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farol n.º 28 - mil novecentos e sessenta e oito ♦ sessenta e nove, págs. 16 a 18.

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 1º Ciclo

Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva

Moisés Vidreiro da Costa
(2.º ano)
 

                    I
Quem, em nome de D. João II,
irá ter uma vida tão arduosa,
só para ao Preste João chegar,
se a viagem é tão perigosa?


                    II
Ainda se todos fossem...
mas só vão dois; do Príncipe Perfeito
têm de levar uma mensagem:
o caminho do amor é quase feito.


                    III
Com respeito lhe beijam a mão.
El-rei vê-os partir;
Os aventureiros já se vão,
ninguém sabe se tornarão a vir.


                    IV
Caminham pelo deserto,
sem poderem descansar;
O regresso já não é certo,
E ainda falta tanto, tanto pr'a andar.


                    V

Fustigaram-nos, talvez os temporais,
E quantas vezes de neve e de saraiva!
A História diz-nos seus nomes:
− Pêra da Covilhã e Afonso de Paiva.

Adaptação em verso dum texto de Maurício de Queirós

 

O Mosteiro da Batalha

Francisco Torrão
(2.º ano)
 

O Mosteiro da Batalha fica situado a poucos quilómetros da cidade de Leiria. Foi D. João I quem o mandou construir, para comemorar a gloriosa vitória de Aljubarrota, onde os Portugueses lutaram como leões com os Castelhanos, para salvar a independência da Pátria.

Quem vê o mosteiro por / 17 / fora fica admirado, ao observar tanta grandeza com os portais e janelas tão talhados que nos fazem lembrar verdadeiras rendas.

Mas é dentro que essa grandeza se torna maior, pela vastidão das suas inúmeras salas. Dentre elas destaca-se a sala do capítulo, onde o tecto é uma grande abóbada, obra do arquitecto Afonso Domingues.

Este Mosteiro, que foi começado por D. João I e continuado por outros reis, constitui um dos mais valiosos monumentos nacionais, visitado anualmente por milhares de pessoas nacionais e estrangeiras.

 

«A Nazaré»

Francisco Torrão
(2.º ano)
 

A Nazaré é uma das mais lindas praias de Portugal. Os habitantes usam trajes típicos que são conhecidos em quase todo o mundo. Os homens, com ceroulas e camisolas aos quadros, faixa na cinta e barrete na cabeça; as mulheres, essas usam as tão faladas sete saias, avental bordado, lenço na cabeça, seguro por um pequeno chapéu próprio. As que andam de luto levantam parte da última saia com que cobrem a cabeça. É assim, com estes conjuntos de cores, que a praia se vê à chegada das traineiras que vêm da pesca da sardinha. Que alegria e que azáfama! O peixe, a saltar, chama a atenção de todos.

− Quantos cabazes mestre? − tentam fazer-se compreender os turistas nas suas línguas.

As nazarenas associam-se à alegria dos maridos e familiares, levando o peixe nas suas canastras, para ser vendido.

As canções alegres são agora trocadas pelas orações que elas dirigem ao Céu, em voz alta, quando alguma traineira se demora ou perde para sempre, nas ondas do mar sem fim.

Espectáculo imponente a chegada das traineiras nesta praia portuguesa, que o seu rancho, «Tá-mar », tem cantado pelo mundo fora.

 

«Noite de Luar»

Francisco José M. Vieira Torrão
(2.º ano)
 

A Lua nasceu, branca, límpida, suave como uma carícia de mãe. Parou sobre a floresta: Alumiou os mochos e os namorados. Tornou prateada a água do riacho e serviu de tema aos poetas.

Embalada pelo murmúrio constante do riacho, a floresta adormeceu. A brisa suave acaricia as árvores. Sentados, nas pedras, estão os namorados que conversam, que murmuram e cantam ao longo da noite. O tempo voa, já é tarde. A Lua e as Estrelas cintilantes despedem-se da Noite e desaparecem no céu azul.

 

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09-06-2018