... Não foi só o ter lido os livros de José
Eduardo Franco, "O mito de Portugal − a primeira história de Portugal e
a sua função política" (2000), e de outros autores da Universidade de
Aveiro, coordenados por Carlos Morais, com o título "Fernando de
Oliveira − um humanista genial (V centenário do seu nascimento)" (2009),
e de Monsenhor João Gonçalves Gaspar "Fernão de Oliveira - humanista
notável" (2016), que nos levou a escrever este meu livro.
Houve duas razões para o fazer: a primeira,
porque poucos aveirenses e portugueses conhecerão o nome desta
personalidade, apesar de existir, no centro da cidade, a rua de Fernão
de Oliveira situada na Vera-Cruz, entre as ruas de Manuel Firmino e a do
Conselheiro Luís de Magalhães. Aqui há três placas toponímias: uma a
poente com a inscrição "Rua Fernão de Oliveira" e duas a nascente. Numa
destas apenas diz "Rua Fernão de Oliveira". Há outra, mais antiga, na
qual falta um azulejo e duas metades. Neste painel pode ler-se: "Rua
Fernão de Oliveira − Aveirense ilustre do séc. XVI − autor da primeira
gramática portuguesa". Entendemos que as placas toponímicas deviam ter
as datas de nascimento e morte, e traçar o seu perfil como franciscano,
preso pela Inquisição, precursor e autor, entre outros, da primeira
gramática portuguesa. (Vejam-se as placas toponímicas de Antónia
Rodrigues e a de D. João de Lencastre). Não se concebe que se desconheça
a existência do ilustre aveirense Fernão de Oliveira, mesmo ao nível do
país, e, muito menos, desconhecerem as obras ímpares do nosso sábio.
E como três dos livros atrás mencionados
são, de certo modo, dirigidos a uma elite cultural, exponho a segunda
razão. Entendemos, pois, que para o comum dos leitores, ficcionando um
pouco e pondo os intervenientes a conviver e a falar entre si e criar o
ambiente da época se, tornará a leitura mais apelativa. Assim o creio.
João de Lemos
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