Sob
um céu azul há folhas de erva
Agitando-se docemente como olhos
De
amantes descuidados do mundo;
Bela
e acolhedora escola de Mistérios
Num
tempo capaz de gerar prodígios
Ou de
queimar todo o tipo de virtudes,
Porque o que alimenta também destrói
Pois
essa substância vital contém em si
As
sementes da sua destruição e o fim;
Será
isto o que vemos no quadrante
Que
foi berço de civilizações, religiões
E do
magistral percurso entre fé e razão
Preenchendo a realidade circundante?
De
certo ! Ameaças à nossa dignidade
E aos
valores, espezinhados com fúria
Num
envolvimento de lutas irracionais
Acalentando a irrefreável megalomania
Com o
acicate da severa raiva tribal
Sob a
batuta de interesses avulsos
Contornando o grito solto, tonitruante
De
fraternidade, paz, amor e liberdade
Que,
solidário em virtuais ressonâncias
Se
perde no crepúsculo da incerteza
Diluído num mundo confiado à paranóia
E à
loucura tresmalhada dos Poderes.
Abril de 2024 |