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BOLETIM CULTURAL E RECREATIVO - SECUNDÁRIA JOSÉ ESTÊVÃO - AVEIRO


 

A EVOLUÇÃO DA VIDA
UMA HISTÓRIA POR ACABAR

 

 

Neste esquema, vê-se a localização do novo úmero, que situa o seu possuidor na linha evolutiva dos peixes, cujas barbatanas foram transformadas em patas para caminhar. Mais acima, o osso encontrado e comparação com o equivalente noutras espécies. (In: “Super Interessante”, Jan. 2005)

 

A biodiversidade é um facto sobre o qual o Homem se tem questionado, desde tempos remotos, sobre a sua origem. Várias teorias fixistas e evolucionistas têm sido formuladas. As evolucionistas actuais dão a Teoria Sintética da Evolução (perspectiva gradualista), a Teoria do Equilíbrio Pontuado (evolução por saltos, alternando com períodos de acalmia evolutiva) e a Teoria do Neutralismo (mutações têm um carácter neutro). Se é verdade que estas três teorias admitem uma concepção evolucionista para a origem da biodiversidade, contudo, têm concepções diferentes sobre o modo como ocorreram as transformações adaptativas das espécies às alterações do meio, ao longo do tempo geológico. Não há uma só teoria, o que se deve aos argumentos em que se baseia o paradigma evolucionista, designadamente os paleontológicos e os bioquímicos. A paleontologia fornece poucos dados, podendo dizer-se que “é uma história à qual foram arrancadas a maioria das páginas”. A bioquímica é uma ciência relativamente recente e, consequentemente, ainda “numa fase embrionária”.

No entanto, dado o carácter dinâmico da Ciência, talvez num futuro próximo seja formulada uma só teoria com os conhecimentos que se venham a adquirir. Como exemplo elucidativo disto, tem-se o caso da origem dos membros dos Vertebrados terrestres, cujas primeiras formas de vida pertenciam à classe dos Anfíbios. Nas diferentes espécies de peixes actuais, existem dois tipos de barbatanas: as radiadas, caso dos peixes ósseos (bacalhau…) e cartilagíneos (tubarão); e as lobadas, caso dos peixes dipnóicos, que vivem em climas tropicais.

Admite-se que os membros resultaram da evolução das barbatanas do tipo lobadas, dada a semelhança na organização anatómica dessas barbatanas. Segundo a recente descoberta paleontológica, foi encontrado na Pensilvânia (Estados Unidos da América) o mais antigo fóssil que oferece aos cientistas novas pistas para entender as extremidades dos Vertebrados terrestres. O úmero (ver infografia, extraída da revista Super Interessante de Janeiro de 2005) pertenceu a um grupo de peixes que viveu há 370 milhões de anos, no período Devónico – Era Paleozóica. Provavelmente, teriam invadido o ambiente terrestre, necessidade determinada pela perseguição de grandes predadores marinhos e destes peixes teriam surgido os primeiros vertebrados terrestres – Anfíbios. A configuração do úmero desses peixes, comparada com os das criaturas contemporâneas, sugere que houve uma rápida evolução das extremidades.

E assim se vão adquirindo novos conhecimentos que confirmam ou introduzem novas concepções científicas.

João Paulo C. Dias


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