A Educação de Adultos
No artigo do jornal anterior, foi abordada
a concepção de educação permanente como um processo de
formação em todas as fases da vida. Contudo, essa educação
só terá sentido caso consista num processo de formação
global e harmónico do indivíduo, que englobe actividades na
e além da sala de aula. É nesta perspectiva que é elaborado
um plano anual de actividades, que visa dar um contributo para
a formação de carácter interdisciplinar e transdisciplinar.
No entanto, a concretização de um plano
depende, em grande parte, da dinâmica dos agentes educativos
e, se é uma realidade que a tradição do ensino nocturno –
fonte de pré-concepções – tem um peso importante no
processo ensino aprendizagem, também não é de ignorar que
há mudanças na política educativa, o que implica uma
mudança de atitude face à prática educativa. Qualquer
mudança não se faz por decreto-diploma com intenções
políticas – mas sim, pelo protagonismo dos agentes
educativos.
COMO?
É importante o papel de cada docente na
informação, sensibilização e motivação dos alunos para o
plano anual de actividades, o que deverá ser complementado
com uma planificação que contenha actividades realizadas por
discentes e/ou docentes, tais como trabalhos – quer
teóricos, quer laboratoriais –, visitas de estudo,
exposições, convívios... Esta acção deverá ser realizada
em cooperação/coordenação com os coordenadores
pedagógicos e assessor dos cursos nocturnos, para que haja
uma maior eficiência/eficácia.
Este jornal existe como um meio/recurso
para: motivar/dinamizar uma acção educativa que promova a
articulação entre os interesses/motivações dos alunos com
o processo ensino-aprendizagem, o desenvolvimento de
capacidades, competências e atitudes; e divulgar esse processo,
o que, sem dúvida, servirá de incentivo ao referido
processo.
Convém salientar que referi algumas
possíveis estratégias, mas não excluo a existência de
outras, tão ou mais enriquecedoras da prática educativa.
PORQUÊ?
Os pedagogos defendem que «cada escola é
uma escola», o que não deixa de ser uma verdade, dado que o
contexto sociocultural em que se insere cada escola é uma
realidade singular. É nesta óptica que se justifica a escola
comunidade-educatica com autonomia – embora restrita! –,
mas tal poderá não limitar-se a meras intenções
políticas, pois dependerá, em parte, da política da Escola
e esta da dinâmica dos agentes educativos.
Toda a mudança requer tempo e vontade,
para que a construção resulte do desejado/vivido; diria, em
termos de metáfora, que “não basta a fecundação, é
necessário ao normal desenvolvimento do ovo que este esteja
num ambiente favorável e seja bem nutrido”.
É oportuno louvar a realização de
actividades – neste e nos transactos anos lectivos –,
pois, se é revelador de um “querer” mudar, também é
incentivador para que surjam outras iniciativas, ou seja, “são
desencadeadoras de reacções em série”.
João Paulo A. Correia Dias
(Assessor dos Cursos da Noite)
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