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CENTRAL FOTOVOLTAICA DE MOURA

Uma Aposta no Futuro

 

Ana David e Foto do Arquivo C. M. Moura

A maior central solar do Mundo vai nascer no município de Moura, num dos locais do planeta onde o sol incide durante mais horas. Para cima de 100 hectares de painéis fixos e móveis vão produzir 64 megawatts de energia, que serão lançados pela rede Eléctrica Nacional, a partir de Alqueva. O empreendimento, orçado em 250 milhões de euros, será construído no Baldio das Ferrarias, na via da Amareleja. O projecto assume particular importância para o desenvolvimento regional e nacional.

A construção do equipamento será antecedida da instalação de unidades de fabrico e montagem dos painéis fotovoltaicos que vão apetrechar a central propriamente dita de energia renovável. Refira-se que, como fez questão de salientar o presidente da Câmara de Moura, José Maria Pós-de-Mina, «a aposta nas energias renováveis é, além de um contributo fundamental para a sustentabilidade do planeta, um passo que vai no sentido do que está definido pela União Europeia. Isto é, "até 2010, 39 por cento das energias têm de ser renováveis.» Aliar a defesa ambiental à dinamização das potencialidades regionais é, assim, a base do projecto, «cuja âncora é a central solar».

Recorde-se que no passado mês de Novembro foi assinado um acordo de cooperação que oficializa a edificação da estrutura entre a Agência Portuguesa para o Investimento (API), a Direcção Geral de Energia, a AMPER (Actividades Múltiplas de Produção de Energias Renováveis), e a BP Solar Espanha. Esta última empresa ficará responsável pela montagem da unidade, que deverá ocorrer ao longo dos próximos cinco anos.

A central fotovoltaica produzirá, acrescentou o autarca, «energia totalmente destinada à rede eléctrica nacional durante três décadas». A viabilidade do equipamento é assegurada «pela política energética nacional no âmbito dos produtos do regime especial e assegurada pelo Projec Finance.» O investimento global será «garantido com capitais próprios e recurso a empréstimos».

 

Desenvolvimento regional

A central solar, a construir em terrenos que são propriedade da Junta de Freguesia da Amareleja, é apenas uma das componentes que integram o projecto. Está prevista a criação de dois parques habitacionais sustentáveis, um para realojamento (130 fogos) e outro para ser colocado no mercado de venda livre. Além disso, vai ser instalada uma zona industrial ecológica (ZIE) que englobará indústrias tecnológicas, agro-alimentares e serviços locais, entre outras valências.

Em perspectiva está ainda a construção de um centro de investigação em energias solares, novos materiais e hidrogénio. A infra-estrutura permitirá associar a pesquisa dirigida para as necessidades e interesse das indústrias presentes, garantindo a continuidade dos seus investimentos e, por outro lado, promover o aparecimento de novas apostas de desenvolvimento.

A nível da criação de postos de trabalho, a central garante numa primeira instância a disponibilização de 150 lugares directos e mil indirectos.

Números que assumem particular importância no âmbito dos esforços que têm vindo a ser feitos no sentido da fixação da população no concelho em particular e no Alentejo em geral. A central solar da Amareleja implicará o recurso a tecnologia de última geração que conduzirá à fixação de mão-de-obra altamente qualificada.

Recorde-se que o Ministério da Educação já reconheceu dois cursos directamente relacionados com energias renováveis a serem leccionados na Escola Profissional de Moura, o que irá possibilitar, por outro lado, o recrutamento local de trabalhadores.

O desenvolvimento sustentável encontra neste importante projecto um terreno fértil. Que a luz se acenda!

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