O Moliceirinho Sabichão. Acesso à hierarquia superior.

joão pereira de lemos, O Moliceirinho Sabichão, 1ª ed., Aveiro, Ameise Editora, Lda, 2010, pp. 22 a 29


GLOSSÁRIO

ADÁGIO – provérbio, ditado, sentença moral.

ADUBAR – lançar à terra adubo ou fertilizante.

ALFAIA – pode ser uma pá ou enxada que serve para cavar a terra, o sal e outros materiais.

ALGIBÉ – nome que os marnotos também chamam aos rectângulos onde se faz o sal.

AMURA – corda que prende a vela a uma argola.

ARIEIRINHO – localidade junto à laguna (ria).

ARRAIAL – festa popular.

ASTROLÁBIO – aparelho redondo em metal que serve para os marinheiros saberem onde estão.

AVENCA – planta utilizada, entre outras coisas, para fazer chá.

BAJUNÇA – planta que nasce nos muros das marinhas.

BARLAVENTO – borda do barco que fica do lado do vento.

BARROCAS – terra com árvores que pertence a Seixo, Mira.

BENTO – santo, benzido, frade.

BIARRITZ – praia entre a Barra e a Costa Nova.

BICA – peça recurvada na frente do barco moliceiro.

BICO DA MURTOSA – terra mais a Sul do concelho da Murtosa e que é banhada pela Ria.

BOCA – largura dos barcos.

Elementos do moliceiro - Clicar para ampliar.

BÔCO – rio que passa pela vila de Vagos.

BOLINA – corda que dá inclinação à vela para aproveitar o vento.

BOLINÃO – corda que liga a parte superior da vela à bica (caracol).

BOMBA – porta que sobe e desce para a água da ria entrar nas marinhas de sal ou nos viveiros de peixe.

BORBURINHO – reboliço, pancadaria.

BUJIGANGA – coisa ou brinquedo sem valor.

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BULHAS – terra à beira da laguna (ria) que pertence à vila da Murtosa.

CABEDELOS – pequeno monte de areia no meio da água.

CAÇADEIRA – bateira para pesca e para caça com 7,30 m de comprimento por 1,15 m de largura.

CAIS – trapiche, local onde encostam os barcos para carregar ou descarregar.

CAMARADA – companheiro que anda no mesmo barco.

CANAIS – regos de água com menos de 2,5 m de fundo.

CANOA – pequeno barco.

CARBONETO – marinha onde se faz o sal.

CARRASCÃO – vinho de fraca qualidade.

CATRE – cama pobre em madeira.

CEPA – tronco de videira que dá cachos.

CHANÇA – recorte decorativo do leme na aresta exterior (pode ser para ajudar a subir o leme com uma corda; também há um rio com o mesmo nome, mas como o Moliceirinho era muito convencido, que é o mesmo que vaidoso, assenta-lhe como uma luva).

CHINCHA – bateira para muitas artes de pescar, variando entre 8 m e 9 m de comprimento.

CÍRCIO – cilindro de madeira com que se toma rijo e liso o chão onde se faz o sal.

CONE – é o feitio dos montes de sal, que são redondos no chão e terminam em bico.

DESCOBRIMENTOS – encontrar ou achar novas terras onde nunca se tinha ido antes.

DESFRALDAR – soltar a vela do barco ao vento.

DEVOÇÃO – adorar Deus ou um santo.

DEVOTO – pessoa muito admiradora de um santo.

DRAKKAR – barco antigo que existia na Suécia, Noruega e Dinamarca; igual ao do Asterix.

ERVEIRA – bateira, barco para transporte de erva, mato, etc. com 5 m de comprimento e 0,80 m de largura.

ESCOTA – corda ligada à parte de baixo da vela e que dá mais ou menos pano para o barco navegar.

ESPINHEIRO – canal da laguna (ria) que vai da cidade da Gafanha para Norte.

ESTALEIRO – local da construção dos barcos.

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ESTEIRO – canal estreito da ria que entra pela terra dentro.

ESTIBORDO – lado direito de um barco para quem olha da parte de trás para a frente do mesmo.

ESTRUMAR – adubar as terras para semear e depois colher, por exemplo, batatas.

EX-LIBRIS – livro (imagem ou objecto típico) pertencente a um lugar ou a alguém (como é o caso do moliceiro para Aveiro).

FENÍCIOS – antigo povo comerciante e marinheiro, do mar Mediterrâneo.

FERTILIZANTE – adubo para aumentar a produção, por exemplo, do milho.

FESTIVALEIROS – pessoas que gostam muito de ir à festa.

FOLGUEDO – brincadeira.

FOLSA – talvez derive de fóssula que é uma fossa ou cova pequena.

FOLSAS NOVAS – cais próximo da vila de Vagos onde atracam os barcos.

GALIZA – província de Espanha.

GAMELA – vasilha onde se dá de comer aos animais, tronco de árvore escavada.

GRADE – ripas para segurar as cepas.

GRAMATO – erva que dá o nome a uma ilha que fica no meio da laguna (ria).

GRAU – no caso do sal, é para saber se a água tem mais ou menos grau.

GRINALDA – coroa de flores.

HECTARE – é como um campo com 10.000 m2, ou seja, um pouco maior do que um campo de futebol.

HORIZONTE – quando se olha da praia para onde o mar acaba, olha-se para o horizonte.

HORTELÃ – planta aromática, utilizada normalmente para fazer chá.

ÍLHAVA – barco de Ílhavo parecido com o moliceiro mas com mais pontal.

LABREGA – bateira, barco para vários tipos de pesca com 9,10 m de comprimento por 1,35 m de largura.

LAGUNA – extensão de água salobra ou salgada separada do mar por um cordão de areia, a Ria de Aveiro recebe água do Rio Vouga e do Oceano Atlântico.

LAMEIRO – terreno de lama onde cresce erva.

LAVRAR – abrir sulcos ou rêgos na terra, mas no caso do poema, o lavrar significa que há muitas coisas que / 26 / temos de conseguir.

LAZER – descanso.

LODO – lama fecunda, boa terra da ria fertilizante.

LOTA – local onde se vende peixe.

LORPA – totó, apalermado.

LUFADA – um sopro de vento.

MAGOTE – muita gente.

MAQUETTE ou MINIATURA – pequeno barco igual aos grandes.

MARINHA – local onde se faz sal.

MARINHOA – bateira, barco para pesca com 8,50 m de comprimento e 1,75 m de largura.

MARNOTO ou MARNOTEIRO – o homem que trabalha nas marinhas de sal.

MAROLA – onda pequena.

MATOLA – barco moliceiro todo pintado de negro e que é construído na região de Vagos.

MATRÍCULA – número e letras Pintados à proa para saberem quem somos.

MEDITERRÂNEO – mar entre a Europa e a África.

MEIA-LUA – barco a remos da pesca da sardinha, carapau, etc., com o método do cerco (há quem lhe chame Arte Xávega).

MERCADO ANTIGO – local onde se vendem objectos iguais aos de antigamente.

MERCANTEL – barco para transporte de diversos materiais com 20 m de comprimento e 3 m de largura.

MOIRÃO – vara com 6 m que se espeta no fundo da laguna para amarrar o barco.

MOLDE – cércia, curva de madeira para ajudar a fazer o desenho dos barcos.

MOLÉSTIA – doença.

MOLICEIRA ou BATEIRA DE CANELAS – barco que transporta mercadorias e moliço com 9,30 m de comprimento e 1,15 m de largura.

MOLIÇO – ervas que crescem no fundo da laguna (ria) e que servem para estrumar.

MONTE FARINHA – ilha no meio da laguna (ria).

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MOTA – muro em terra à volta das marinhas.

MUGIGANGA – arte de pescar com uma rede com 35 m de comprimento.

NÁUTICO – marinheiro que sabe andar de barco no mar.

NÓNIO – instrumento de medida.

OCASO – pôr-do-sol.

OSTAGA – corda que serve para levantar a vela do barco.

PÁ DE AMANHAR – utensílio (objecto que serve para alguma coisa) com rebordos laterais para trabalhar nas marinhas.

PAGANISMO – pagão, termo que se refere a várias religiões não Judaico-cristãs.

PAJÃO – pá para alisar os montes de sal.

PAPALVO – pessoa que facilmente é enganada.

PARDILHÓ – terra próxima da laguna (ria) que pertence à vila da Murtosa.

PARREIRA – cepa de cachos cujos ramos se estendem em latada.

PATACHA – bateira, barco parecido com a caçadeira, tem 4,40 m comprimento e 1,25 m largura.

PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE – desde 1972, a UNESCO começou a escolher as coisas mais importantes da terra e o moliceiro devia ser escolhido.

PATRONO – padroeiro, afago, santo, que se escolheu para pedir pelos humanos junto de Deus.

PAU DE PONTOS – bitola, pau com marcações que serve para dar o feitio ao barco.

PAU PARA TODO O SERVIÇO ou PAU PARA TODA A OBRA – pessoa para todo o trabalho.

PAINEL – pinturas dos dois lados da proa e da ré.

PETROMAX – candeeiro utilizado antigamente.

POEMA – escrita que merece ser cantada.

PONTAL – altura mais baixa dos barcos.

PREGAÇÃO – falar às pessoas acerca dos feitos de Deus e dos santos.

PRÉ-HISTÓRICOS – homens e mulheres que viveram há mais de 5.000 anos.

PROA – bica, parte da frente dos barcos.

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PRESERVAR – defender.

QUE TEÇO – que faço.

QUILHA – é um barrote em madeira (ou ferro) que corre todo o fundo exterior dos barcos.

RAPÃO – pá para rapar e apanhar o sal das marinhas.

RASTRO ou RASTO – foco de luz que o pôr do sol projectou no chão.

RAZOILA – ancinho para varrer o sal.

– popa, parte de trás dos barcos.

RECURVA – no moliceiro, na parte da frente é para cima e para trás.

REMANSOSA – mansa, vagarosa.

RETESOU – esticou a corda.

RIZES – ilhós abertos na costura da vela, por onde passam cordéis para reduzir a superfície da mesma vela.

ROLETA – jogo de sorte.

ROMEIRO – pessoa que vai a festas ou lugar de devoção a um santo.

SALINA – local que há na Ria onde se faz o sal.

SUMÉRIA – antiga civilização que surgiu no Norte da Mesopotâmia, hoje o lraque.

SUOR – é o líquido que escorre da testa e outras partes do corpo, quando corremos ou brincamos muito.

TEÇO – tecer, fazer.

TIO – forma carinhosa de tratar pessoas mais velhas.

TORREIRA – localidade com praia junto à laguna (ria).

TRAZEIRO – popa, ré, parte de trás dos barcos.

UGALHO – apagar com o ugalho as pegadas nas salinas com o chão ainda mole e limpeza das lamas.

VELA – pano grosso que agarrado ao mastro faz com que o vento faça andar o barco.

VIRINHA / CRUZADO – dança.

VIKING – povo antigo dos seguintes países: Suécia, Noruega e Dinamarca.

VIVEIRO – é onde crescem os peixes.

XÁVEGA – arte de pesca por cerco com um barco chamado "calão".

 

 

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