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Quantos homens, que
passaram por esta velha CASA, gostariam de estar presentes para poderem
saborear quanto é belo o resultado das lutas de muitos anos — de
gerações que passaram — de avós, pais e filhos. Os primeiros na
fundação, os segundos a meio da caminhada e os terceiros na grande meta
atingida, os 100 anos.
Aproximava-se o ano
de 1982.
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Cem anos exigiam
dignidade. Assim aconteceu! Os responsáveis pelos destinos da Associação
— Direcção, Comando e Comissão Executiva —, num esforço que dignificou o
nome dos Bombeiros Velhos, traçaram as linhas de todo o programa, que se
estendeu por todo o ano.
Chegou a data que a
todos nós dizia muito: «28 de Janeiro de 1982». A Bandeira da Corporação
deu início às cerimónias subindo ao mastro central, ladeada pelas da
Câmara Municipal de Aveiro e da Federação dos Bombeiros do Distrito de
Aveiro.
As honras foram
prestadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Fanfarra de S. Bernardo.
Sinal da vontade de
comunicar, fez-se uma emissão de selos com motivos referentes aos
Bombeiros.
Continência ao
Bombeiro Voluntário junto ao Monumento.
Em memória de quantos
serviram esta Corporação, houve missa de sufrágio, na histórica Igreja
de Jesus, celebrada pelo Capelão
Padre Manuel Caetano Fidalgo, e
solenizada pelo Coral da Vera-Cruz. Logo após, preito aos mortos, pelo
respeito merecido, no silêncio dos cemitérios.
Finalmente, o SONHO
DE TANTOS ANOS:
A entrega solene do
terreno destinado à construção do novo Quartel, com a presença de
Entidades Oficiais.
Estávamos a 16 de
Maio, dia do patrono cívico da cidade de Aveiro,
José Estêvão Coelho de
Magalhães.
Atingia-se o auge das
comemorações.
Prestadas as honras
às bandeiras, o adro da Sé serviu de palco à bênção de várias viaturas.
A missa solene foi celebrada por Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo
de Aveiro.
Entidades Oficiais e
convidados visitaram as actuais instalações, bem como o terreno do novo
quartel.
A Avenida Dr.
Lourenço Peixinho foi cenário de um brilhante desfile de Bombeiros, a
que jamais as gentes de Aveiro assistiram.
A sessão solene, no
Teatro Aveirense, presidida pelo Ministro da Administração Interna,
Eng.º Ângelo Correia, em representação
do Primeiro-Ministro, foi solenidade rica de ideais puros, com
condecorações a Bombeiros. Mães de jovens bombeiros sobem ao estrado,
armando seus filhos bombeiros, fazendo-nos recordar a rainha-mãe.
A Banda Amizade, a
Fanfarra de S. Bernardo e o Coral da Sé deram brilho ao encerramento de
todos os actos comemorativos.
Foram muitas as
corporações de bombeiros que nos visitaram e honraram.
A hospitalidade foi o
timbre dos Bombeiros Velhos, pelo respeito a todos dispensado e
brindados que foram com um beberete servido nas instalações da
Metalurgia Casal.
Os cantares de
Coimbra, ouvidos no claustro da Igreja da Misericórdia, marcaram uma
noite inesquecível. Eram as vozes dos Doutores
Alfredo Correia e António
Bernardino e as guitarras dos Doutores António Brojo e
António Portugal,
acompanhado à viola, pelos Doutores Aurélio Reis e
Luís Filipe.
Aproximou-se o fim de
1982. Um imponente Cortejo Etnográfico veio para a rua, contando com o
apoio da Câmara Municipal de Aveiro e das Juntas de Freguesias do
concelho.
Carros alegóricos do
município
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e das freguesias, tricanas, marnotos e salineiras, vestidos a rigor,
bandas de música, fanfarras e grupos folclóricos.
Milhares de pessoas
na Rua — um colorido inesquecível!
Assim, se encerraram
as comemorações.
Estiveram dignos os
homens que, no centenário desta velha e gloriosa Corporação, a souberam
honrar.
A Comissão de Honra
era constituída por Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Bispo de
Aveiro, D. Manuel Trindade Salgueiro, e os senhores Governador Civil de
Aveiro, Dr. Fernando Raimundo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal
de Aveiro, Dr. José Girão Pereira,
Carlos Aleluia,
Eduardo Cerqueira,
Dr. Humberto Leitão e
Orlando Moreira Trindade.
A Comissão Executiva,
por sua vez, integrava todos os elementos da Direcção —
Ulisses
Rodrigues Pereira (Presidente), Alfredo do
Carmo Trindade (Secretário),
Júlio Pereira (Tesoureiro),
António Tavares dos Santos e
Manuel da Costa Freitas (Vogais) —
e Comando António Manuel
Soares Machado (1.º Comandante), Gonçalo
Pinto (2.º Comandante) e
José Pereira de Carvalho Júnior (Ajudante) — e, ainda, os senhores Dr.
Diamantino Manuel dos Reis
Dias, Fernando Cabral e
João Manuel Carvalho. |