A UNIÃO ESTÁ NA DIFERENÇA

«Embora nunca se tenha descoberto para que servem, a verdade é há parolos em todos os países do mundo, cada um com o seu paladar, com o seu chapéu típico e com o seu próprio jeito de falar.» É com ironia que Miguel Esteves Cardoso (in Os Meus Problemas) se refere ao velho hábito das pessoas se catalogarem ou serem catalogadas... esta roupa / aquela roupa, isto / aquilo, etc., etc., etc.

Os tempos mudam, outras opções, novos estilos de vida, diferentes modos de vestir, andar e agir, mas o hábito mantém-se. Referimo-nos principalmente aos mais jovens que se concentram (juntam) em grupos diversos, principalmente nas comunidades escolares. A nossa não é excepção, claro! Por isso, falámos com alunos e ex-alunos do nosso liceu que, de algum modo, se identificam com determinados grupos sem que isso ( felizmente! ) seja sinónimo de total desunião.

NOME: Ricardo Relvas
IDADE: 16 anos
PROFISSÃO: Estudante
GRUPO: Street Wears
OPÇÃO: «Porque a modalidade (skate) é boa e o pessoal é fixe.»
ESPÍRITO: «Straight edge, malucos, very hard core. Temos estilo próprio.»
ESTILO: «Vestimo-nos como nos sentimos bem.»
DISCRIMINAÇÃO? «Um pouco, pela maneira de vestir, de ser e principalmente pela maneira de pensar.»

– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

NOME: Adélia
IDADE: 17 anos
PROFISSÃO: Estudante
GRUPO: Metaleiros
OPÇÃO: «Porque não dou muita importância para o resto das músicas. É uma simples opção, um gosto. Dou-me muito bem com os metaleiros, mas dou-me mesmo muito bem com o resto do pessoal. Pode-se dizer que há metaleiros e metaleiros. Há aqueles que gostam de violência e biqueirada, mas não é bem esse o meu ramo, ah, ah, ah.»
ESPÍRITO: «Por vezes, são muito brutos, mas sinceramente não sei explicar muito bem.»
ESTILO: «As pessoas vestem-se como querem e se sentem bem melhor. É o estilo de cada um.»
DISCRIMINAÇÃO: «Sim, completamente. Existem algumas pessoas completamente idiotas que passam por nós e ficam a olhar com cara de estúpidas. Uma vez, estava a passear sozinha na avenida e reparei que urna velha estava a olhar para o meu brinco na sobrancelha. "Ai, meu Deus, esta juventude."Mas eu, nós não ligamos. Fizemos uma escolha e acho que em relação a isso ninguém deve dizer nada.»

– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

NOME: João Fino
IDADE: 21 anos
PROFISSÃO: Estudante
GRUPO: «Surfistas»
OPÇÃO: «Porque descobri que nesse grupo as pessoas se relacionam muito melhor, pensamos quase todos da mesma maneira, temos todos uma paixão em comum (a natureza), e as miúdas passam-se (risos). Mas como em todo o lado existem excepções à regra, indivíduos que encaram o facto de ser surfista como modo de exibição para as "meninas", como pessoas que vão à praia quando está sol e bom tempo ou até mesmo só no verão para se mostrarem. O verdadeiro surfista ou bodyboarder é aquele que aguenta temperaturas em condições climáticas adversas só para curtir momentos de pura adrenalina, «Surf is Life».
ESPÍRITO: «Ecológicos, solidários, companheiros, loucos, ousados, determinados, apaixonados e zecas.»
ESTILO: «Gostas de andar de fato e gravata? Vestimo-nos desta maneira porque simplesmente nos faz sentir bem. Mas a maneira de vestir depende e reflecte a personalidade de cada um.»
DISCRIMINAÇÃO: «Por vezes, mas estou-me a borrifar para muitas regras de moral que a sociedade nos impõe. Nasci livre e livre morrerei!»

 

Ficha-Técnica Direitos Humanos Visão dos alunos da área-escola Aproximação à vida activa

A união está na diferença Desporto escolar visto de fora Uma questão de diálogo

 Desporto na CERCIAV   Recuperação de tóxico-dependentes O cinema em Aveiro

 Konk! Banda ou bomba? Agonizing Terror (Inconformismo) Viagem ao mundo do jornalismo

     

   

5