Criação de páginas com Frontpage

 
Henrique J. C. de Oliveira

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III - DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO

 

Fase 3: Definição da estrutura (layout)

Nesta etapa vamos definir o layout, ou seja, vamos criar uma estrutura que nos permita manter uma certa uniformidade na apresentação das páginas. É uma fase importante e, na maior parte das vezes, das mais morosas. Uma vez definida a apresentação gráfica, esta deve ser mantida. E criada a primeira página, o trabalho das restantes está facilitado, porque tudo o que temos que fazer é ir criando duplicados e efectuar as respectivas alterações.

 

De acordo com o que dissemos numa fase anterior, as nossas páginas deverão conter um cabeçalho, um corpo central, constituído por um índice e um texto, com ou sem imagens, e um rodapé com botões de navegação. Será uma estrutura idêntica à representada na figura 13.

Como definir o layout estabelecido no papel, utilizando um programa como o Frontpage?

A grande técnica de montagem de páginas para a Internet consiste em utilizarmos engenhosamente o sistema de tabelas.

Fig. 13: Estrutura da primeira página do nosso módulo.

O que são tabelas? Como podem ser obtidas?

Para quem nunca criou tabelas em programas como o Word, o Publisher, o Excel, ou outros similares, podemos dizer, de maneira simplificada, que tabelas são caixas rectangulares de informação, com dimensões previamente definidas, constituídas por linhas e colunas. Se olharmos para a folha de um calendário anual, verificaremos que os dias de cada mês estão agrupados em caixas rectangulares. No caso do exemplo fictício da figura 14, temos 7 colunas, uma para cada dia da semana, e tantas linhas quantas as necessárias para os dias e a referência do mês. Cada quadrícula com o dia tem o nome de célula. No caso da célula onde se encontra a designação do mês, as 7 células da primeira linha foram unidas numa só.

Fig. 14: Exemplo de uma tabela relativa a um hipotético calendário do mês de Janeiro de 2010.

Como obter rapidamente uma tabela?

A forma mais rápida consiste em «clicar» no botão com o ícone respectivo e seleccionar, deslizando o cursor do rato sobre a janela que surge, o número de linhas e colunas.

No caso do exemplo da figura 15, verificamos que a área seleccionada corresponde a uma tabela de 4x1 (4 by 1 Table), ou seja, quatro linhas e uma coluna.

O ícone referente à criação de tabelas figura geralmente por defeito na barra de ferramentas. 

Fig. 15: Ícone relativo ao botão para criação rápida de tabelas.

Caso os botões que mais frequentemente utilizamos não se encontrem na barra de ferramentas, é possível acrescentá-los recorrendo ao comando «Tools». Clicando aqui, surge uma janela de opções onde encontramos «Customize...». Por sua vez, na nova janela, deveremos escolher a opção «Commands», procurar os botões que nos interessam e arrastá-los para a barra horizontal superior, largando-os no local desejado.

Para que as tabelas funcionem de acordo com os nossos objectivos e permitam uma boa apresentação final, teremos de conceber um conjunto com outras tabelas embutidas. Isto exige uma certa capacidade de visualização mental prévia daquilo que pretendemos e sobretudo do que iremos obter como resultado final. E para isto teremos de ter também em conta os nossos objectivos. O que é que pretendemos? Páginas exclusivamente para serem lidas directamente no ecrã do computador? Ou páginas que sirvam simultaneamente para duas formas de consulta, isto é, que tanto possam ser lidas no ecrã como impressas em formato A4 e que não corram o risco de ficar com parte do texto truncado? E as células onde os textos são inseridos devem ficar elásticas, isto é, devem poder adaptar-se ao tamanho em que colocarmos a janela, ou devem ficar rígidas, imutáveis?

Recordem o trabalho prático de análise efectuado na parte final da fase 1. Se a saltaram ou já não se recordam do que aí foi abordado, aconselhamos vivamente a que voltem atrás e reflictam no problema, antes de passarem à definição do layout ou estrutura. Da vossa tomada de decisão depende o resultado final de todo o trabalho.

Para que possam prosseguir o trabalho sem problemas, vamos considerar as duas hipóteses e ver como teremos de definir a estrutura, começando pelo segundo caso, que é, aliás, o correspondente a estas páginas que agora estão a ler.

Se prestarem atenção ao texto que têm na frente dos olhos, verão que ele se distribui perfeitamente formatado ao longo da página, com as margens esquerda e direita perfeitamente justificadas, contendo, em cada extremidade, um pequeno espaço em branco, tal como é normal nos textos que escrevemos com o Word e mandamos depois imprimir. A única diferença é que em vez de várias folhas A4, temos uma folha de comprimento variável, que fazemos subir ou descer por meio do cursor, por meio das teclas com as setas verticais, por meio das teclas Page Up [PgUp] ou Page Down [PgDn] ou ainda por meio do botão de scroll do rato, se este apresenta, além das três teclas paralelas, o botão central que fazemos rodar com a extremidade do indicador. Se mandarem imprimir esta página ou recorrerem ao comando de Preview ou Pré-visualização, verificarão que todo o texto ocupa perfeitamente uma folha A4, devidamente marginada e sem cortar absolutamente nada da informação.

Como é que definimos o layout para que esta página esteja sempre no centro do ecrã, com as duas margens laterais, e seja correctamente impressa em papel?

Fig. 16: Estrutura que serviu de base à criação das páginas do módulo «Internet: criação de páginas com Frontpage». Uma tabela de 1x1, contendo outra de 1x3. Na célula central da tabela de 1x3 foi inserida outra de 5x1.

Esquematicamente, a página em que escrevemos este texto teve como ponto de partida uma estrutura idêntica à da figura 16. Partiu de uma tabela de 1x1, dentro da qual metemos outra tabela de 1x3. Para que a segunda tabela mantenha sempre as mesmas margens, definimos rigorosamente em percentagens as larguras das três células obtidas. À primeira, que corresponde à coluna da margem esquerda, atribuímos um valor de 19% de largura; à segunda, que constitui o corpo central para a informação, atribuímos o valor de 60%; a terceira, que corresponde à margem direita, ficou com o restante, ou seja, com 21% de largura. Correctamente, deveríamos ter utilizado os valores de 20+60+20, o que perfaz os 100%. Deixámos a margem direita com dois por cento a mais em relação à esquerda. Será que nos enganámos? Não seria melhor deixar a margem esquerda mais larga, para o caso de querermos imprimir as folhas e arquivá-las? Acabámos por deixar a direita ligeiramente mais larga, o que nos permite colocar anotações se, durante a leitura na versão impressa, tivermos necessidade de as fazer. No entanto, talvez tenha sido uma atitude desnecessária. Uma diferença de dois por cento é praticamente insignificante. Como quisemos que a área central destinada ao texto ficasse rígida, sempre com a mesma largura, inserimos na primeira célula de uma terceira tabela de 1x5 uma imagem invisível com a largura de 614 píxeis. Deste modo, qualquer que seja o tamanho da janela, o texto terá sempre a mesma largura.

A vermelho, temos a tabela inicial de 1x1. A verde a tabela de 1x3 com os valores percentuais indicados. No centro, uma tabela de 5x1, em que cada célula corresponde respectivamente ao cabeçalho, ao separador superior, ao corpo do texto, ao separador inferior e ao rodapé para inserção dos botões de navegação.

Como para o nosso módulo de aprendizagem pretendemos um total de quatro páginas para serem vistas apenas no ecrã do monitor e com a vantagem de se adaptarem sempre rigorosamente ao tamanho da janela, vamos deixar de lado as preocupações que tivemos ao criar este conjunto de páginas e partir de uma estrutura bastante mais simples.

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