A FAUNA

[ Vertebrados:

Relativamente aos mamíferos, reconhecem-se cerca de três dezenas de espécies, entre as quais o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus L.), a toupeira (Talpa occidentalis CABRERA), o morcego-de-ferradura pequeno (Rhinolophus hipposideros BECHSTEIN), a lebre (Lepus capensis L.), o lobo (Canis lupus L.), a raposa (Vulpes vulpes L.), a lontra (Lutra lutra L.), a gineta (Genetta genetta L.) e o javali (Sus scrofa L.).

No que refere às aves e devido à mobilidade inerente à Classe, é de considerar a existência de, mais ou menos, 70 espécies, com realce, pela majestade e magnificência de porte alado, para o milhafre-real (Milvus milvus L.), a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo L.), a águia-real (Aquila chrysaetos L.) e o peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus DESFONT.).

Em relação aos répteis assinalam-se 15 espécies, a maioria protegida pelos Anexos II e III da Convenção de Berna, com destaque para a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus HERMANN, 1804).

O número de espécies de anfíbios é menor – quase uma dezena –, em virtude das especificidades requeridas em termos ambientais, que nem sempre se conjugam nos diversos habitats da serra. As oito espécies que integram esta Classe são particularmente sensíveis e por isso mesmo estão protegidas pelos Anexos I e II da Convenção de Berna, integrando raridades como a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica BOCAGE, 1864) ou o tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai LATASTE, 1879).

A fauna deste grupo é constituída fundamentalmente por artrópodes, especialmente da Classe Arachnida e Insecta.

A título exemplificativo de espécies pertencentes à classe referida em primeiro lugar, destacam-se a epeira-dos-jardins (Araneus diedematus CLERCK), de fácil identificação pelos desenhos que evidencia, e a aranha-caranguejo-de-linha-castanha (Misumena vatia CLERCK), pintalgada por uma linha lateral acastanhada, na região abdominal.

Os Insecta, à semelhança da distribuição global dos representantes desta Classe, também na serra da Freita são estes os animais que suplantam em número quaisquer outros. De facto, REIS MOURA, refere na obra Serra da Freita (lei-motiv deste resumo faunístico das espécies residentes na Freita, dada à estampa em 2001), a recolha por si efectuada de cerca de mil exemplares de insectos, com distribuição por aproximadamente 250 espécies, entre Ortópteros, Dípteros, Himenópteros e Lepidópteros. A notoriedade nesta classe vai, pela elegância, leveza e beleza, inteirinha para os Lepidópteros, nomeadamente para exemplares como a Nymphalis antiopa, Papilio machaon, Inachis io e Vanessa atalanta.