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O Canto Norte, 1ª ed., Pombal, Quilate, 2008, 52 págs.

RONDA SUMÁRIA

Fumando "Paris",  presumo,
Carrancudo, angustiado,
Sem saber nome d'aluno,
Às notas muito agarrado,
Apontadas, sem critério,
Parecia dormir na forma,
O sereno Doutor Rogério,
Ou, simplesmente, o Sorna.

Saul Pires Machado,
Doutor Saul, nome formal,
Mas p'ra nós, o que contava,
Era somente o Banana.
Com ele, tudo tremia
Quando gozando, soltava
A chocha piada, cínica,
Repetida e desumana;
Era o dono da "clínica"!!!

E a Malta, a medo, sorria
Fingindo lisura,
E a Malta, alegre, sorria
Deglutindo tristura.

Entrados em certo ano,
Pouco ou nada angelical
Chegou o Padre Caetano
De forma pouco formal,
Cacetada e riso ufano.
Mas qu'ameaça real
Ao fazer da cana o ceptro
Do seu poder temporal;
– "Lá vai Português a metro",

E as Doutoras, coitadas,
As de letras, já se vê,
Vozinhas doces, falsete,
Sonsinhas, angustiadas,
Tudo fazendo à mercê
Do dislate ou do ralhete,
Caprichosas, entaladas
Entre a farsa e a risota,
Tristonhas, amedrontadas
p'la Malta mais espigadota.

E os restantes Doutores?
Gente bisonha e feliz,
Pacatos, mas ditadores,
Entre a honra e a glória,
Mas deles, pouco se diz...
Desses, não reza esta estória.

 

 
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