A. G. da Rocha Madahil, Informações paroquiais do distrito de Aveiro de 1721, Vol. III, pp. 29-46.

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12 Quanto a nós, e nas nossas vezinhanças, sempre conserva o mesmo nome.
   
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Com se dizer que he braço do rio de Aveyro está respondido a tudo, e a todos os interrogatorios athé o fim.

Desta sorte nos absolvemos (ao nosso parecer) da descripção Topographica da Nossa Freguezia de Ilhavo, havendo-nos talvez com alguma exabundancia em referir particularidades, que ao critico parecerám superfluas, por não pretermitir algumas que seriaõ precizas. Nam assignamos o Clima, nem os gráos de longitud, e latitud, em que fica, por não sermos Professores de Mathematicas nem os haver na nossa Freguezia, que saibam scientificamente manejar os seus instrumentos, e usar do Astrolabio, e da sua Alliada, Dioptra, e Graphometro. Porem supposta a vezinhança em que fica de Aveyro facil he regular huma por outra, e supprir os defeytos respectivos, e lambem os absolutos que nesta descripção se encontrarem, que ingenuamente confessamos, e reconheçemos não ser omnibus numeris absoluta, e que será facil inventis addere, e nos submetemos á censura do melhor juizo, e de Critério mais bem instruido

Finis laus Deo.

Remataremos a presente publicação com uma nota iconográfica que supomos inédita e talvez não seja descabida.

Tanto nas informações paroquiais de 1721 como nas de 1758, o Bispo de Miranda, D. Manuel de Moura Manuel, sepultado na Vista Alegre, foi objecto da mais circunstanciada referência; nas primeiras informações, é apresentado, até, como o único varão notável que houvera na freguesia, o que é deveras significativo quanto ao aspecto social da terra.

A sua biografia também não é inteiramente desconhecida; dele se ocuparam, mais recentemente, os arqueólogos FRANCISCO MANUEL ALVES(1) e MARQUES GOMES, (2) indicando, por sua vez, várias fontes de informação; a Universidade de Coimbra podia fornecer ainda um ou outro pormenor, visto que entre os seus discípulos e os seus Reitores o contou também; seriam, todavia, esclarecimentos mínimos, que não importa aqui juntar; achamos preferível exumar da sua preciosa galeria de retratos de Reitores o do magnífico Bispo de cuja memória, no século XVIII, Ílhavo tanto se desvanecia, e com a reprodução dele encerrar esta notícia toda documental e inteiramente desprovida de intenção de romance histórico.

Outro retrato do famoso Prelado existe ainda, que saibamos: é o da galeria do Paço Episcopal de Bragança.

A. G. DA ROCHA MADAHIL

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(1) Memórias arqueológico-históricas do Distrlto de Bragança, T. 2.º; Porto, 1913. Págs. 44 a 55. 

(2) A Vista-Alegre. Memória histórica; Aveiro, 192 + Págs. 9 a 33.  

 

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