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SEVER DO VOUGA Paisagem encantadora
É das povoações mais antigas do país. Embora se desconheça, precisamente, a época da sua fundação, sabe-se que é anterior à própria Nacionalidade. Segundo Pinho Leal, que o verificou em velhos documentos, no século X pertenciam a herdade e o mosteiro de Santo André e S. Cristóvão, de Sever, a Soeiro Gondezindes e a sua mulher, que os legaram ao abade Jacob. Como este morreu sem deixar herdeiros, a doação voltou para os filhos dos doadores, que entregaram tudo ao padre Gundino e ao diácono Sandino, sob a condição de aí viverem monasticamente. Em 1005, Sandino Didaz vendeu o mosteiro a Froila Gonçalves. Mais tarde, no ano de 1018, uma condessa, prima de Froila e sua herdeira, em cumprimento do testamento do parente, entregou ao mosteiro da Vacariça todos os bens que possuía, desde o monte Zederario até ao rio Vouga, incluindo o mosteiro com todas as rendas e dependências, e as aldeias de Paradela, Abolini, Salas, S. Martinho e a herdade de Nespereira. Em 1091, o mosteiro da Vacariça foi unido à Sé de Coimbra, pelo que deixaram de existir tanto o da Vacariça como o de Severo. Mas as tradições religiosas desta localidade não ficaram por aqui. Pelos anos de 1135, o famoso abade João Cirita fundou em Sever um mosteiro da invocação de S. Tiago, para eremitas, os quais, em 1141, se uniram aos do mosteiro de Tarouca, adoptando a sua regra e doando-lhes a sua igreja e mais dependências. Em Novembro do mesmo ano, D. Afonso Henriques cortou a igreja de S. Tiago. Desconhece-se se esta vila possui algum foral antigo. O único de que há registo foi-lhe conferido por D. Manuel, em Lisboa, a 18 de Março de 1514. Actualmente, esta vila de Sever do Vouga, que durante a sua longa existência não conheceu grandes sobressaltos, é uma povoação bonita a que não faltam comodidades modernas. A paisagem de Sever do Vouga é encantadora.
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