JORNAL
N.º 5

DEZEMBRO
1990 Ano III


ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO
COLABORA NO ENRIQUECIMENTO DO TEU JORNAL

SUMÁRIO

 

Editorial

 

Entrevista

 

Natal
Bares da
cidade

 

Outono
Meditando

 

Notícias
moles
Desnexos
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Orientação
Profissional
Poesia

 

Passatempos

 

Fac-símile
da 1ª página

 

 

 

 

 

 

 

 

 












O NATAL

Um dia

Um dia uma bela história foi-nos contada. Uma história que falava, acima de tudo, de sentimentos, sentimentos que todos deveríamos espalhar por onde passássemos.

Falaram-nos então do NATAL e contaram-nos a história do menino Jesus.

O tempo passou e a história foi ficando estátua num canto das nossas recordações. Continuávamos a vivê-lo ano a ano, mas cada vez o ligávamos menos aos sentimentos que um dia nos tentara inspirar. Não falo sequer em crer na história, não, não é isso o mais importante... O importante é que, mesmo quem não crê, pense nela como algo que transporta através dos séculos uma mensagem que deveria ficar gravada dentro de cada um. Uma maneira de encarar a vida e de rasgar nela novos horizontes. Porque, para viver o NATAL, não precisamos de ser cristãos, não temos de pertencer a nenhuma religião, podemos simplesmente ser nós próprios, não crendo em nenhum Deus, mas sempre, sempre procurando pequenas coisas, aqui e ali, que nos ensinem algo. Viver não se aprende num só dia... No entanto, hoje, o NATAL é comercial e não mais nos faz desenhar os contornos de algo novo e maravilhoso, portador de surpreendentes nostalgias...

A publicidade explora-o e usurpa-lhe, réstia a réstia, os últimos raios de luz que possui ainda... Passou a um dar e receber sem pensar porque se dá ou porque se recebe...

O NATAL começa a tornar-se um ritual mecânico, onde a alegria vem apenas do que nos oferecem... E do que nos oferecem sem ser isso, o que não é material, quem se lembra?

Sim, porque, apesar de tudo, ainda há quem dê muito de si aos outros nesta época, colocando-o no seu verdadeiro contexto!

Nós também quisemos dar algo de cada um de nós para que o vosso NATAL ficasse um pouco mais preenchido (somos todos muito boas pessoas...) e, assim, aqui têm esta nossa prenda, um JORNAL de NÓS, ALUNOS (e PROFESSORES!), para VOCÊS, ALUNOS (e PROFESSORES!)

FELIZ NATAL!!!

P.S. - O Pai Natal já nem sequer aparece nos centros comerciais - é triste, não é?

TITA, 11º C

AVEIRO CITY
Os Bares Da Cidade
por Anti-Betos/90

Os bares da cidade!

Porque não?!?

Afinal de contas até temos muitos: começando pelo “Bar do Suicídio” (mais conhecido por TERRAÇO), passando pelo “Banco das Urgências” (o URGÊNCIA), o “BAR DOS TRABALHADORES’ (o FÁBRICA) e acabando...  no “PIRITIXI”?!?

Não!!!

“TIXIRIPI” ?!?

NÃO!!! AH! O BAR “XIRIPITI”!

Todos estes, frequentados pela geração ‘PEPSI”, os betos e betinhas, surfistas do lavatório (sim, porque nem da banheira o são !!!), são bares finíssimos!

Com espaço relativamente pequeno (porque sabem, à partida, que a clientela não é muita!!!)

— Raios os partam!!!

Que snobismo!!!

Qualquer um destes bares é como que uma «passerelle»; lá apreciam-se (ou desapreciam-se) as “Benettóinas”, as “Stefanelles”, as “D. QUIXOTE” (desculpem-me, as “D. ALGODÃO”), ETC...

Que decoração horrível! Todos!!! Os tecidos “tutti-fruti”, as paredes riscadas, a canalização toda à vista desarmada (que falta de gosto!!!), as bebidas azuis (sim, porque metem estilo, mas, no fundo, não passam da “pura” e simples água de torneira!!!), os preços malucos (malditos sejam aqueles que não têm inteligência suficiente para ver que os donos dos ditos bares roubam “à grande e à francesa”!!!), o sistema de “pagas e tornas a pagar, quer bebas quer não bebas”, ETC... ETC... ETC...

Ah! Como eu detesto a mediania!

Mediania, sim!!!

Todos(as) usam as mesmas camisolas, as mesmas “LEVIS”, os mesmos casacos, vão ao mesmo cabeleireiro, usam a mesma pasta de dentes, a mesma escova p’ra cabelo, o mesmo gel (ou brilhantina!) e, como está claro, vão todos aos mesmos bares!!!

Nestes bares, as conversas são interessantíssimas: falam das novas “máquinas de cortar fiambre” (as abelhas ou vespas, se preferirem!), dos novos discos dos BROS e CA. LDA (que todos dizem detestar, mas, se formos a ver, os discos vendem-se e quem os compra?!?)

Os metálicos, não?!?

Bem, poderia continuar com este blá, blá, blá!!! Coitados, não passam de uma simplissíssima “produção em série”!!!

OCOS!!! 

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