JORNAL
N.º 3

FEVEREIRO
 1990 - Ano II


ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO - AVEIRO
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REGIÕES DO LITORAL CORREM O RISCO DE  DESAPARECER

Segundo estudos efectuados, grandes regiões do litoral de vários continentes, entre os quais se inclui o litoral português, muito especialmente as zonas baixas da nossa costa, como a região de Aveiro, estão ameaçadas directamente por uma elevação do nível das águas do mar nas próximas décadas, se o efeito de estufa do nosso planeta se acentuar.

A subida prevista das águas varia entre 40 cm e 2 metros, mas os peritos situam-na à volta de 1 metro.

Imensas zonas agrícolas costeiras e arquipélagos inteiros tais como as Maldivas e as Baamas poderão desaparecer. Os estudos oficiais dos Países Baixos indicam que para proteger as zonas costeiras teriam de despender ainda 10 mil milhões de dólares. Por aqui se poderá fazer uma ideia de quanto seria preciso para proteger as restantes zonas do globo. O problema é de tal modo considerado sério pelo departamento americano da agricultura que começaram já a preparar o transporte de todas as espécies vegetais que poderão desaparecer no caso da subida das águas vier a verificar-se. E tudo isto acontecerá se as temperaturas continuarem a subir devido ao efeito de estufa. No mapa estão assinaladas algumas das regiões que poderão ser afectadas. Adaptado de “Science et Vie”, Jan. 1990.


IGUANAS AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Caçadas devido à sua pele, aos seus ovos e à sua carne, as iguanas verdes estão ameaçadas de extinção em certos países da América. Todavia é possível a sua exploração e protecção.

A iguana pertence à ordem dos sáurios e o seu nome em latim é Iguana iguana. A iguana verde é a mais imponen­te das iguanas terrestres, podendo atingir 1,80 m.

Embora não seja um animal agressivo, o que o torna uma presa fácil do homem, a sua longa cauda pode-lhe permitir pôr fora de combate um grande agressor como, por exemplo, um cão. A crista dorsal do macho, um pouco maior que a da fêmea, pode atingir 8 cm de altura. A sua cor verde varia desde o verde intenso entre os jovens ao verde acastanhado entre os indivíduos mais velhos. A área ocu­pada pela iguana estende-se desde o sul do México ao Brasil central, passando pelas Antilhas.

A iguana é um animal essencialmente vegetariano, mas poderá completar a sua alimentação, especialmente enquanto jovem, com uma ementa à base de insectos. Es­tudos efectuados na Colômbia mostraram que as iguanas das regiões húmidas, que dispõem de recursos abundan­tes ao longo de todo o ano, são maiores que as das zonas costeiras, mais áridas. Nestas últimas zonas as iguanas são obrigadas a acumular reservas energéticas de gordu­ra na zona da nuca durante a estação das chuvas, a fim de compensar as perdas de peso a que estão sujeitas durante a estação seca.

Espécie diurna e de sangue frio, a iguana verde é um lagarto arborícola que se encontra nas florestas tropicais, ao longo dos cursos de água e em zonas húmidas, mas também na savana. Caso necessário, poderá esconder-se nas florestas profundas, longe dos cursos de água.

Os jovens vivem sobretudo em terra e em ramos baixos, mas os adultos, por vezes instalados a mais de 20 metros de altura, raramente descem das árvores.

O acasalamento ocorre uma vez por ano, podendo a fêmea ser fecundada várias vezes. Esta dispõe os ovos — entre 25 a 40 ovos, com um diâmetro de 35 a 40 mm — numa cova que ela escava na areia, quer junto a um curso de água, quer no litoral. O período de incubação é de 10 a 12 semanas, dependendo da temperatura, que deverá situar-se à volta dos 30 graus centígrados.

Pois este animal está em vias de extinção devido à caça que o homem lhe dá, quer comendo-lhe os ovos, que são muito apreciados, quer abatendo-o para a alimentação. E isto acontecerá se o homem não tiver o cuidado de criar zonas protegidas, bem como quintas onde se faça a exploração desta espécie animal.

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