Em
Aveiro tirou o 1º ciclo dos liceus, o correspondente ao actual 5ª e 6º ano de
escolaridade.
Os
restantes estudos, que o tornaram aquela pessoa de convívio agradável e
rica de conhecimentos e histórias, fê-los na escola da vida, aquela
escola que é de todos e tão pomposamente designada pelos nossos
pedagogos de «escola paralela».
Os
cursos de formação foram vários e sucessivos. Na pujança da vida,
inicia-os como marçano numa mercearia, situada algures em terra de
alfacinhas. Muda de escola e vai trabalhar para Torres Novas, como cerieiro,
o que equivale a dizer que adquire os necessários conhecimentos para o
fabrico de velas de cera. E como a época é de crise, um período de
guerra mundial, procura estudar novas técnicas para melhoria e aumento da
produção.
Interrompe
a actividade iluminante para, durante três
anos e meio, ir cumprir como expedicionário o serviço militar na ilha de S. Miguel, nos Açores, onde aumenta a bagagem de
conhecimentos e de histórias pitorescas, com cachopas e abalos
telúricos, com que, de vez em quando, nos brinda em convívios
agradáveis na tertúlia João Sarabando.
Concluído
o curso durante a prestação do serviço militar, que lhe valeu um louvor
pelo bom serviço prestado, conhece novas
profissões.
Em
Chelas, trabalha como servente numa fábrica militar de pólvora.
Para
progressão na carreira e melhoria do nível de vida, ingressa por
concurso na Caixa de
Previdência da Panificação, para, pouco depois, a fim de mudar de
escalão, passar aos Serviços Mecanográficos do Ministério das
Corporações, onde se mantém até à deslocação para Moncorvo. Neste
novo local, assume o cargo de chefe de escritório das minas de ferro.
É
em Moncorvo que toma uma iniciativa de índole cultural que não é bem
vista pelas entidades da época. Decide abrir gratuitamente, por conta
própria e risco, uma escola para alfabetização dos mineiros. Foi uma
iniciativa que lhe trouxe uma série de problemas.
Em
1954, entra numa nova fase de formação. Ingressa na C. P. C., o
centro fabril de Cacia, a fábrica de pasta de papel, actualmente
conhecida por Portucel. É chefe de secção da Celulose até à
data da reforma, em 1983. |
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É,
simultaneamente, um dos animadores dos Movimentos Artísticos e Culturais
dos Trabalhadores desta empresa, desempenhando também um papel
dinamizador na direcção de "O Nosso Jornal" de 1974 a 1983.
Foi
durante algum tempo o chefe de redacção de "O Aveiro".
Actor
amador no C. E. T. A., foi agraciado pelo S. N. I. com um diploma de
louvor.
Bartolomeu
Conde constitui, para os nossos alunos, um excelente exemplo do que é
possível conseguir quando há vontade de aprender. Um autodidacta nato,
desde novo procurou aumentar a bagagem de conhecimentos, sem necessidade
de passar pelos diversos bancos das escolas. Aprendeu também ensinando,
dando explicações gratuitas aos filhos dos trabalhadores da fábrica de
celulose e levando a exame da 4ª classe muitos dos seus colegas.
Como
homem interessado pela região que o viu nascer, publicou os seguintes
trabalhos:
- Cacia e o Baixo Vouga - 3 volumes
- Sarrazola. Apontamentos etimológicos
- A vila de Cacia
- O Rio Novo do Príncipe
- Escritos
- Memorial Histórico de Cacia
Para
um maior conhecimento da figura homenageada, consulte-se a lista de
colaboradores no endereço
ww3.aeje.pt/avcultur/hjco/HJCO/index.htm
Henrique
J. C. de Oliveira
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