Voltar à página inicial.

 

 
 
 
 
 
 

Rosas azuis para Cecília Sacramento

 

«Mas não era tempo de Primavera a compor os ramos no azul. Era quase o Outono, a levar o que havia sido verde (C. S., Cidade Azul)

  

Serão azuis todas as rosas que levarei a Cecília Sacramento.  

Sulcadas de luz e placidez. De pétalas delicadas, mansas e macias, a lembrar a doçura do seu olhar encharcado de timidez e afecto; a lembrar o seu sorriso, o seu rosto, os seus gestos e os seus passos…

Só assim se tinge de tons menos tristes o véu cinza de melancolia e de saudade que nos ensombrou por estes dias de Setembro, quando entrava o Outono, compondo os ramos de fim de Verão, e a noite chegou mais cedo, como solitária viúva que se recolhe, soluçando baixinho, antes do sol poente.

Vida vertical e inteira, alma nobre e digna, suave memória, guardada

No vaivém das conchas,
Nas volutas dos búzios,
Nos ecos das ondas,
Nos tons e nas maresias da beira-ria…
Na
Cidade Azul, “Por Terra Batida”, “No Rasto dos Dias”, “Nos
                                                  Tempos do Tempo”,
“Palavras de Luz” iluminando o mundo…

 

         Azuis serão sempre as rosas de luz de Cecília Sacramento – estrelas cadentes em arco perfeito unindo a terra ao céu…

 

Aveiro, 26 de Setembro de 2005

Maria Alice L. de Pinho e Silva


Página inicial