| 
          
            |  | 
              
                | 
                
                Onde obter a informação: serviços de documentação; meios de 
                comunicação social; livros técnicos, obras de vulgarização e 
                manuais escolares; bibliotecas públicas e privadas; dicionários 
                e enciclopédias; meios informáticos. Algumas regras para 
                pesquisa da informação. Como organizar/arquivar a informação. 
                Saber ouvir e tomar notas. A leitura e sua classificação 
                tipológica. Condições para uma boa leitura. A leitura rápida. A 
                leitura em  voz alta. O plano ou estrutura dos textos. O resumo. |  |  |    
        
        ONDE OBTER A INFORMAÇÃO 
          
            | 
             |  
            | Figura 1: Onde obter a informação: 1- Serviços de 
            documentação; 2- Meios de comunicação social; 3-Bibliotecas públicas 
            e privadas; 4- Obras de vulgarização e manuais escolares; 5- 
            Dicionários e enciclopédias; 6- Meios informáticos: bases de dados, 
            enciclopédias digitais, Internet, etc. |  
        
        Do 
        mesmo modo que um rio não poderá correr se não tiver uma nascente e 
        recursos hídricos que lhe alimentem o caudal, também nós não poderemos 
        ter conhecimentos sem fontes de informação, sejam elas orais ou 
        escritas. Daí que a primeira pergunta que deveremos formular seja: -onde 
        obter a informação ou informações pretendidas, evitando-se  perdas de 
        tempo por pesquisas pouco inteligentes? 
        
        Existem à nossa disposição diferentes fontes de informação, que 
        poderemos agrupar em duas grandes classes:  os meios tradicionais e mais 
        simples; os meios informáticos, mais complexos mas também mais evoluídos 
        e com elevadas potencialidades. Dentro dos meios tradicionais, temos à 
        nossa disposição diferentes recursos: serviços de documentação; meios de 
        comunicação social; livros técnicos especializados, obras de 
        vulgarização e manuais escolares; bibliotecas públicas e privadas; 
        dicionários e enciclopédias. 
        
        De 
        uma maneira geral, quase todas as administrações, empresas e 
        estabelecimentos de ensino possuem sectores especializados na informação
        
        
        
        
        ─
        os serviços de documentação 
        
        ─, 
        onde poderemos encontrar informação especializada, diariamente 
        classificada e actualizada, aos quais poderemos recorrer. 
        
        Além 
        dos serviços de documentação, encontramos uma vasta fonte de informação, 
        sobretudo acerca de problemas da actualidade ou de interesse geral, nos
        meios de comunicação social, tais como jornais e revistas, entre 
        outros. Além dos acontecimentos do dia-a-dia, dos chamados "faits 
        divers", encontramos muitas vezes artigos bastante desenvolvidos sobre 
        os mais variados temas, quer em secções próprias, quer geralmente em 
        suplementos.  Em Portugal, encontramos diversos jornais que apresentam 
        suplementos bastante desenvolvidos que merecem uma leitura atenta e até 
        mesmo o seu destaque e arquivo. Para darmos um exemplo concreto, temos o 
        caso do jornal Expresso e o de revistas várias que, semanalmente, 
        aparecem nos locais habituais de venda. Apresentam diversos temas da 
        actualidade e artigos de interesse e cultura geral tratados com certo 
        desenvolvimento.  Uma vez que nem sempre adquirimos nem coleccionamos 
        esses jornais ou revistas, o local onde nos deveremos dirigir para sua 
        consulta deverá ser, de preferência, nas próprias empresas que os 
        editam. Aí existe o arquivo de todos os exemplares publicados, bem como 
        serviços próprios de documentação. Além das próprias empresas 
        jornalísticas, poderemos ainda recorrer às bibliotecas públicas, que 
        normalmente recebem e arquivam determinados jornais e revistas. 
        
        De 
        uma maneira geral, não nos devemos limitar às publicações periódicas 
        nacionais. Encontramos também, nas bancas e papelarias, jornais e 
        revistas em outras línguas, sobretudo inglesa e francesa, que não 
        deveremos desprezar. A título exemplificativo, poderemos citar, entre 
        outras, revistas tais como L'Express, The New Observer, Le Nouvel 
        Observateur, Le Monde, Science et Vie, Géo, etc. Existem revistas 
        especializadas sobre quase todos os domínios do saber: Ciências e 
        Tecnologia, Automobilismo, Espaço, Mecânica, Informática, Geografia, 
        História,  Economia, Literatura, Arte, etc. 
        
        As 
        grandes editoras põem quase sempre à disposição do público leitor 
        colecções de 
        obras técnicas, obras de vulgarização e 
        manuais escolares.  Em Portugal são várias as editoras e as 
        colecções. Se as quiséssemos mencionar todas, obteríamos uma longa 
        listagem. A título meramente exemplificativo, indicam-se algumas das 
        muitas colecções à venda nas livrarias: 
        
        Da 
        Editorial Presença, encontramos diversas colecções relacionadas com 
        várias áreas do conhecimento, tais como, por exemplo: Colecção Sistemas
        
        
        
        
        ─ 
        ligada ao mundo da informática;  Col. Biblioteca de Gestão Moderna
        
        
        ─ 
        ligada à área da Gestão e Relações Públicas; Col. Tempos Livres 
        
        ─ 
        ligada a diversas áreas do saber. 
        
        Das 
        Edições 70, encontramos diferentes colecções: Col. Perspectivas do Homem
        
        
        
        
        ─ 
        área da Antropologia; Col. Persona 
        
        ─ 
        áreas da Psicologia e Psicanálise;  Col. Lugar da História; Col. O Saber 
        da Filosofia; Col. Arte e Comunicação. 
        
        Da 
        Ed. Europa-América, na colecção Livros de Bolso, encontramos 
        praticamente todos os domínios, desde as diferentes ciências até à 
        literatura e lazer. 
        
        Ficaram também por citar, como é óbvio, muitas outras colecções editadas 
        por muitas outras editoras. Convém não esquecer as edições feitas por 
        organismos oficiais e fundações culturais. Recordemos, por exemplo, o 
        caso das obras publicadas pela Imprensa Nacional e as da Fundação 
        Calouste Gulbenkian, abrangendo os vários sectores do conhecimento e 
        actividades humanas. 
        
        Além destas obras, prestam também serviço útil os manuais 
        escolares e as obras especializadas tendo em vista os diferentes 
        sectores do ensino, onde frequentemente encontramos as informações de 
        que necessitamos e que poderão servir de ponto de partida para trabalhos 
        mais profundos de pesquisa. 
        
        Em 
        todas as cidades e sedes de concelho podemos encontrar 
        bibliotecas 
        públicas, em regra devidamente organizadas e com ficheiros 
        actualizados de todas as publicações aí existentes. Nas mais 
        importantes, existem mesmo ficheiros por assuntos, que facilmente nos 
        permitem o acesso à informação pretendida. Em Portugal, encontramos nas 
        três principais cidades  
        
        
        ─ 
        Lisboa, Porto e Coimbra 
        
        ─ 
        bibliotecas onde se encontra tudo quanto é publicado no país: livros, 
        revistas, jornais, folhetos, opúsculos, etc. 
        
        Além 
        das bibliotecas nacionais e municipais, os estabelecimentos de ensino, 
        empresas de certa envergadura e associações culturais possuem geralmente 
        bibliotecas mais ou menos apetrechadas. De entre estas, destacam-se os 
        estabelecimentos de ensino, sobretudo as Universidade e Institutos 
        Superiores, e, em alguns casos mesmo, determinados Seminários. 
        
        Ao 
        lado das universidades encontram-se implantadas bibliotecas, reservadas 
        em princípio a alunos e professores; mas, de uma maneira geral, o seu 
        acesso é possível a todos, uma vez  obtida a respectiva autorização. 
        
        Em 
        caso de dificuldade na utilização dos serviços prestados por uma 
        biblioteca pública, poderemos dirigir-nos ao Director ou Conservador da 
        Biblioteca ou aos funcionários especializados que aí trabalham. 
        
        Relativamente às bibliotecas públicas, convirá ter em conta os seguintes 
        aspectos: 
        
        ♦ 
        
        Existem normalmente dois tipos de leitura: domiciliária e 
        na própria biblioteca. Geralmente, obras raras, especializadas, de 
        difícil obtenção ou demasiado caras, só são consultáveis na própria 
        biblioteca. E no caso de certas obras, por serem raras ou antigas e de 
        elevado valor, a sua consulta só é possível após autorização especial, 
        devendo ser feita, em alguns casos,  em gabinetes especiais. 
        
        ♦
        
        
        A maior parte das bibliotecas apresenta dois tipos de 
        ficheiros:  um catálogo por autores e um catálogo por assuntos. 
        
        ♦
        
        
        Geralmente, para leitura de uma obra, só poderemos ter 
        acesso a ela após a consulta  dos ficheiros e o preenchimento da 
        ficha de requisição,  uma para cada livro, na qual teremos de 
        indicar todos os elementos de identificação referentes à obra e ainda o 
        registo da localização, a chamada cota, a fim de que o funcionário 
        facilmente a possa encontrar. 
        
        ♦
        
        
        Entre a requisição e a obtenção da obra, deveremos prever 
        sempre um certo tempo de espera, que poderá ir de 3 a 5 minutos ou mesmo 
        até cerca de meia hora. 
        
        ♦
        
        
        Na utilização das obras consultadas, deveremos ter em 
        conta o facto de que elas são instrumento de trabalho para todos quantos 
        recorrem aos serviços da biblioteca. Por isso, deveremos ter o máximo 
        cuidado na utilização dos livros, evitando escrever neles, sublinhar e 
        marcar ou retirar páginas, o que iria prejudicar o trabalho de outros 
        leitores. 
        
        ♦
        
        
        Escusado será dizer que o silêncio é uma norma que deverá 
        ser respeitada, no interesse de todos quantos trabalham. 
        
        Em 
        suma, antes de podermos utilizar os serviços de uma biblioteca, 
        deveremos previamente informar-nos junto do funcionário acerca das 
        normas de leitura aí vigentes. 
        
        Uma 
        fonte de informação e de esclarecimento que por vezes esquecemos 
        encontra-se nos dicionários e enciclopédias. Dada a elevada 
        multiplicidade de tipos de dicionários existentes hoje em dia, convirá 
        aqui fazer uma breve reflexão sobre o assunto. 
        
        De 
        uma maneira geral, considera-se como dicionário qualquer registo 
        organizado de maneira lógica, normalmente por ordem alfabética, de 
        formas linguísticas ou vocábulos devidamente explicados. Os mais 
        vulgarizados e que geralmente utilizamos quando temos dificuldades com a 
        compreensão de um vocábulo são os chamados dicionários 
        gerais-descritivos, que podem ou não ser ilustrados. Além deste tipo 
        de dicionários, há uma grande variedade de tipos, tornando-se mesmo 
        difícil enumerar tudo quanto existe. No entanto, vejamos alguns: 
        
        ♦
        
        
         
        Dicionários de línguas - permitem encontrar a correspondência de 
        vocábulos entre duas ou mais línguas. Os mais frequentes são os 
        dicionários bilingues; no entanto, existem também os chamados 
        dicionários plurilingues ou poliglotas, na medida em que 
        apresentam simultaneamente três ou mais línguas. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários de sinónimos e antónimos - apresentam não só os 
        vocábulos de sentido equivalente, mas também os de sentido contrário. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários etimológicos-históricos - procuram apresentar a origem 
        dos vocábulos e estudar a sua evolução nas várias línguas, como é o 
        caso, por exemplo do dicionário de Meyer-Lübke, o Romanisches 
        Etymologisches Wörterbuch (3 vols., 1935), para as línguas 
        românicas, ou dentro de uma língua apenas, como é o caso, por exemplo, 
        do de Antenor Nascentes, para a língua portuguesa. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários de regimes - procuram apresentar a conjugação de todos 
        os verbos de uma língua, bem como os regimes de substantivos e 
        adjectivos. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários regionais - procuram apresentar os regionalismos, isto 
        é, os vocábulos característicos de determinadas regiões e frequentemente 
        não presentes nos dicionários gerais-descritivos. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários técnicos - estes dicionários, que poderíamos incluir 
        dentro dos especializados, caracterizam-se por apresentar o conjunto de 
        terminologia técnica relativa a diferentes sectores. Podem ser 
        unilingues, bilingues ou plurilingues. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários ideológicos  ou  analógicos - são dicionários que 
        completam os dicionários gerais-descritivos. Dão-nos não só as 
        diferentes expressões existentes numa língua para um mesmo conceito, 
        como também nos permitem encontrar, por exemplo, uma palavra de que não 
        nos lembramos ou que melhor exprima a ideia que temos em mente. Estes 
        dicionários apresentam geralmente dois sistemas de pesquisa: num volume 
        vêm todas as palavras por ordem alfabética, as quais, por sua vez, nos 
        remetem para o volume ou volumes onde se encontram ordenados os 
        conceitos. Como exemplo de um dicionário analógico poder-se-á citar o de 
        Artur Bivar, Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa, 
        Porto, Edições Ouro. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários de frases ou ideográficos - apresentam ordenadas 
        alfabeticamente listagens de frases, geralmente de tipo idiomático, com 
        os respectivos sentidos. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários de erros e dificuldades - procuram registar e explicar 
        os erros e dificuldades mais sentidas no uso de uma determinada língua, 
        permitindo uma correcção e aumento da competência linguística do sujeito 
        falante. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários inversos - apresentam os vocábulos ordenados não da 
        maneira habitual, mas por ordem das terminações. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários fundamentais - dão-nos o sentido das palavras pela ordem 
        de frequência, partindo do sentido mais frequente até ao menos usual. 
        
        ♦
        
        
         
        dicionários especializados - embora esta designação possa ser 
        ambígua, engloba todos os dicionários ligados a áreas específicas do 
        saber, tais como, por exemplo, os dicionários de Literatura, de 
        História, de Autores, de Obras Literárias, de Informática, de 
        Linguística, de Medicina, de Engenharia, de Arte, etc. 
        
        Além 
        dos dicionários, podem prestar valioso auxílio no domínio da língua os
        prontuários ortográficos. No domínio do conhecimento em geral 
        constituem valiosa fonte de informação as grandes enciclopédias, 
        de que existem bons exemplares em língua portuguesa. Há que prestar 
        atenção a determinadas enciclopédias publicadas em Portugal, geralmente 
        traduzidas de outras línguas, como por exemplo do Espanhol, que 
        apresentam erros científicos e de língua, devido a uma menos correcta 
        tradução, especialmente algumas destinadas a estudantes. Para aqueles 
        que dominem outras línguas além da materna, é igualmente vantajosa a 
        consulta das grandes enciclopédias em língua espanhola, inglesa e 
        francesa. 
        
        De 
        todos os meios de informação ao nosso dispor, sem dúvida que os mais 
        actuais e evoluídos são os meios informáticos. Se reflectirmos um 
        pouco acerca do adjectivo informático, encontraremos na sua origem o 
        vocábulo informar. 
        
        Segundo parece, o vocábulo informático foi pela primeira vez utilizado 
        por um engenheiro, Ph. Dreyfus, num artigo por ele escrito. Criou o 
        vocábulo a partir da contracção das palavras informação e automático. 
        Entrou rapidamente na linguagem corrente na sua forma feminina: 
        informática. 
        
        Os 
        dicionários e enciclopédias definem a informática como sendo a «ciência 
        do tratamento racional, especialmente por meio de máquinas, da 
        informação, considerada como o suporte dos conhecimentos humanos e das 
        comunicações nos domínios técnico, económico e social». Esta definição, 
        hoje em dia, está longe de ser a mais correcta. E quando se fala em 
        informática, pensa-se de imediato em computadores. Na altura em que tal 
        definição foi formulada, no começo dos anos sessenta, a informática 
        estava ainda a dar os primeiros passos. Mesmo agora, ainda mal se 
        adivinha a multiplicidade de campos e actividades que esta nova ciência 
        virá a alcançar no futuro. Hoje, tornou-se já uma ferramenta de trabalho 
        indispensável em todas as áreas do saber humano, permitindo aos 
        especialistas o tratamento de enormíssimas quantidades de informação, de 
        maneira automática e, sobretudo, num reduzidíssimo espaço de tempo. 
        
        Além 
        de permitir ao utilizador a realização e organização de bases de dados 
        pessoais, por meio de «software» adequado, criado especialmente para o 
        efeito, existem já em vários países serviços de informação à distância, 
        aos quais se pode recorrer como forma de consulta. 
        
        Os 
        vocábulos 
        telemática e videotex ou videotexto 
        começam a tornar-se correntes nos países mais evoluídos. O videotexto é 
        já conhecido em Portugal, embora ainda pouco difundido. Desde que um 
        utilizador possua um terminal com vídeo e impressora, poderá obter em 
        sua casa ou no local de trabalho as informações sobre os temas 
        solicitados. 
        
        Em 
        França, desde há já alguns anos, os utilizadores têm à sua disposição o 
        «minitel», distribuído gratuitamente pelos serviços telefónicos do país. 
        A partir de um menu de opções apresentado num ecrã, o utilizador pode 
        obter através do teclado do aparelho todas as consultas e informações 
        desejadas. E querendo o seu registo escrito, bastar-lhe-á ter acoplada 
        uma impressora. 
        
        Aqueles  que  possuam  um  computador  podem-no  também  utilizar como  
        terminal,  desde  que o equipem com um  modem  (aparelho 
        modulador + demodulador), que transforma os dados informáticos em sinais 
        analógicos para sua transmissão através de uma rede e os reconverte por 
        meio de operação inversa num terminal ou computador. 
        
        Actualmente, em Portugal, começa já a ser corrente 
        ouvir-se falar em   audifone, telescrita, teleconferência, 
        vídeo-conferência, videotex ou videotexto, telex, telecópia, teletex e 
        telefax.[1] Qualquer um destes sistemas tem a ver com o envio ou recepção  à 
        distância (tele=distância) de textos e documentos, ou seja, tem a ver 
        com a permuta da informação. 
        
        Existem ainda outras maneiras de obter a informação, não indicadas nas 
        páginas anteriores, que poderão ser aproveitadas com grande vantagem.  
        Uma delas, bastante útil quando se trata de assuntos da actualidade, 
        será a da entrevista directa com pessoas competentes na matéria 
        que é objecto da nossa pesquisa. Outra fonte de pesquisa informativa 
        será a da consulta de arquivos de natureza audiovisual já existentes em 
        centros especializados neste tipo de material: registos fonográficos, 
        registos audiomagnéticos em bobinas e, mais recentemente, em cassetes, 
        fotografias, diapositivos, postais ilustrados, "posters", documentários 
        em filmes de vários formatos (8, super 8, 16 e 35 milímetros), registos 
        em vídeo, etc. 
        
        Em 
        países mais desenvolvidos, existem já centros especializados no arquivo 
        da informação em todo o tipo de suporte, abertos a todo o público 
        interessado e que funcionam em moldes semelhantes aos das bibliotecas. 
        Aí poderemos visionar a informação pretendida e obter cópias para 
        utilização pessoal. É o caso, por exemplo, do Centro Georges Pompidou, 
        em Paris. 
          
        
        REGRAS  PRÁTICAS  PARA  PESQUISA,REGISTO E ARQUIVO DA INFORMAÇÃO
 
        
        Quando pretendemos efectuar  um  trabalho sobre 
        determinado tema, a primeira atitude a assumir será a de formularmos um 
        conjunto de questões que nos permitam traçar um percurso lógico e 
        proveitoso para a pesquisa:   
        
        
        ─ 
        Qual a área do saber? Filosofia, Religião, Direito, História, 
        Literatura, Técnica, Ciências Aplicadas, Relações Públicas, Comércio, 
        ...?  Quais os objectivos? Por onde começar? Que estratégia adoptar? 
        
        Não 
        há esquemas rígidos e únicos de trabalho; no entanto, poderemos indicar 
        algumas regras práticas conducentes à realização de um trabalho.  De uma 
        maneira geral, há duas etapas importantes: 
          
            | 
        
        ● | 
        
        1ª) - a pesquisa e arquivo ou registo de informações;  
             |  
            | 
        
        ● | 
        
        2ª) 
        - a exposição escrita de todo o trabalho, quer tenhamos de efectuar a 
        sua apresentação oralmente ou por escrito. |  
        
        A 
        segunda etapa pressupõe o domínio correcto da língua em que nos 
        expressamos, bem como toda uma série de conhecimentos conducentes ao 
        aumento da competência linguística do sujeito falante. Dela nos 
        ocuparemos essencialmente ao longo dos capítulos seguintes, reflectindo 
        sobre os mais variados aspectos relacionados com a comunicação e a 
        língua utilizada. É da primeira etapa que agora teremos de nos ocupar e 
        relativamente à qual poderemos apresentar, de maneira sucinta, algumas 
        regras práticas.   
        
        Na 
        primeira etapa temos a considerar dois aspectos: a pesquisa propriamente 
        dita da informação e o seu subsequente registo e arquivo, para ulterior 
        utilização. Relativamente à pesquisa, convirá ter em conta, entre 
        outros, os seguintes aspectos, que são de grande importância: 
        
        a) 
        - Se não tivermos nenhum ponto de partida ainda bem definido, deveremos 
        determinar com precisão o domínio do saber em que se situa o trabalho a 
        realizar. Recordem-se as questões anteriormente formuladas. 
        
        b) 
        - Uma vez determinado o domínio em que teremos de trabalhar,  deveremos 
        planificar por ordem decrescente de probabilidades os locais onde 
        poderemos pesquisar as informações. 
        
        c) 
        - Deveremos partir de obras ou artigos mais gerais e só depois passar a 
        artigos de carácter mais restrito. 
        
        d) 
        - Pode dar-se o caso de, ao pesquisarmos em ficheiros por assuntos, não 
        encontrarmos referência directa àquilo que pretendemos. Neste caso, 
        convirá procurar noutras rubricas que tenham relação com aquilo que 
        pretendemos. Vejamos um exemplo concreto. Suponhamos que temos de 
        realizar um trabalho sobre as técnicas de elaboração de uma entrevista. 
        O primeiro verbete a procurar num ficheiro por assuntos será logicamente 
        em ENTREVISTA. Se não encontrarmos nada sobre o assunto, deveremos 
        verificar se não existe qualquer verbete em TÉCNICAS DE ENTREVISTA. Isto 
        será pouco provável, uma vez que, em regra, se efectua o registo do 
        verbete pela última palavra: ENTREVISTA, Técnicas de -. No entanto, 
        devem-se prever todas as possibilidades. Dando-se o caso de também não 
        encontrarmos nada nos ficheiros, será lógico que procuremos na rubrica 
        COMUNICAÇÃO. E assim sucessivamente. Regra geral, em ficheiros bem  
        organizados, encontram-se diversos verbetes remissivos, que nos indicam 
        a obra ou obras  onde são abordados os temas pretendidos. 
        
        e) 
        - Quando a etapa anterior falha, deveremos procurar em obras ou revistas 
        que possam englobar os aspectos que nos interessam. Não é por acaso que 
        um livro, quando bem organizado, apresenta sempre um índice dos 
        capítulos e, por vezes, um índice geral remissivo de autores e de 
        assuntos referidos ou abordados ao longo dos capítulos. 
        
        f) 
        - Encontrada uma obra com interesse, deveremos prestar atenção às 
        citações, notas e referências bibliográficas, que constituem outras 
        fontes de pesquisa e informação. 
        
        g) 
        - Deveremos utilizar as fontes de informação bibliográfica publicadas 
        pelas grandes bibliotecas e por certos organismos oficiais e privados. 
        
        h) 
        - Datas de acontecimentos podem constituir um bom ponto de partida para 
        pesquisa sobre certos temas. Suponhamos que na rádio ou no jornal onde 
        trabalhamos nos pedem uma reportagem sobre os primeiros passos da 
        conquista espacial, sobretudo do período dos primeiros lançamentos para 
        o espaço dos satélites artificiais. Perante acontecimentos que sabemos 
        serem uma das matérias noticiosas mais procuradas pelos meios de 
        comunicação social ou, como também são normalmente designados, pelos 
        mass media, deveremos recorrer aos jornais e revistas dessa época. 
        Mas, para uma localização mais precisa no tempo, poderemos começar por 
        recorrer a uma enciclopédia das mais recentes e verificar o que nos diz 
        na rubrica ESPAÇO. Registaremos as datas e informações aí presentes e a 
        partir dessa informação, geralmente bastante condensada, poderemos 
        começar a ampliar as nossas informações recolhendo elementos 
        
        ─ 
        imagens e textos 
        
        ─ 
        nas diversas publicações editadas na época em que se deu o 
        acontecimento.   
        
        O 
        segundo aspecto dentro da fase da pesquisa da informação tem a ver com o 
        registo  e arquivo das informações obtidas. 
        
        Ao 
        lado dos sistemas informáticos  
        
        
        ─ 
        caso das bases de dados 
        
        ─, 
        que nos permitem a criação de um banco organizado de informações, 
        existem diversos sistemas de registo e arquivo de documentos, uns 
        relativamente simples, económicos e eficazes, outros mais técnicos e 
        igualmente eficazes, mas mais caros e, como tal, menos acessíveis para 
        quem não disponha de grandes recursos económicos. Quer utilizemos 
        sistemas economicamente acessíveis, quer sistemas altamente 
        sofisticados, em todos eles há uma norma fundamental que nunca deverá 
        ser esquecida: toda a informação recolhida deverá ser devidamente 
        identificada com os seguintes elementos: título de referência, 
        título do artigo, autor, local onde foi publicado (revista, jornal, 
        livro), editora, data, páginas.   
        
        Acerca do problema da identificação da fonte informativa 
        há normas internacionais que convém conhecer e que se encontram em obras 
        especializadas sobre técnicas de registo e arquivo bibliográfico[2]. 
        Em todas as nossas consultas, transcrições, cópias de documentos, etc, 
        deveremos ter sempre o cuidado de não esquecer estes elementos, que 
        registaremos segundo esta ordem: nome do autor, título do livro, número 
        da edição, cidade, casa editora, data da publicação e números das 
        páginas onde se encontra a informação registada. Se o artigo foi 
        publicado em jornal, revista ou faz parte de uma obra constituída por 
        artigos de diversos autores, não deveremos esquecer estes elementos. 
        Como exemplo, observem-se as notas e indicações bibliográficas presentes 
        nestas páginas. 
        
        Vejamos alguns processos simples e acessíveis para organizarmos o nosso 
        dossier de material informativo: a) sistema de "dossier"; b) sistema de 
        ficheiro. 
          
            | 
             |  
            | Figura 2: Dois sistemas 
            de registo de informação: em verbetes e em fichas de arquivo. |  
        
        Com o 
        primeiro sistema, poderemos utilizar uma pasta de arquivo com argolas de 
        formato A4, que poderemos organizar por secções onde colocaremos as 
        consultas e registos de acordo com um plano previamente definido. 
        
        O 
        segundo sistema, bastante vantajoso, consiste em classificar todos os 
        elementos obtidos  
        
        
        ─ 
        recortes de jornais e revistas, fotocópias, transcrições, etc. 
        
        ─ 
        em fichas independentes, uma por cada artigo, que colocaremos por ordem 
        alfabética num ficheiro. 
        
        Há 
        formatos comercializados de fichas para arquivo de documentos, em 
        diversas dimensões, que poderemos adquirir e utilizar. Se quisermos 
        utilizar um sistema extremamente económico, poderemos construir o nosso 
        sistema pessoal de ficheiro a partir de folhas de formato A4. Com elas, 
        poderemos obter dois tipos de fichas:  para arquivo de recortes, 
        transcrições mais longas, fotocópias, imagens, etc; para elaboração de 
        verbetes para tomada de pequenas notas.   
        
        Uma folha de formato A4 dividida em 4 partes permite 
        obter quatro verbetes para registo de pequenas notas; se a dobrarmos ao 
        meio, obteremos uma pequena ficha com duas folhas, que poderá servir 
        como pasta de arquivo de documentos: recortes de jornais ou revistas, 
        notas mais longas, fotocópias, etc.  Observe-se a figura 2, onde 
        nos são dadas as dimensões obtidas utilizando-se uma folha de formato 
        A4. 
          
        
        No 
        caso dos verbetes (quatro por cada folha A4), traçaremos uma linha 
        horizontal a vermelho, a 20 milímetros da parte superior.  A cerca de 1 
        centímetro afastado do lado esquerdo escrevemos sobre a linha vermelha, 
        a caneta de feltro, o título do artigo, para arquivo por ordem 
        alfabética. 
        
        Em 
        relação às fichas maiores, que servirão como pastas de arquivo, 
        exteriormente, traçaremos na parte superior uma linha horizontal 
        vermelha, a 3 centímetros da parte superior. De maneira semelhante aos 
        verbetes mais pequenos, escreveremos sobre a linha vermelha, a cerca de 
        1 centímetro da margem esquerda, de maneira legível, de preferência com 
        caneta de feltro e em letra de  imprensa, o título do material que 
        iremos guardar no seu interior. Os recortes poderão ser agrafados ou, de 
        preferência, seguros com fita adesiva. No caso de artigos de maiores 
        dimensões, poderemos dobrá-los da maneira mais adequada de modo a 
        caberem dentro desta pasta de formato A5.  Para que os elementos 
        arquivados não caiam, poderemos colocar uma tira de fita adesiva em 
        baixo e a meio do lado direito, na zona indicada na figura 2-B a 
        tracejado. Será o bastante para que o material aí arquivado fique em 
        segurança. 
        
        Relativamente a este tipo de ficheiro, convirá ter em conta os 
        seguintes aspectos: 
        
        ● A elaboração e arquivo de cada ficha deverá ser 
        efectuado à medida que os documentos vão sendo recolhidos, evitando-se  
        a sua acumulação. 
        
        ● A classificação das fichas deverá sempre fazer-se por 
        ordem alfabética por temas, por autores, por assuntos, etc. 
        
        ● Neste ficheiro apenas deverão ser arquivados 
        documentos, artigos, recortes, notas e material de reduzida extensão. 
        
        ● Paralelamente poder-se-á ter um sistema de ficheiro com 
        fichas de formato reduzido, os verbetes do tipo A, que remetam para os 
        diferentes locais onde se encontra arquivada a documentação. 
        
        Convirá frisar que as indicações fornecidas visam apenas apresentar um 
        sistema relativamente fácil e económico para arquivo de informações, 
        tendo em vista a documentação pessoal indispensável para a fase seguinte, 
        a de exposição das ideias. 
        __________________________________ 
            
            [1] ─ Indica-se a seguir, de maneira simplificada, em que consiste cada 
            um dos sistemas indicados: 
            
            
            ●
            telemática 
            - conjunto de meios tecnológicos que permite a transmissão à 
            distância de informações. 
            
            
            ●
            
            videotex ou videotexto 
            - à letra, o vocábulo significa 'ter texto num terminal de vídeo'. 
            Através desse terminal, a partir da casa de cada um, é possível ter 
            acesso a um banco ou base de informações abrangendo as mais diversas 
            áreas, bastando efectuar a escolha, por meio de teclado, daquilo que 
            se pretende. 
            
            
            ●
            
            audifone 
            -sistema que permite a uma empresa ou qualquer serviço, através de 
            uma linha telefónica, difundir informações a grande número de 
            pessoas em simultâneo, geralmente tendo em vista a promoção de 
            produtos ou tendo simplesmente como objectivo o envio de informações 
            consideradas úteis. 
            
            
            ●
            
            telescrita 
            - sistema que permite a dois interlocutores trocarem à distância, 
            através de uma linha telefónica, informações gráficas. 
            
            
            ●
            teleconferência 
            - sistema que permite a efectivação de reuniões de trabalho entre 
            grupos afastados. Além das palavras, permite também a distribuição 
            ou permuta de documentos escritos, desde que dotado de sistemas 
            complementares. 
            
            
            ●
            vídeo-conferência 
            ou vídeo-reunião - sistema semelhante ao da teleconferência. 
            Enquanto esta permite apenas a troca de palavras e documentos, a 
            vídeo-conferência tem a vantagem de juntar a imagem dos 
            intervenientes. Cada participante não só ouve como vê os outros. 
            Este sistema permite actualmente reuniões com quatro a seis pessoas. 
            
            
            ●
            telex 
            - apesar de já possuir alguns anos de existência, este sistema 
            continua a prestar útil serviço, permitindo a transmissão de textos 
            à distância e com elevada rapidez. 
            
            
            ●
            telecópia 
            - sistema idêntico mas mais aperfeiçoado que o telex. 
            
            
            ●
            
            teletex 
            - máquina de tratamento de texto que elabora documentos e os 
            transmite à distância através das redes de telecomunicações. 
            
            
            ●
            telefax 
            - sistema de telecópia prática e rápida, que permite o envio de 
            mensagens e grafismos com grande fidelidade. |