João Pereira de Lemos

FERNANDO DE OLIVEIRA

(1507-1585)

A razão de ser deste livro

... Não foi só o ter lido os livros de José Eduardo Franco, "O mito de Portugal − a primeira história de Portugal e a sua função política" (2000), e de outros autores da Universidade de Aveiro, coordenados por Carlos Morais, com o título "Fernando de Oliveira − um humanista genial (V centenário do seu nascimento)" (2009), e de Monsenhor João Gonçalves Gaspar "Fernão de Oliveira - humanista notável" (2016), que nos levou a escrever este meu livro.

Houve duas razões para o fazer: a primeira, porque poucos aveirenses e portugueses conhecerão o nome desta personalidade, apesar de existir, no centro da cidade, a rua de Fernão de Oliveira situada na Vera-Cruz, entre as ruas de Manuel Firmino e a do Conselheiro Luís de Magalhães. Aqui há três placas toponímias: uma a poente com a inscrição "Rua Fernão de Oliveira" e duas a nascente. Numa destas apenas diz "Rua Fernão de Oliveira". Há outra, mais antiga, na qual falta um azulejo e duas metades. Neste painel pode ler-se: "Rua Fernão de Oliveira − Aveirense ilustre do séc. XVI − autor da primeira gramática portuguesa". Entendemos que as placas toponímicas deviam ter as datas de nascimento e morte, e traçar o seu perfil como franciscano, preso pela Inquisição, precursor e autor, entre outros, da primeira gramática portuguesa. (Vejam-se as placas toponímicas de Antónia Rodrigues e a de D. João de Lencastre). Não se concebe que se desconheça a existência do ilustre aveirense Fernão de Oliveira, mesmo ao nível do país, e, muito menos, desconhecerem as obras ímpares do nosso sábio.

E como três dos livros atrás mencionados são, de certo modo, dirigidos a uma elite cultural, exponho a segunda razão. Entendemos, pois, que para o comum dos leitores, ficcionando um pouco e pondo os intervenientes a conviver e a falar entre si e criar o ambiente da época se, tornará a leitura mais apelativa. Assim o creio.

João de Lemos


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