Há
aspectos que mostram como a Natureza sabe muito bem, se a deixarem,
resolver os seus problemas específicos. Ponha-se em relevo que apresenta
uma capacidade rara de se adaptar a novas situações e retoma o
equilíbrio desde que elementos desestabilizadores não se intrometam no
seu ciclo normal de vida, destruindo um ou mais dos seus ecossistemas.
O fogo que devasta o bosque, o
animal que se alimenta das plantas verdes e tenras e o lenhador que
abate as grandes árvores são considerados factores de “stress”. Se a
situação for revertida – clareira com “plantas de luz” que evolui para
bosque – designamos o fenómeno de sucessão natural e quando a sábia
Natureza fizer essa reversão espontaneamente chamamos-lhe situação de
clímax. Terá decerto ficado face a uma situação em que lhe foi possível
conservar o seu equilíbrio com condições ideais como humidade do solo,
abundância de alimento e temperatura ambiente adequada.
O banco de sementes, esse imenso
alfobre de vida que subjaz no solo e que só espera a oportunidade de
brotar à superfície quando para tal encontrar essas condições,
representa um dos maiores milagres da Natureza, dado que algumas dessas
sementes voltarão a reproduzir-se mesmo depois de terem ficado inermes,
na situação de incubadas, ao longo de, por vezes, dezenas de anos.
Na aparência, outrora a Natureza
apresentava-se-nos como indestrutível. De facto custa a perceber como é
que chegou ao estado em que se encontra hoje. Desde a época em que o
Homem iniciou a sua destruição, de há uns anos para cá sistemática, a
sabedoria da Terra, em demasiados aspectos, parece perdida, sem retorno
e sem esperança.
Entretanto o processo evolutivo
nada tem de complicado: de uma primitiva situação natural,
acrescentando-lhe o denominado factor de “stress”, obtém-se uma outra,
nova, originada por esse factor e em circunstâncias incomuns assim
iniciadas. Se o factor de “stress” não permanecer o ciclo retomará de
imediato o destino previsto. (Elegido.1977). Caso contrário, o impacto
ambiental de uma simples queimada – nem precisa de ser um incêndio –
torna-se um grave problema pois envolve a fertilidade dos solos, a
destruição da biodiversidade das espécies vegetais e animais, a
fragilização de agrossistemas, assim como a destruição de linhas de
transmissão e outras formas de património público e privado, a produção
de gases nocivos à saúde humana, a diminuição da visibilidade
atmosférica, o aumento de acidentes em estradas e a limitação do tráfego
aéreo, entre outros.
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Fotografia 7 – A
estrada e a mata - Ribafeita - Junho 2005 |
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Fotografia 8 –
Beleza da mata. Covelas - Junho 2005 |
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Fotografia 9 –
Fonte natural em Covelas - Junho 2005 |
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