos está reservado depois da conquista final
e, tudo o que tenhamos em mente, será vencido, ultrapassado, indo marcar os passos lentos, mas seguros, que damos
na estrada da vida. |