Acesso à hierarquia superior.

farol n.º 18 - mil novecentos e sessenta e cinco ♦ sessenta e seis, pág. 9.

Página
 
    do

 1º Ciclo

R O M A R I A

N. D.

Repicam e tornam a repicar os sinos, a chamarem os moços e as moças para a festa. As ruas, cobertas de junco e ladeados de postes enfeitados, mostram bem a alegria do povo.

Vão chegando, em magotes, moços e moças, bem dispostos e com trajes pitorescos da região em que se realiza a festa.

Velhinhos e velhinhas, assentados nas soleiras das suas portas, contemplem os filhos e relembram ao mesmo tempo a sua alegre juventude.

Diz a tia Maria para a ti Rosa:

Eh Rosa! Olha, no mê filho, vê como ele anda ali com as cachopas que nem um homem!

Diz o Zé para o povo:

– Venha música e vinho p'rá gente se alegrar!

Sobe a rua e interrompe a música, o Zé da Boina proclamando muito alto:

– Acabei de chegar de Lisboa, e tenho uma má notícia: as autoridades de lá ordenaram que todos nós comprássemos um triângulo para as nossas mulas.

– Para que serve isso home das novidades?

Diz o Zé da Boina:

– Espera home que já continuo! É que, quando as nossas mulas, partirem a ferradura ou ficarem mancas, pormos aquilo atrás delas, para virmos buscar à vontade o ferreiro para que os carros não as atropelem!

Pergunta o preço o Joaquim bêbado, e responde-lhe o Zé da Boina:
– Trazentos e cinquenta mil reis.

Retorquiu-lhe o Joaquim bêbado:

– O quê, com esse dinheiro bebo eu 500 copos home do diabo!

A festa continua e, na madrugada do outro dia, lá vai esta boa gente para casa, embora um pouco embriagados, pois ele não é água.

Ouve-se o cantar satisfeito das pessoas:

– Lá ri lá ri, eu sou bombeiro. Ó Malhão, Malhão!

Acaba a romaria e a vida volta a correr normalmente.


AVEIRO

Vítor Manuel B. Pinto Amaral
(2.º ano)
 

Aveiro, Aveiro

Com tua ria e teu sal,

És a terra das salinas

Veneza de Portugal!

 

página anterior início página seguinte

08-06-2018