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A Mensagem poderá ser vista como uma epopeia, porque parte de um núcleo histórico, mas a sua formulação, sendo simbólica e mítica, do relato histórico, não possuirá a continuidade. Aqui, a acção dos heróis só adquire pleno significado dentro de uma referência mitológica. Aqui, serão só eleitos, terão só direito à imortalidade, aqueles homens e feitos que manifestam em si esses mitos significativos. Assim, sua estrutura será dada pelo que, noutra linguagem, se poderá chamar os esquemas ideológicos, ou as ideias-força desse povo: regresso ao paraíso, realização do impossível, espera do Messias… Raízes do desenvolvimento dessa entidade colectiva. |
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Assim, a estrutura da Mensagem, sendo a de um mito, numa teoria cíclica, a das Idades, transfigura e repete a história de uma pátria como o mito de um nascimento, vida e morte de um mundo; morte que será seguida de um renascimento. Desenvolvendo-a como uma idade completa, de sentido cósmico e dando-lhe a forma simbólica tripartida - Brasão, Mar Português, O Encoberto. Que se poderá traduzir como: os fundadores , ou o nascimento; a realização, ou a vida; o fim das energias latentes, ou a morte: essa que conterá já em si, como gérmen, a próxima ressurreição, o novo ciclo que se anuncia - o Quinto Império. Assim, a terceira parte é toda ela um fim, uma desintegração; mas também toda ela cheia de avisos, prenhe de pressentimentos, de forças latentes prestes a virem à Luz: depois da Noite, e Tormenta, vem a Calma e a Antemanhã; estes são os Tempos. |
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Depois da degenerescência do tempo antigo, Alcácer Quibir contará o fim de um ciclo de uma pátria, tal como o de um mundo, por um dilúvio, pela sua força renovadora e purificadora. A vinda do Encoberto marcará o fim da história. Os cinco impérios são irreversíveis. Alcácer-Quibir é um acontecimento de valor religioso. E aí a morte de D. Sebastião assumirá o sentido da morte redentora de um deus. Essa intrinseca identificação do poeta com a nação toma aqui no profetismo a forma do que assume em si, na sua pessoa, única e mortal, o destino de um ser colectivo, em todo o transcurso da sua existência. Dalila L. P. da Costa |
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