Maria Alexandrina
Carvalho
(6.º ano)
Dias que passo, sem saber que os passo
Horas que ultrapassam o limite do tempo
Sempre a meditar, diluir ideias, remexer
No lodo desta alma que desfaço.
E o nunca que se espera a toda a hora
E a náusea das horas sem medida,
É um esforço vão, porque o meu pobre ser
Já não vive, não sente, apenas chora.
O que busco afinal já não está em mim,
Nem a simples presença é sequer
Daquilo com que anseio no meu intimo
É mais por procurar, que procuro um limo
Sinto a febre arder mas sem remédio,
A alma fica mole, exausta de cansaço
E os sentidos atentam ao saber que o sonho
É mais do que p' ra mim,
é p' ra matar o tédio. |