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Entrevista realizada ao Dr.
Amândio Canha,
sócio-gerente da Vita Sal |
Entrevista por Cláudia Raquel e
Fernando Manuel |
S. A. – Que tipo de empresa é a
Vita Sal?
A. C. – E uma empresa familiar,
pertencente ao tipo das pequenas empresas.
S. A. – Em que data foi fundada?
C. A. – A Vita Sal foi fundada em 1958.
S. A. – Por que foi escolhida esta localização?
C. A. – A localização foi escolhida em função da chegada da matéria
prima, quer da proveniente do salgado de Aveiro – a proximidade do
canal onde aportam os saleiros – quer da proveniente dos outros salgados e
que é transportada pela Via marítima.
S. A. – Actualmente, continua a constituir uma boa localização?
C. A. – Sim.
S. A. – Quais as origens do sal bruto utilizado?
C. A. – A maioria do sal bruto utilizado pela
Vita Sal provém dos
salgados do sul da França, da Figueira da Foz, do Tejo e uma pequena
parte do de Aveiro.
S. A. – Então a quantidade de sal de Aveiro, utilizado na higienização,
tem vindo a diminuir. Porquê?
A. C. – Devido a duas razões principais: uma, ligada ao processo de
produção ainda artesanal, o que torna o sal de Aveiro pouco
competitivo em relação ao preço de venda, outra, ligada à técnica de
fabrico que o torna difícil de higienizar, visto vir acompanhado duma
certa quantidade de areia.
S. A. – Que meios de transporte são usados para a aquisição do sal
em bruto?
A. C. – A via marítima, que assegura o transporte do sal até ao porto de
Aveiro, que é complementada
pelo serviço de camionagem pertencente a empresa.
S. A. – Para que fins é utilizado o
sal higienizado?
A. C. – Usa-se na alimentação e nas indústrias
– conservas, têxtil,
padarias, etc...
S. A. – Qual o mercado do produto final e como evoluiu nos últimos 20
anos?
A. C. – Abrange todo o país, incluindo os Açores. A exportação é
pouco significativa, em pouca quantidade, para a Alemanha e Canadá. A
área de mercado tem
vindo a diminuir, devido ao aparecimento de outras fábricas concorrentes, localizadas no litoral do
país.
S. A. – Que meios de transporte
são utilizados na sua distribuição?
A. C. – A distribuição para Portugal Continental é assegurada por
camiões da empresa e, para as Ilhas
e Canadá, segue por via marítima.
S. A. – Referiu que os rendimentos auferidos pela empresa não só provêm da comercialização do sal
higienizado, mas também da distribuição do sal em bruto. Isso
significa que a acessibilidade da rede
viária é forte?
A. C. – A construção do IP5 e a extensão das auto-estradas e respectivos acessos veio facilitar bastante o escoamento.
S. A. – Atendendo à realidade
económica actual, considera a sua
empresa economicamente viável?
A. C. – Existem dificuldades, mas continuamos a ter esperança na
viabilidade económica da nossa empresa, apesar da forte concorrência dos distribuidores, possuidores de fortes empresas de
camionagem.
S. A. – Qual a sua opinião sobre
o futuro do salgado aveirense?
A. C. – Se encararmos o problema do salgado apenas numa perspectiva económica, não sobreviverá
muitos anos, mas entendo que, por razões de ordem cultural, uma
parte deve ser preservada.
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