Eis um fogo imenso, barulhento
Indomável, destruidor e mortal
Que tudo esfria, não porque esfria
Mas porque atravessa um deserto
Onde as chamas geram este gelo
A espevitar o desconsolo, a revolta
E deixando a fama a oscilar no vácuo.
Mas do espólio em carvão e cinza
Outras labaredas vão irrompendo
A crepitar com doçura incondicional
Luz da compaixão fraterna e solidária
A perdoar ao que vê mas não ouve
E alumiando quem acredita em pitonisas
Na brava friura destas horas estivais.
Verão de 2025 |