APROXIMAÇÃO À VIDA ACTIVA
■ uma Opção dos Cursos
Tecnológicos ■
Há muito
que se acha necessário repensar, na Escola, os cursos tecnológicos e
suas finalidades. Assim, tendo como grande impulsionadora a psicóloga
escolar, Dr.ª Maria do Rosário Ruivo, surgiu o Clube de Aproximação à
Vida Activa (CAVA), que tem como objectivo «proporcionar aos jovens
oportunidades diversifica das de contacto com o mundo de trabalho».
As suas
actividades tiveram início nos finais de Outubro, quando alguns alunos
dos diferentes cursos tecnológicos se reuniram no gabinete de psicologia
desta escola. No entanto, e com o aumento dos intervenientes no CAVA,
prevê-se um «espaço próprio, funcional, com capacidade para trabalho
conjunto de professores e alunos».
O Clube
de Aproximação à Vida Activa estabeleceu um intercâmbio com várias
entidades, destacando-se o Instituto de Emprego e Formação Profissional,
o Instituto Português da Juventude, Associações Profissionais e a Câmara
Municipal de Aveiro, com as quais se pretende «ajudar o aluno a
aproximar-se do mercado de trabalho formando uma ideia mais real»,
disse-nos a Dr.ª Maria do Rosário.
O CAVA
irá promover, ainda, encontros com profissionais dos cursos
tecnológicos, iniciativa que começou no dia 21 de Novembro com a
presença de um engenheiro químico e que se prolongará até final do ano.
Apesar
das boas perspectivas do Clube, a adesão por parte dos alunos não tem
sido a melhor, essencialmente devido ao desconhecimento deste projecto,
como é possível concluir a partir da sondagem realizada a 15 alunos das
áreas tecnológicas de Comunicação, Informática e Design, segundo a qual
apenas um dos inquiridos conhecia o CAVA. Facto que esperamos se venha a
modificar uma vez que, entretanto, num dos átrios laterais da escola se
encontra um placar informativo sobre o Clube.
Hoje estudo e amanhã?
Cada vez
mais, os estudantes põem em causa se valerá a pena andarem a estudar. Os
anos de estudo são muitos, as disciplinas difíceis, os encargos
financeiros são grandes e as perspectivas futuras muito fracas. Ao
colocarmos numa balança de dois pratos todos os prós e contras, sem
dúvida os contras irão pesar mais e, assim como uma luta contra a maré,
os estudantes não se sentem minimamente motivados.
A partir
do 9º ano de escolaridade, é possível escolher uma área e, dentro desta,
uma vertente tecnológica ou de prosseguimento de estudos. Na Escola
Secundária José Estêvão existem três diferentes cursos tecnológicos:
Comunicação e Difusão, Informática e Design.
Os 15
inquiridos destas referidas áreas do 12º ano prevêem uma razoável
ingresso no mercado de trabalho, apesar de constatarmos que 12 pretendem
prosseguir estudos universitários e apenas 3 pretendem estagiar nas
respectivas áreas. Sendo assim, porquê a escolha de um curso
tecnológico?
A
maioria (40%) optou por um curso tecnológico por lhe encontrar uma maior
facilidade, seguindo-se razões como uma maior preferência, uma melhor
preparação para a vida activa (27%), o desejo de frequentar ou evitar
determinadas disciplinas (20%) e, por último, o querer trabalhar após o
12º ano (13%).
Após
três anos de formação tecnológica, 40% dos inquiridos considera que o
seu curso tem correspondido às suas expectativas, contra 20% que acha
que não. Os restantes 40% consideram que o curso apenas satisfaz em
parte os seus anseios. Estas insatisfações derivam do currículo das
disciplinas, do tipo/objectivo dos trabalhos a realizar e da preparação
inadequada para o mercado de trabalho.
Um
futuro (com)prometedor?
Em jeito
de conclusão, verificou-se uma heterogeneidade por parte dos estudantes
dos cursos tecnológicos face às suas opções e perspectivas futuras. Por
vezes, até, algumas contradições e incertezas.
Será o
Clube de Aproximação à Vida Activa um minimizador desta situação?
Raquel
Martins
Rita Almeida
Rui Almeida |