Pontos de Açúcar

Calda de açúcar e xarope

Significam praticamente a mesma coisa, residindo a diferença apenas na aplicação.

A calda utiliza-se em conservas de frutas, para acompanhar ou regar bolos e para confeccionar doçaria.

O xarope utiliza-se especialmente na preparação de bebidas e licores (quase sempre depois de clarificado e filtrado).

 

Proporções

Se se pretende uma calda fraca (de ponto baixo) que, normalmente, se utiliza para acompanhar rabanadas, filhós, papos de anjo, fatias da China, etc., a proporção é de:

                       - 1 kg de açúcar
                       - 1 litro de água

Se se pretende uma calda de ponto mais alto (para confeccionar doces), a proporção deve ser:

                       - 1 kg de açúcar
                       - ½ litro de água

Para pontos muito altos, pode-se reduzir gradualmente a porção inicial de água.

 

Como se prepara

Num tacho de arame (de preferência) ou noutro recipiente de capacidade adequada, leva-se a calda ao lume. Uma fervura prolongada implica a evaporação gradual da água, mantendo-se, contudo, a quantidade inicial do açúcar (que não se volatiliza). Em consequência, a concentração do açúcar vai aumentando progressivamente até que, perdida toda a água, fica no recipiente apenas açúcar derretido (150° a 160º C).

Prolongado o aquecimento, o açúcar acaba por queimar (210° C), deixando um resíduo negro de carbono.

Este processo, segundo o qual se vão obtendo concentrações (pontos) progressivamente mais altas, é designado (quanto a nós impropriamente) por cozedura do açúcar.

A temperatura a que se dá a ebulição vai aumentando com a concentração. Como sabemos, a água pura (em condições normais de pressão) ferve a 100°. Se aumentarmos a densidade da água, dissolvendo nela qualquer substância, a sua temperatura de ebulição sobe. No caso da calda de açúcar, a um aumento de concentração (ponto) e, portanto, densidade, corresponde uma subida proporcional da temperatura de ebulição.

É, pois, possível estabelecer uma correspondência entre a temperatura de ebulição e a densidade, as quais se podem medir com a aparelhagem própria.

 

Formas de medição dos pontos

- Pelo termómetro — é uma medição directa que pode ser feita no próprio recipiente de confecção. O termómetro mede temperaturas e não densidades, mas, dada a perfeita correspondência entre a temperatura de ebulição e a densidade das caldas (xaropes) de açúcar, é possível, pela tabela de equivalência, calcular rigorosamente o ponto em que o líquido se encontra.

- Pelo pesa-xaropes — O pesa-xaropes é um densímetro que se utiliza para densidades superiores à da água. É, normalmente, graduado em graus Baumé, só podendo medir até 40° B.

Nas preparações industriais (grandes quantidades e recipientes de boas proporções), é possível efectuar a medição no próprio recipiente em que a calda ferve.

Na preparação doméstica, torna-se necessário utilizar uma proveta com altura e diâmetro interno suficientes para que o pesa-xaropes aí se mova sem atrito.

O uso da proveta tem o inconveniente de, ao nela se verter a calda, se dar um abaixamento de temperatura que altera ligeiramente (para mais) o valor de densidade em relação à da massa total donde foi retirada.

 

Processo expedito

Não tem qualquer rigor e baseia-se na observação (falível) do comportamento da calda no que respeita à viscosidade e velocidade de cristalização. Só a experiência pode conferir certo grau de rigor na avaliação.

As próprias designações dos pontos variam de região para região e de autor para autor. Nós adoptamos as seguintes:

 

- Ponto de pasta — Retirando uma escumadeira da calda, aquela conserva uma camada fina desta que acompanha os movimentos que se lhe derem.

- Ponto de fio — Colocando uma gota de calda entre o polegar e indicador, ao afastarem-se os dedos, forma-se um fio de fraca resistência.

- Ponto de cabelo — Repetindo a operação anterior, forma-se um fio de maior resistência.

- Ponto de pérola — Ao vazar de uma colher um pouco de calda, forma-se um fio mais resistente, cuja extremidade se assemelha a um pérola.

- Ponto de pérola alta — Repetindo a operação anterior, obtém-se uma pérola mais bem definida e de maiores dimensões.

- Ponto assoprado — Retirando a escumadeira do lume e assoprando através dos seus furos, formam-se pequeninas bolas no género das bolas de sabão.

- Ponto assoprado alto — Repetindo a operação anterior, obtêm-se bolas maiores.

- Ponto de espadana — Retirando a escumadeira, a calda cai com o aspecto de lâmina de uma espada fina.

- Ponto de rebuçado — Quando, deitando um pouco de calda em recipiente com água fria, se forma uma bola consistente mas moldável.

- Ponto de areia — O açúcar começa a agarrar-se às paredes do recipiente, tomando uma consistência e aspecto arenosos.

- Ponto de caramelo — O açúcar começa a apresentar um tom aloirado e cheiro característicos que se vão acentuando à medida que aumenta o tempo de aquecimento.

 

A partir de certa temperatura (160° a 170° C), o açúcar toma um gosto desagradável.

Dos processos descritos, o mais rigoroso é, sem dúvida, aquele em que se utiliza o termómetro.

A humidade, a pressão, a altitude, são factores cuja variação pode modificar os valores a calcular.

 

Damos em seguida uma tabela de correspondência entre os processos de avaliação dos pontos:

   

Termómetro

Pesa-xarope

Pontos

°C

°F

° Baumé

0
100
101
103
106
108
110
112
115
117
125
141
145
32
212
214
217
223
226
230
232
239
243
257
286
293



29
32
34
37
38
39
40




Pasta
Fio
Cabelo
Pérola
Pérola alta
Assoprado
Assoprado alto
Espadana
Rebuçado
Areia
Caramelo
   
       
       

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