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farol n.º 5 - mil novecentos e cinquenta e nove ♦ sessenta, pág. 9.

«Ao Infante»

João Domingos Ferreira da Cruz
(N.º 16-3.° F)


BENDITO o dia em que tu, Henrique, pensativo contemplavas o mar imenso, tentando desvendar os seus segredos!

Bendita a hora em que tu, Henrique, içaste às brisas marítimas as velas das tuas naus!

Foi da tua pequena escola que saíram os grandes navegadores desde o Gama a Cabral e tantos outros de vulto majestoso.

A tua glória é tão grande que o mar imenso cabe nela.

A tua glória é tão grande que, hoje, ao comemorar-se o quinto centenário da tua morte, sábios de distantes terras vêm prestar justa homenagem de que a tua glória é digna. A tua glória é tão grande que, ela só, enche 8S páginas de ouro da mais bela História Pátria.

A tarefa que te impuseste e que as tuas frágeis embarcações levaram a termo, alcançando as mais longínquas paragens, abriu ao mundo e à civilização as rotas dos Oceanos, transformou a velha Lisboa na cidade esplendorosa e opulenta das sedas e das especiarias orientais.

«Rainha dos Oceanos», o seu porto era demandado pelas mais variadas naus, desejosas do seu comércio e a altivez e poderio das Repúblicas Italianas vergou perante a tenacidade do ilustre filho de D. João I e perante a audácia e bravura dos marinheiros de outrora.

Tu amaste o mar e ele recompensou-te, enchendo de glória o teu nome e o País que foi teu berço.

 

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06-06-2018