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Hoje em dia, o cinema já não é visto numa perspectiva meramente social, mas também comercial. «Hoje o cinema exibe-se e deita-se fora. Vai-se comer pipocas e beber coca-cola e no intervalo vê-se o filme. No fim da sessão, há uns a sair, já estão outros à porta para entrar», explica o Sr. Dias Pereira. Recorda ainda a abertura do 2002 em Janeiro de 1980: «Os aveirenses vinham ao 2002 porque os outros cinemas eram grandes e desconfortáveis; no Inverno era preciso levar um cobertor para o cinema e no Verão a pessoa tinha de fazer "strip-tease" para conseguir aguentar o calor.»

O acesso aos filmes também se alterou. «Os filmes são alugados em regime de percentagem. O filme vem para o cinema e, por exemplo, 50% da receita da bilheteira vai para as distribuidoras, ficando 50% para nós. Chega a haver filmes em que 60% vão e 40% ficam», o que contradiz a ideia de que o cinema é um negócio bastante rentável.

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Com o encerramento do Avenida e do Aveirense, Aveiro ficou só com duas salas de cinema o que, segundo espectadores com quem falámos, não permite muitas possibilidades de escolha. Alguns acreditam que «a abertura de novas salas permitirá uma maior escolha em relação aos filmes e maior conforto das salas.»

Os amantes do cinema irão, pois, ter uma surpresa em breve: prevê-se a abertura de sete salas de cinema, em finais de 1998, no novo centro comercial que se encontra em fase de construção no Cojo.

«O que está a ser feito é o que se tem adoptado em todos os centros comerciais. Têm o mesmo tipo de alcatifa, cadeira, coeficiente e isolamento sonoro», explicou o engenheiro Luís Monteiro. E, ao contrário das salas mais antigas, grandes salas de cinema para uma grande quantidade de público, «a filosofia são as salas pequenas, de maneira a diversificar o número de filmes.»

Espera-se, no entanto, que a abertura de novas salas vá não só permitir o progresso cinematográfico em Aveiro, como também acordar a paixão das pessoas pela magia do cinema.

Sandra Magalhães ▪ Sara Santos ▪ Sofia Ferreira ▪ Tânia Almeida

 

«O espectador

sonha o filme

com o cineasta.»

André Basin

«Estranha evidência

do quotidiano.

Reside nesta evidência

o primeiro mistério do cinema.»

Edgar Morin
 

 

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