HAIKU - poesia tradicional japonesa

 

 

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O ESPÍRITO ZEN

 

Antes de estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas; após uma primeira noção sobre a verdade do Zen, as montanhas já não apenas montanhas e as águas já não são apenas águas; mas, quando se atinge o conhecimento, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas voltam a ser águas.”            (Seigen)

 

O Zen (sinónimo linguístico de meditação) é uma escola de budismo (religião surgida na Índia cerca de 500 a.C. e chegada ao Japão, através da China, no século XII) que valoriza a prática, a disciplina e a interrogação filosófica como meios de auto-conhecimento e auto- realização.

A prática zen surge quer no quotidiano quer em manifestações estéticas: a cerimónia do chá; o arranjo floral; a arte marcial ju-jutsu; o desenho a pincel de elementos da natureza acompanhado de poemas na caligrafia tradicional; a música tocada em flauta de bambu; os breves textos, frequentemente didácticos, como a poesia, o conto ou o koan (enigma ou questão paradoxal).

A iluminação súbita (satori), elemento fundamental na prática zen, surge no alcance do abandono de todas as preocupações físicas e espirituais, no alcance da capacidade de sentir a realidade tal como ela é. Não se trata de reduzir a mente/inteligência ao vácuo, mas de a usar inata e espontaneamente, através de uma atenção calma ao aqui e agora.

Esta quietude, esta consciência não- motivada, que confia na memória e não teme o desconhecido, que «recebe mas nada conserva», é estranha ao entendimento ocidental. Mas por ela passa a compreensão da poesia tradicional japonesa.

O conceito da relatividade (e dualidade) das coisas permite ao Zen afirmar que a perfeição do Homem está em ser-se simplesmente humano.

 

“O homem perfeito usa a sua mente como um espelho. Ela nada aprisiona e nada recusa. Recebe mas não conserva.”        (Soshi)

 

 

 

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